As cenas do desabafo do pai do menino João Roberto, morto por engano por PMs do Rio de Janeiro, foram uma das mais chocantes e comoventes exibidas este ano pelas televisões brasileiras. Paulo Roberto, que é taxista na outrora ¨cidade maravilhosa¨, deu um grito de protesto, que veio da alma de um pai que acabara de perder o filho, de apenas três anos, de uma maneira estúpida e cruel. Impossível ficar insensível ao que mostraram as TVs.

O despreparo das forças policiais brasileiras, com raras exceções, é um fato público e notório e tem provocado uma seqüência de tragédias que envergonham o Brasil perante o mundo. O mais grave é a certeza de que tudo vai continuar como está e que outros inocentes serão assassinados - seja por uma polícia despreparada, seja por bandidos comuns que agem de maneira mais selvagem a cada dia. Tempos atrás ocorreu em Rondonópolis, até hoje as explicações não convencem, e o despreparo continua, não temos notícias de que tenham ocorrido mudanças no treinamento, se é que existe treinamento.

Não é necessário, que você tenha perdido um amigo ou parente de forma brutal e estúpida em razão da onda de violência que nos horroriza e assusta, para ao menos entender a profunda dor que vive hoje a família do menino João Roberto, em especial a de seus pais.

O assassinato de João Roberto é um crime contra a humanidade já que expõe a nossa incapacidade de entender os mais elementares princípios da vida.

De alguma forma todos nós temos uma parcela de culpa na morte desta criança. Foi a omissão da sociedade que permitiu que o tráfico de drogas tomasse conta do Rio de Janeiro, principal cartão postal do Brasil.

Alguém tem dúvida de que, mantida essa omissão, que beira à covardia, os traficantes tomarão conta de outras e mais outras cidades brasileiras até a instalação do caos?

Como podemos agir?

Exigindo de nossas autoridades, dos políticos em especial, que façam da educação a principal bandeira do país e que, na área da segurança, promovam uma profunda reforma nas forças de segurança.

Para sair às ruas, o policial precisa ser bem preparado e receber um salário decente. A Polícia Federal e o Corpo de Bombeiros são exemplos de que as instituições podem funcionar.

Se a sociedade cobrar a resposta virá naturalmente até porque político vive de voto. O contrário significa esperar a próxima tragédia.

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