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TEMA LIVRE : Wagner Malheiros

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A falência do Sistema de Saúde
03/03/2011

Na imprensa brasileira, volta e meia são divulgados dados estarrecedores de como anda a saúde do brasileiro. Apesar de alguns meios políticos e parte da mídia afirmarem que caminhamos para o primeiro mundo com uma economia pungente, possuímos índices que demonstram a miséria da saúde de nosso povo. Doenças erradicadas no restante do mundo são epidêmicas no Brasil; a tuberculose, a lepra, verminoses diversas, a dengue, doenças que são vistas como exóticas nos países mais desenvolvidos ou mesmo em desenvolvimento, aqui são comuns e nos tornam campeões mundiais de acometimento.

O Sistema Único de Saúde não consegue resolver antigos problemas e acabou se tornando o próprio problema. Enquanto o Estado demonstra números impressionantes de atendimentos, a realidade mostra sua face nua e crua. Filas imensas, doentes atendidos no chão, demora para cirurgias simples e a qualidade do atendimento merecendo atenção policial.

O intervencionismo do Estado frente aos convênios de saúde, começa a transferir a péssima qualidade de atendimento encontrada no SUS, aos usuários dos planos de saúde. A constante manipulação e intervenção do governo no sistema de saúde, principalmente agora no sistema privado, buscando socializar e remendar o péssimo atendimento público será a derrocada da medicina privada de convênio.

A medicina é um negócio como outro qualquer e deve ser encarada de acordo com as leis do mercado que uma sociedade livre merece. Nos últimos anos observamos discussões de como se deve caminhar a economia, tendo de um lado o liberalismo da escola austríaca e de outro um balaio de gatos que junta desde jurássicos socialistas, que pregam a intervenção estatal ao extremo aos comunistas que, após a falência completa do pensamento marxista, inventaram uma terceira via na qual deveria existir um grau de intervenção na economia dos regimes capitalistas, tentando transferir a face ¨social¨ do socialismo. O resultado do intervencionismo dos estatólatras é sempre o mesmo, redundando em mais pobreza e novos discursos demagógicos.

Se você aceita que a gratuidade à saúde é um direito constitucional, você está endossando a noção de que alguns indivíduos têm poder sobre a vida e sobre a propriedade de terceiros, algo que contradiz totalmente os princípios da liberdade.

Se você aceita que a saúde pública é incapaz de resolver seus problemas e que se refugiando no sistema privado não receberá um atendimento melhor apesar de pagar um plano de saúde, algo está muito errado.

Se as empresas em um país capitalista estão sujeitas somente às leis de mercado, quem saberá julga-las é a população, pois é esta que decidirá quem continua no mercado ou não, procurando as prestadoras de serviço se adequar ao desejo dos consumidores ofertando qualidade e buscando resultados mais satisfatórios que a concorrência.

Um exemplo que costumo citar aos colegas é em relação à tecnologia aplicada à saúde e os malefícios que a intervenção do Estado promove, procurando socializar o atendimento dos convênios ou planos de saúde. O Estado, incapaz de resolver a demanda de determinados exames de tecnologia mais complexa, obriga os serviços privados a prestarem esses mesmos serviços, numa ação inadequada que onera as empresas, reduz investimentos e, em sua maioria, determinam o uso de tecnologias baratas e ultrapassadas.

Basta pensar no dono de uma empresa que presta serviços de imagem, como a tomografia computadorizada. Ao convênio pouco importa saber se o aparelho de tomografia é o melhor, mais adequado para resolução ou esclarecimento de determinada patologia.

Isso resulta num descompasso, podendo uma empresa comprar um aparelho de tomografia já sucateado e competir com uma empresa que investe num aparelho de última geração que possui uma capacidade de resolução infinitamente melhor. Ao convênio convém resolver o problema de realizar o exame pouco importando a qualidade.

Mas e o mercado, como se comporta a essa realidade?

O mercado é enganado, ludibriado e obrigado a pagar impostos para uma saúde pública péssima e também a pagar um convênio de saúde na esperança de estar cobrindo qualquer intercorrência entre seus familiares. Duas vezes lesado.

A meritocracia no sistema público, salvo raridades, não existe. Hospitais vivem numa rotina medíocre de plantões, na qual a responsabilidade de um profissional acaba justamente no hora que ele bate seu ponto e vai para casa.

O doente tem que ter um responsável, um especialista e o direito de ser tratado com dignidade.

A saída? Somente com o atendimento privado?

Repetindo, com raras exceções, uma medicina de primeiro mundo só está disponível a quem pode pagá-la.

Para ser atendido bem no serviço público deve-se torcer uma somatória de fatores, que pode ser definida como sorte. Existir vaga, existir medicação, existir médico atendendo e existir serviço auxiliar a contento. Em resumo, tudo tem que dar certo!

Criar mais leitos em unidades falidas como faz nosso Secretário de Saúde é perpetuar o ruim, enrolar e não trazer soluções definitivas.

Falta alguém que consiga enxergar o erro, corrigi-lo e fazer o correto.

Da forma que está seria melhor a saúde pública se limitar ao básico, na atenção primária e subsidiar serviços privados para atender a população. Mas isso sem conchavos e roubalheiras. E, principalmente, sem intervir num mercado que procura dar certo.

Não é o convênio da saúde, que anda ruim das pernas, que vai salvar o SUS. Se assim persistir, os dois irão morrer abraçados no mar da demagogia e incompetência.

Mas nisso somos bons: sermos incompetentes!

...

*Wagner Malheiros é Pneumologista em Cuiabá/MT.


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