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TEMA LIVRE : Wagner Malheiros

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Cuiabania
15/02/2011

¨Caro Gabriel, essa questão da tal ¨cuiabania¨ merece algumas reflexões. Enquanto for um movimento em defesa da bucolidade perdida de uma cidade em feérica expansão ou de resguardo e resgate de nossa história, acho válido.

Se for para servir para cooptação ao poder vigente como falso movimento cultural, o leite azeda.

Muito mais o professor do que eu, tem nas memórias aquele sabor doce de uma época, que o tempo corria mais lentamente e nossa cidade se espantava com pequenas melhorias.

Em Cuiabá se nascia no Hospital Geral ou na Santa Casa, as ruas eram de lajotas em paralelepípedos, existiam imensos quintais cercados por muros de adoubo, recheados com grandes mangueiras e jabuticabeiras, em que nos fartávamos.

Era uma cidade pequena como qualquer outra e a interação de membros de seu povo se fazia à miúde.

Longe dos grandes centros, o cuiabano se fartava numa Macondo pantaneira, que bem soube Von Steinen em sua passagem por cá, caracterizar-nos como um um lugar em que ¨Não existe no mundo um lugar em que dançe, beba e se jogue como Cuiabá.¨

Pena que, nossa Macondo não tenha mais as àguas diáfanas da original, descritas por Gabriel Garcia.

Vejo com simpatia, parte de um movimento que busca resguardar essa alma de cidade menor, de tempos idos e por muitos esquecido, incluindo nossa bela história.

É notório ouvir na mídia algumas bárbaries sobre nossa terrinha, sendo a mais vulgar delas referir à nossa região como se fosse uma Baixada. Quisera tivessemos um oceano a nos banhar, assim faríamos frente a Baixada Santista, Fluminense e outras.

Parece que estamos destinados, aqui do Vale do Cuiabá, a ouvir parlapatices que alguns membros da mídia gorjeiam com notável estultice.

Outra grande bobagem é se referir a região do Campo de Ourique, como o centro geodésico de alguma coisa, demarcado por Rondon.

Nosso grande Marechal jamais demarcou centro geodésico, sendo apenas demarcado naquele local o ponto zero em que as linhas telegráficas iriam varar nossos sertões e florestas.

Se tivessemos movimentos de erudição, que buscasse resgardar nossas memórias, aí sim, esse movimento dito Cuiabania teria imensurável valor.

Bem sabes que Rubens de Mendonça não fosse nome de rua, poucos guardariam lembrança. Inda de outra vez discutimos sobre Antonio Maria Coelho, esquecido, e quando lembrado, usado para os solertes de plantão em homenagens vazias.

Quanto ao uso do termo cuiabania, como movimento para dar estofo aos ocupantes dos valhacoutos do poder, concordo que é deplorável.

Cuiabano é quem ama esta terra, e bem recordo, alguns amigos nascidos em outras plagas, que adotaram e foram adotados por nossa amada região, assim como muitos adotaram outras terras, regiões e locais.

Quando a coisa se limita a curiosidades como siriri e cururu, viola de cocho, não que diga não o merecerem, longe disso, mas sem a história, nossas memórias, vejo a coisa muito limitada, e pior, a disposição dos muitos ajambrados em dotações do dinheiro público, visando proteger nossa cultura, com ditas, nobilíssimas intenções.

Mas aí vem a questão que falta algo mais, e parece que os que podem não enxergam além de sua parca visão e pouco conhecimento.

Movimento cultural é dar educação, conhecimento e valor a nossa história. Isso não enxergo na maioria dos defensores da tal dita cuiabania.

Soa cada vez mais acertado o dito pelo nosso historiador, que em Cuiabá se morre de corpo e de memória.¨

...

*Carta de Wagner Malheiros, médico pneumonolista, destinada ao colega Gabriel Novis Neves


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