capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 22/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.913.702 pageviews  

Guia Oficial do Puxa-Saco Pra quem adora release...

TEMA LIVRE : Fausto Matto Grosso

Outras colunas do Tema Livre

Desenvolvimento e meio ambiente
17/01/2011

Muito já se falou nos meios de comunicação sobre a irresponsabilidade coletiva que está por trás da catástrofe do Rio de Janeiro. Desde as destinações politiqueiras e das mentiras quantitativas sobre as verbas de prevenção, da previsibilidade de tais eventos, do descuido com o uso do solo, da ligação entre pobreza e ocupações de áreas de riscos, da comparação entre os impactos de eventos dessa natureza em países mais responsáveis e na Bangladesh brasileira, entre outras coisas. Imaginem como seria a situação se nosso país tivesse terremotos, vulcões e furacões. Por isso dizem que “Deus é brasileiro”.

Além dessa realidade vivida no cotidiano, a ficção científica, em livros e filmes tem sinalizado com alguns alertas. A disputa fratricida por abrigos para fugir do sol cancerígeno, o congelamento de grandes regiões do planeta, epidemias de cegueira, a inundação total do planeta pelos mares e a luta de vida ou morte por água potável. Para o bem ou para o mal - de Leonardo da Vince, passando por Julio Verne, até os pesquisadores da NASA que estão montando o projeto da primeira colônia humana em Marte - a ficção, muitas vezes, costuma virar presente.

Até que ponto e com que meios podem ser conciliados “desenvolvimento” e meio ambiente. Essa é uma das mais importantes questões da pauta planetária na atualidade.

O conceito de desenvolvimento possui raiz econômica e coloca o homem no centro do Universo, uns mais do que os outros. O homem é o fim e a natureza é o meio. Aqueles que controlam os cordéis da economia produtiva repassam ideologicamente esse valor.

Por outro lado, o conceito de sustentabilidade tem raiz ecológica. A natureza é o centro do Universo. Esse é o campo do movimento preservacionista.

É inegável que - dentro de um determinado estilo de desenvolvimento - existe uma contradição inconciliável entre crescimento econômico e conservação ambiental. Não temos como fugir disso. Se aumentarmos as taxas de desenvolvimento econômico, diminuiremos a qualidade ambiental. Se quisermos melhorar a qualidade ambiental teremos que diminuir as taxas de desenvolvimento econômico. O dilema é ainda maior porque temos o desafio, de incorporar milhões de excluídos aos benefícios mínimos da civilização.

O grande nó a desatar é a criação de viabilidade política para uma mudança do estilo de desenvolvimento. Para sistematizar a idéia, temos que usar aquela expressão odiada pelos beneficiários do status quo, “mudar o paradigma”, mudar o estilo de desenvolvimento.

Em um novo estilo a ser buscado, poderemos aumentar o nível de desenvolvimento da economia sem impor uma maior fragilização ao meio ambiente. Podemos fazer isso também recuperando o meio ambiente dos males causados pelo desenvolvimento predatório. A ferramenta adequada é obvia: ciência, tecnologia e inovação. Por isso a necessidade de modificar a escala dos ridículos investimentos na educação – não me refiro à simples instrução, tampouco à educação profissional para a economia de segunda classe – nos centros de pesquisa, nas Universidades, e também na pesquisa do setor privado.


É preciso também mudanças profundas no padrão de consumo. Não podemos conviver com o uso irresponsável da água, com o desperdício de energia, de matéria prima e de alimentos, com a subestimação da importância do transporte coletivo, com a produção crescente de lixo. O desfio neste caso é racionalizar, reaproveitar, miniaturizar, transitar para uma matriz energética mais limpa.

É por conta da amplitude dessa mudança que a causa ambiental tem que ser global e local, ideologicamente planetária e exige a ação direta responsável de cada um de nós, onde estivermos. Daí o desafio de construirmos um novo paradigma. Nessa travessia, ao que parece, ainda teremos que chorar por muitos mortos.

...

*Fausto Matto Grosso é engenheiro civil e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. E-mail: faustomt@terra.com.br


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques