capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 23/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.923.924 pageviews  

Falooouuu... Frases e textos para ler, reler, treler e guardar

TEMA LIVRE : Sebastião Carlos Gomes de Carvalho

Outras colunas do Tema Livre

Um jogo de forças contrárias
28/03/2009

Já é mais do que sabido que quando o vento sopra a favor o barco navega sobranceiro e o horizonte é azul e está bem próximo. Quando porém as ondas encapelam, só os bons marinheiros conseguem manter o prumo. Mas é nesse momento que se dão a conhecer os que têm condições de comando e se mostra a autêntica capacidade de liderança. E a ação política nos regimes democráticos é, em sua essência, um campo onde idéias, posicionamentos partidários e programas de governo se confrontam. Ou pelo menos assim deveria a ser. Infelizmente, assim não vem sendo em nosso país sobretudo depois que cunharam, cavilosa e manhosamente diga-se, a expressão “governabilidade” que tem servido apenas para justificar a geléia geral que assistimos. No quadro nacional dos últimos anos (e não somente com o atual governo) esse conceito histórico da vida democrática, isto é aquele que entende como necessário para vivificação da Democracia o jogo de forças contrárias, descaracterizou-se de forma galopante. Não obstante, aquilo que os interesses partidários e pessoais pretende camuflar ou esconder debaixo do tapete, a realidade concreta faz emergir de forma inequívoca e inevitável.

Alguns aspectos da atualidade nos levam a refletir sobre esses pontos de jogos de forças antagônicas. De relance, vamos a eles:

1. As demissões que vem ocorrendo em grandes empresas potencializam a crise de um governo que, muito embora tendo galgado o poder em nome dos trabalhadores, conseguiu, graças a sua política econômica, conquistar um sólido apoio do empresariado. Enquanto as ondas eram favoráveis, a coisa caminhou bem. A atual crise econômica mundial reverte a política de sorrisos e abraços nas relações de trabalho. As centrais sindicais se acomodaram como um braço auxiliar do governo. As bandeiras reivindicantes foram arriadas e jogadas ao chão. Isto não é novo no Brasil. Agora, com o fechamento de milhares de vagas em dezembro e do processo acelerado de férias coletivas, de demissões de temporários e da suspensão de acordos trabalhistas e diante de uma expectativa de que a situação pode agravar (são vozes oficiais que o dizem) aquilo que a principio foi denominado de “uma marolinha”, os trabalhadores voltam, justificadamente, a inquietarem-se. Mas agora vem o nó górdio da questão para o governo: como agir em sua defesa sem ferir interesses daqueles que só recentemente passaram a ver Lula com simpatia? Como atender satisfatoriamente os dois lados? A “saída” proposta pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, que, num discurso extemporâneo, ameaçou punir as empresas que estejam demitindo, foi logo descartada, pois isso significa interferir diretamente na relação entre patrões e empregados, obrigando uma empresa a contratar ou a impedindo de demitir. Ora, isto é uma excrescência no sistema capitalista. A empresa vê, em primeiro plano, os seus interesses de lucratividade, até porque se deixar de fazê-lo certamente deixará de existir. Depois disso é que virão as demais coisas. Então, o governo não tem como intervir, embora possa criar mecanismos que favoreçam a vida do trabalhador. Disse trabalhador, grosso modo, incluindo evidentemente a classe média, que não deixa de ser formada por trabalhadores de diversas categorias. Então a pergunta prática é: que medidas efetivas o governo adotará a favor de todos, repito todos, os segmentos de trabalhadores que se vêem exprimidos diante de uma política de arrocho salarial, que nega a realidade da inflação, dos altos juros, do caos nos serviços públicos básicos (saúde, educação, segurança pública). Como agirá o governo diante da onda que se agita, mantendo um mínimo de coerência com a política econômica geral? A questão é, mais uma vez: como equilibrar o apoio do empresariado (que antes via o candidato do PT como uma ameaça) com a necessidade de uma política econômica a médio e a longo prazo favorável às classes trabalhadoras?

2. É mais do que sabido que nenhum setor ganhou, e ganha, mais dinheiro no Brasil que o sistema bancário. A política governamental lhe tem sido altamente favorável. Mais até que ao setor produtivo. Mas, com o agravamento da crise, esse setor já coloca em cheque todos os argumentos de uma suposta habilidade e firmeza na direção política do governo. E isto se dá mais especificamente na questão dos juros. Um deles em particular: o denominado spread. Como se sabe, spread é a denominação que se dá à diferença entre os juros pagos pelos bancos na captação de recursos e a taxa aplicada por eles nos empréstimos que concedem. [Continua]

...

*Sebastião Carlos Gomes de Carvalho é advogado, professor, escritor e presidente da Academia Mato-grossense de Letras


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques