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De Última! Só lendo para acreditar

TEMA LIVRE : Sebastião Carlos Gomes de Carvalho

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A irracionalidade e as várias formas de mortes
25/04/2009

“O homem é um animal racional. Racional, às vezes, animal quase sempre” – Walther Waeny

1. Que leis, que circunstâncias, que considerações humanistas ou técnicas são estas que permitem que um indivíduo condenado a quase cinqüenta anos de prisão, embora se saiba que a legislação brasileira não admita pena superior a trinta anos, seja posto em liberdade depois de apenas nove? A população cuiabana está estupefata, estarrecida. O crime que abateu Khaytto Guilherme, o garoto de dez anos violentado, provoca um doloroso nó na garganta. Para além do fato em si, já dilacerante por ele mesmo. Poderia ter acontecido com qualquer um outro. Esse crime hediondo não vitima apenas a inditosa família, a ação demoníaca alcança a todas as famílias. Ninguém pode estar a salvo das forças do mal. Porém, medidas preventivas podem ser adotadas, sem dúvida. Todavia o aparato estatal, neste, como em outros tantos casos, vem falhando miseravelmente. E o resultado aí está. Um monstro foi devolvido às ruas e voltou a cometer o mesmo tipo de crime pelo qual havia sido condenado. Quem pagou duramente já sabemos, mas quem deverá pagará por isto? Passado o impacto, as coisas tendem a continuar como antes. A revolta inicial cede espaço para o conformismo. A mudança para leis mais rigorosas, que a sociedade exige a cada passo de acontecimentos dilacerantes como estes, vem sendo postergada. Por um lado, se presencia a omissão dos parlamentares, que podem apresentar leis ou agilizar a votação de algumas propostas. Mas o que se ouve deles? Você já sabe. Por outro lado, pseudos humanistas se apresentam como defensores de direitos que nos fazem ver a situação, ou com raiva ou com um ceticismo crescente para tanta ingenuidade ou mesmo má fé. Até porque, a preocupação vem sendo sempre com o alegado “sagrado” direito do agressor e quase nunca com o dolorido e sangrante direito da vítima. Acontece o fato hediondo e odioso e todos se revoltam. Depois vem o esquecimento. Assim tem sido. Até quando?

2. Outras espécies de mortes violentas vêm ocorrendo em Cuiabá. Esta semana mais um cidadão foi vitimado pela dengue hemorrágica. A forma mais destrutiva da doença. É espantoso que em pleno século XXI, com todo o avanço da ciência e da tecnologia, uma pessoa possa ser morta por uma picada de mosquito. É um doloroso paradoxo que a ciência evolua, enquanto as práticas humanas continuam muito abaixo. Aqui, tanto quanto no fato anterior, sabemos quem são os responsáveis. Isso irá continuar até quando?

3. Que educação? Que cultura? Todos os candidatos, sem exceção, falam que são a favor da educação, da saúde, da segurança pública e, agora, para eles a palavra do momento: do meio ambiente. No entanto, raramente se verifica uma posição claramente favorável a qualquer um dos temas. Nem ao nível pessoal. Perguntem, por exemplo, a um desses candidatos, antes ou depois de eleitos, sobretudo àqueles que se propõem a serem defensores da educação, e de sua irmã gêmea, a cultura: qual o livro que estão lendo no momento, ou qual o último que leram? Verão que resposta desenxabida darão. Como alguém pode falar em cultura e educação, se não lê? Aliás, pelas falas e chutometros que dão, já se pode perceber. A que se falar em morte da inteligência?

4. O prefeito Wilson está numa verdadeira sinuca de bico. O governador, praticamente lhe deu ultimato, com relação ao prosseguimento das obras do PAC. Cumpre o calendário, o que parece cada dia mais difícil, ou o governo do Estado assumirá o gerenciamento. E com isso, o prefeito irá perder uma excelente visibilidade política. Agora foi a vez do Secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste, do Ministério da Integração Nacional, cobrar que o prefeito utilize o recurso que o órgão federal lhe destinou sem que, passados vários meses, qualquer obra tenha sido realizada. A verba deve retornar à Brasília. É lamentável.

5. Outra morte a que assistimos aqui com muita freqüência, muito além do que seria de se esperar: a morte da Verdade.

...

*Sebastião Carlos Gomes de Carvalho é advogado, professor, escritor e presidente da Academia Mato-grossense de Letras


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