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TEMA LIVRE : Leonardo Boff

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Economia de revolução?
30/07/2008

Notou-se algo de cruel nas negociações da rodada de Doha acerca do comércio internacional. Enquanto os países ricos se negavam a diminuir os subsídios agrícolas e modificar outros itens da agenda comercial para preservar seu alto nível de consumo, outros lutavam, desesperadamente, para garantir a sobrevivência de seus povos.

A visão dos paises opulentos é míope, pois já se instalou a crise alimentar, possivelmente de longa duração, podendo afetar a eles, mas muito mais a milhões e milhões de pessoas, confrontadas não com a pobreza mas diretamente com a morte.

Já estouraram revoltas de famintos em quarenta paises sem que a imprensa empresarial, comprometida com a ordem imperante, tivesse feito qualquer referência.

Os famélicos sempre metem medo.

A crise alimentar é de tal envergadura, associada aos transtornos advindos das mudanças climáticas, que nos é permitido falar da urgência de uma revolução.

Esta palavra foi usada no dia 2 de fevereiro de 2007 em Paris pelo ex-presidente francês Chirac ao ouvir os resultados alarmantes sobre o aquecimento global.

Advertia ele que, face à atual situação, devemos tomar a palavra revolução, no seu sentido mais literal.

É urgente fazer mudanças radicais nas formas de produção e de consumo, caso quisermos nos salvar e preservar a vida em nosso Planeta. Desta vez não podemos fazer economia de revolução. Há implementa-la já agora.

Evidentemente não se trata de revolução no sentido da utilização de violência, mas no sentido que lhe conferiu nosso historiador Caio Prado Jr:

“Transformações capazes de estruturar a vida de todo um sistema social de maneira consentânea com as necessidades mais profundas e gerais de suas populações, algo que confere um novo rumo às vidas humanas”.

Pois é isso que está se impondo a nível mundial.

A Organização Mundial do Comércio, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a maioria dos governos implantaram um tipo de industrialização da agricultura com a liberalização dos mercados que se regem pela competição e pela especulação, que acabaram por afetar a soberania alimentar da maioria dos paises no mundo.

É ilusão pensar que aqueles que produziram a crise, têm a chave de sua solução. Eles propõem mais do mesmo: mais produção, mais fertilizantes, mais transgênicos, mais mercado não para saciar a fome mas para fazer mais dinheiro.

Ninguém pensa em colocar mais dinheiro na mãos dos famintos para poderem comprar comida e sobreviver. Podem morrer de fome diante de uma mesa farta à qual não tem acesso.

A solução se encontra nas mãos daqueles que no mundo inteiro garantem grande parte do suprimento alimentar: a agricultura familiar e as pequenas cooperativas populares.

A agricultura familiar no Brasil representa 70% dos alimentos que chegam à mesa. Ela é responsável por 67% do feijão, 89% da mandioca, 70% dos frangos, 60% dos suínos, 56% dos laticíneos, 69% da alface e 75% da cebola.

Estes pequenos agricultores, articulados entre si e também em nível internacional, devem formular as políticas de produção, privilegiar os mercados locais e regionais e manter sob vigilância os mercados mundiais para inibir a especulação e impedir a formação de oligopólios.

Este tipo de agricultura aproveita os conhecimentos ancestrais, sabe preservar os solos e enriquecer sua fertilidade com nutrientes naturais.

O Brasil, ao lado do agronegócio, tem que priviligiar a agricultura familiar, pois ela tem condições de garantir nossa soberania alimentar e de ser a mesa posta para as fomes do mundo inteiro.


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