capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.946.056 pageviews  

Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

TEMA LIVRE : Antonio de Souza

Outras colunas do Tema Livre

O jornalismo e as eleições
04/05/2008

Entre os formadores de opinião, Carlos Alberto Di Franco é um desses sujeitos cujo currículo dispensa comentário. Senão vejamos: é diretor do Master em Jornalismo para Editores, professor de Ética Jornalística e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha) e ainda dá consultoria em Estratégia de Mídia.

Seus artigos, publicados no jornal “O Estado de S. Paulo”, são leitura obrigatória para estudantes e profissionais da Comunicação, mas também são lidos por quem se interessa pelo cotidiano da mídia.

Chamou atenção o artigo “Jornalismo em ano eleitoral”, que Di Franco publicou no jornal paulista, em abril. Em resumo, é um alerta sobre a necessidade de uma reflexão acerca do papel da mídia na cobertura eleitoral. O mestre dedica um trecho especial do seu artigo ao marketing, que, pela sua ótica, muitas vezes, é utilizado (e muito bem pago) apenas para satisfazer desejos pirotécnicos de candidatos, nos já notórios shows de efeitos especiais que iludem os incautos.

A seguir, alguns fragmentos do artigo do professor Di Franco que julgo extremamente importantes para uma reflexão de nossa parte:

- Ano eleitoral. Campanhas milionárias, promessas irrealizáveis e imagens produzidas: é o marketing de candidatos. Assistiremos, diariamente, a um show de efeitos especiais capazes de seduzir o grande público, mas vazio de conteúdo e carente de seriedade;

- O marketing, ferramenta importante para a transmissão da verdade, pode, infelizmente, ser transformado em instrumento de mistificação;

- Os programas eleitorais vendem uma bela embalagem, mas, de fato, são paupérrimos na discussão das idéias. Nós, jornalistas, somos (ou deveríamos ser) o contraponto a essa tendência.

Cabe-nos a missão de rasgar a embalagem e desnudar os candidatos;

- Uma cobertura de qualidade será uma questão de foco. É preciso declarar guerra ao jornalismo declaratório e assumir, efetivamente, a agenda do cidadão. Não basta um painel dos candidatos, mas é preciso cobrir a fundo as questões que influenciam o dia-a-dia das pessoas. É importante fixar a atenção não nos marqueteiros e em suas estratégias de imagem, mas na consistência dos programas de Governo;

- É necessário resgatar o inventário das promessas e cobrar coerência. O drama das cidades não pode ficar refém de slogans populistas e de receitas irrealizáveis;

- O centro do debate tem de ser o cidadão, as políticas públicas, não mais o político, tampouco a própria Imprensa.
- Precisamos fugir do espetáculo e fazer a opção pela informação. Com equilíbrio e didatismo, separa-se notícia do lixo declaratório;

- Atores políticos não medirão esforços para fazer com que a mídia, à sua revelia, destile veneno nos seus adversários. É preciso combater o vírus da leviandade, revalorizando perguntas como: Checou? Tem provas? A quem interessa essa informação?;

- O leitor espera uma imprensa combativa, disposta a exercer o seu intransferível dever de denúncia; quer um quadro claro, que lhe permita formar um perfil dos candidatos: antecedentes, evolução patrimonial, desempenho em cargos atuais e anteriores etc.;

- Impõe-se um bom levantamento das promessas de campanha. É preciso mostrar eventuais descompassos entre o discurso e a realidade;

- Os políticos, pródigos em soluções de palanque, não perdem o sono com o rotineiro descumprimento da palavra empenhada. Para muitos, a política é a arte do engodo. E contam com a amnésia coletiva;

- O jornalismo de qualidade deve assumir o papel de memória da cidadania. Precisamos falar dos planos e do futuro. Mas devemos também falar do passado, das coerências e das ambigüidades;

- Transparência nos negócios públicos, ética, qualificação e competência são as principais demandas da sociedade. E também as pautas de uma boa cobertura eleitoral. Deixemos de lado a pirotecnia do marketing e não nos deixemos aprisionar pelas necessárias pesquisas eleitorais.

O tratado do mestre Di Franco vem bem a propósito do momento político-eleitoral em Mato Grosso. Claro que o leitor-eleitor quer um jornalismo de serviços. Mas, será que isso é possível diante de um quadro em que grande parte dos jornalistas é engajada (inclusive, toma publicamente as dores de certos políticos), outros fornecem opiniões e alguns marqueteiros acham que são professores de Deus, enquanto outros têm absoluta certeza disso?

...

*Antonio de Souza é jornalista em Cuiabá/MT


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de Montezuma Cruz (montezuma@agenciaamazonia.com.br)
Em 06/05/2008, 07h07
DIFÍCIL, HEM?
Estimado Antonio: você já deu a resposta no final do artigo, ou seja, não será fácil fazer o jornalismo dos sonhos num território minado por assessores. E as consultorias estão cada vez mais organizadas, atuantes e prósperas ($$$), meu. Traduzindo: dinheiro no caixa, repórter na rua e texto sob autocensura. Seria diferente em outras épocas neste rico Mato Grosso? Óbvio que não. Quanto ao "Mestre Di Franco", representante da Opus Dei em algumas redações de diários neste País, ele também tem os mais altos interesses em ser moralista e vestal. Não é, propriamente, o símbolo da lisura e do professor. Gerações mais novas, no entanto, crêem nele como se fosse o salvador da pátria da profissão. Nunca foi, nem será. Representa, sim, o poder de parte da Igreja Católica no jornalismo brasileiro. Algo que os bem informados estão cansados de saber. Saúde e paz,camarada.

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques