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TEMA LIVRE : Gabriel Novis Neves

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O Vestibular do Enem
18/05/2009

No Brasil, sempre que encontramos uma dificuldade educacional, jamais procuramos corrigi-la. Fabricamos uma estratégia falsa para sairmos dela. Antigamente (usarei as expressões da época) tínhamos a educação caseira, hoje substituída pela educação infantil. Na seqüência o ensino primário geralmente fraco. Inventaram o exame de admissão para o aluno chegar ao ginásio. Hoje retiraram o exame de admissão e a promoção é automática ao ensino fundamental, antigo ginásio. No velho modelo o aluno era avaliado e a sua progressão não era automática. Com isto o índice de reprovação e evasão escolar era altíssimo.

Inventaram a progressão automática onde o aluno, mesmo sem saber nada, conclui o ensino fundamental, antigo ginásio, e chega ao ensino médio. Conclui esta etapa educacional. A maioria com o diploma de analfabeto funcional. Os que prosseguiam nos estudos enfrentavam o vestibular, que antigamente reprovava.

Inventaram o vestibular classificatório e nenhum aluno hoje é reprovado. Em alguns cursos o número de oferta é maior que o número de candidatos. Todos ingressam na universidade e, se não forem vítimas de nenhum acidente biológico, teremos o analfabeto funcional com nível superior.

A qualidade do ensino superior desabou e agora inventaram este novo vestibular onde os filhos dos ricos que freqüentam as boas escolas, os alunos de cor, os índios e os de ideologia não capitalista serão os grandes beneficiados. Aluno pobre tem que ser negro e freqüentar o ensino público. Branco pobre continua fora das prioridades do novo vestibular. Filho de empresário índio com jatinho e dinheiro no exterior tem prioridade. O filho do pequeno funcionário público está fora da lei de proteção ao ingresso à universidade. O filho do líder dos movimentos sociais em defesa da terra recebe benefícios, mas do pequeno e honesto trabalhador rural não.

E a educação superior continua fraca no Brasil. Continuam inventando e fugindo do bisturi cirúrgico para a correção.

O aluno de Medicina antigamente terminava a graduação com a obrigatoriedade de defender uma tese e entrava no mercado de trabalho. Hoje o próprio Ministério da Educação reconhece que o aluno recém saído da universidade não tem condições de exercer a sua profissão. Melhorar o curso superior nem pensar!

Criaram na Medicina a residência médica cuja duração varia de três a cinco anos num reconhecimento oficial da fragilidade do nosso ensino. Nos outros cursos novos apetrechos apareceram. Depois aparecem os mestres e doutores, muitas vezes sem qualificação adequada à melhoria do nosso ensino.

Para coroar o mundo do Stanislaw Ponte Preta – chegou o novo vestibular unificado, ou o vestibular do Enem. Os nossos jovens entenderam que a proposta é mais um engodo para prejudicar os mais pobres e nada para melhorar a péssima qualidade do ensino atualmente ministrado e tão bem avaliado pelo Enem. Eles têm toda a razão.

Também sou contrário a este retrocesso educacional que irá tornar as oportunidades menores aos que mais precisam de oportunidades.

...

*Gabriel Novis Neves é médico obstetra, professor-fundador, primeiro reitor da Universidade Federal de Mato Grosso e "ginecologista" estatutário do Grupo Fazendas Reunidas Perereca Enterprise, Broadcasting & Corporation


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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de Rafael (rafaelbertramello@gmail.com)
Em 07/08/2009, 15h02
De que lado do Brasil você fala?
De que lado do Brasil você fala Dr.? Qual sua renda per capita? Sua família foi escravizada? Sofreu perseguição por sua cor de pele? Já leu o projeto de cotas? Seus filhos tem o que comer? Que qualidade do ensino superior desabou? Da pública? Sabe que a média dos alunos cotistas é superior? Nem todos ingressam no ensino superior meu caro. Observe que pessoas não tem o que comer, quanto mais se beneficiar deste vestibular classificatório de que vc fala. Ah... e tenho por opinião que este país tem uma divída com o povo negro. Uma enorme dívida aliás. Sou branco, mas abraço essa causa.

Comentário de sergio (sergio.o@bol.com.br)
Em 19/05/2009, 14h31
O vestibular do Enem
Tá fácil: é só criarem a cota branco-pobre. Num país em que a estratificação social é a regra,vamos nivelar por baixo, ok?

Comentário de mariacida (mariacidasilva@hotmail.com)
Em 18/05/2009, 10h43
Assino embaixo
Gostei muito do texto do Dr.Gabriel Novis sobre o vestibular do ENEM...
São verdades ditas por um Magnífico....


-Tenho cinco filhos - dois ainda pré vestibulandos..não são negros, não são índios, não são do MST e também não são da classe priviliegiada... são filhos de uma funcionária pública...

Se fosse abaixo-assinado, assinava junto...

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