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O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

TEMA LIVRE : Wagner Malheiros

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Barra do Bugres
10/03/2011

Desta vez parecia que era coisa séria. Da boataria o povo já havia se assustado,mas agora as notícias que corriam eram que eles realmente estavam por perto.

Lá para o lado de Goiás era voz corrente que tinham matado muitos e que donzelas foram violadas. Onde passavam de pobre o povo passava a ser miserável. As donzelas que não se escondiam eram possíveis vítimas da sanha de homens desfigurados. Muitas famílias choravam ainda a morte daqueles que ousaram defender a honra de seus concidadãos. Diziam que lá em Rio Bonito tinham matado até crianças e que o povo não saía do mato com medo deles retornarem. Aquele bando de homens ganhou o nome de coluna do diabo e a simples menção de seu nome era seguido do sinal da Cruz.

Pela manhã chegaram em Barra do Bugres, o povo desesperado na sua maior parte se meteu no mato. Muitos encheram a pequena igreja onde a rezaria corria solta.

Ouviram-se tiros. Poucos minutos após passou correndo esbaforido Seu Antônio Coutinho, gritava que já estavam matando gente. Entrou na igreja após esmurrar a velha porta. Após entrar, passado alguns minutos a rezaria aumentou.

O tiroteio aumentou. Da igreja ouvia-se agora ao invés da ladainha, gritos desesperados.

A notícia de quem vinha corrido era que os “policias” foram atirados e os homens chegavam ao pequeno centro da cidade.

O caos se instalou. Chegaram atirando e invadiram a igreja, muitos apanharam e alguns foram atirados. Casas eram reviradas e o choro de mulheres e crianças se fazia ouvir pelo vale do rio Paraguai.

Horas duras para um povo simples e pobre. Do bar levaram tudo, não sobrou uma garrafa de cachaça. As casas foram saqueadas, tudo de valor roubado ou como eles diziam em gargalhadas, eram bens confiscados em nome de um Brasil melhor.

Foram embora no rastro da destruição material e moral de um povo. Teve gente que passou semana no mato, outros jamais voltaram.

O tempo passou...

Bem ali, na margem direita do rio Paraguai tem um pequeno memorial. Foi erguido em honra dos quinze mato-grossenses que morreram enfrentando a dita Coluna Prestes.

O tempo transformou a história. A mentira contada por alguns historiadores servis a mesma ideologia propagada pelo chefe da coluna, se transformou em verdade. De bandoleiros aqueles homens viraram defensores de causas sociais.

Os mortos, foram esquecidos.

Se você amigo, passar um dia em Barra do Bugres, pare ali naquele humilde memorial. É em homenagem a bravos homens da nossa terra que morreram duas vezes. A primeira defendendo a honra dos seus. A segunda morte foi o esquecimento que lhes devotaram.

...

Wagner Malheiros é médico pneumologista em Cuiabá/MT


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