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TEMA LIVRE : João Vieira
Ferocidade publicitária ... (Em Pirenópolis)
24/12/2009
Vai ver que não é só nesta cidade turística que a selvageria sonora, ou apagão de civilidade tem lugar, reinando absoluto. Das poucas vezes que daqui saio, topo veículos equipados com (o desserviço) de Alto Falantes, a propagar produtos a altos decibéis, e/ou carros-de-passeio, sonorizados, somente pra deleite de seus estranhos donos. E bota estranho nisso!
Aqui em PIRI eles giram em corso, pelas ruas, às vezes noite inteirinha... Com a complacência (estranhíssima), da fiscalização e segurança públicas!
A estranheza proclamada com toda convicção, vem do hábito de “girarem”, os homens, solitos no mais das vezes acelerado, quase sempre com latinha de cerveja ou uma outra bebida, em corso – já o dissemos – ininterruptamente! Tivessem eles alguma mulher para cuidar à noite, uma simples namorada ou até uma mera amiga, não teriam tempo e nem por que ficar perturbando o sossego alheio. Isto sem querer aparentar-mo-nos preconceituosos...
Já durante o dia, desde que amanhece até quando anoitece, a tortura sonora advém do (desserviço) de alto-falantes, com empolgados locutores, secundados por estirões musicais bregas e/ou mal gastos ou de muito mau gosto, a propagar as excelências de tal ou qual produto ou (des)serviço à disposição de prováveis incautos (?).
Assim é que a propaganda renitente de “Bum-bum-Biquinis” compete e sufoca as trilhas natalinas, mas não só: também missas e celebrações de casamentos, batizados, bodas festivas, e as de natureza fúnebre – assim como demais cerimônias rituais, com ou sem cantos, na Igreja Matriz da cidade ou quaisquer dos seus templos. Também as sessões de teatro, e de cinema ou, se quiser, sagradas reuniões-de-família, no íntimo dos lares. Todos, todas, vulneráveis à poluição sonora! Por quê? Resposta óbvia e pronta: casario colonial, sem nenhum isolamento acústico; e com telhas, vamos dizer, movediças...
Coisas enfadonhas como a “paçoca de pilão” provada por Pedro Bial, apresentador da Rede Globo e Ana Maria Braga, idem, idem, anunciada por anos a fio... Também, também, uma galinha à cabidela servida aos pais de Zezé de Camargo e Luciano -- Não! Definitivamente, verdadeiramente, é preciso botar luz ou arejamento na publicidade exposta ou explicita desses ermos brasílicos. Mas principal e providencialmente moderação!
A tragédia é que, já se disse, não é só aqui que o exagero, ou distorção comercial tem vez, lugar e todas as horas. No interiorzão brasileiro, onde quer que haja Energia e pretensos aprendizes da marquetagem, publicismo e manejo expedito de itens eletro-eletrônicos, a amplificação das falas, vozes e cantorias é certa. Líquida e certa! A questão é que Pirenópolis-turística, não é lugar comum, trivial. Um local a mais entre tantos outros. Tantos muitos...
Pirenópolis-pólo-turístico, especial, no tanto que Histórico, Ecológico, Gastronômico e Climático – porquanto serrano. Cênico! Pirenópolis, sublinhe-se, tem um diferencial. Generoso e abençoado diferencial – que parece ser do que mais vive, em altíssimo perfil, com dezenas e dezenas de pousadas-pensões e profissionais preparados como os artesãos, guias, cozinheiros, garçons, músicos e quejandos. E o mais importante: é um burgo diminuto, pequenininho, entretanto sofisticado! E principalmente tranqüilo. E onde quaisquer exageranças, falhas – seja lá de que natureza ou campo de expressão for, tem certeiro e desconcertante realce.
Daí que...
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João Vieira está morador de Pirenópolis-Goiás. (Goyaz?)
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ANEXO - Lei Municipal – Da Poluição Sonora:
“É proibido perturbar o bem-estar e o sossego público ou da vizinhança com ruídos, algazarras, barulhos ou sons de qualquer natureza, produzidos por qualquer forma que ultrapassem os níveis máximos de intensidade fixados por Lei”...
(CÓDIGO DE OBRAS E POSTURAS)
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