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TEMA LIVRE : Wagner Malheiros

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Um Guaicuru e um Português
11/03/2011

Era o ano de 1801 na cidade de Concepción. Nas pequenas ruas o alvoroço era grande, soldados apressados corriam para o porto com suas armas e bagagens. O pequeno comércio local não dava conta das encomendas, uma multidão levava e trazia caixarias. O clima era de urgência.

Nixinica era um índio Guaicuru. A sua etnia era reconhecida como a mais guerreira de todo pantanal, por décadas tendo infligindo imensas perdas para aqueles que ousavam passar por sua região. Somente foram conquistados a duras penas por acordos de amizade e presentes oferecidos pelos portugueses. Exímios cavaleiros atacavam em grupos que chegavam aos milhares. Sua arma mortal era a zagaia, uma grande lança que podia carregar uma ponta de metal. Com ela, matavam seus inimigos a galope e também se divertiam matando onças.

O índio notou a agitação e curioso se dirigiu ao porto da pequena cidade. Por entre as vielas as pessoas concorriam ao mesmo destino. O clima não era festivo, o ar carregava imensa tensão.

Ajuntou a um passante e perguntou o motivo da urgência e algaravia. É para o início da invasão, lhe foi respondido.

Dom Lázaro, Governador de Assunción havia determinado a ida de quase mil homens para tomar o Forte de Coimbra. Seria o primeiro passo para ir além, talvez até Cuiabá.

Os maiores canoeiros do Pantanal eram os Paiaguás, que aliavam a velocidade com o uso afiado da ponta do remo para trespassar seus oponentes.

Mas desta vez, um guerreiro Guaicuru se mostraria digno dos maiores feitos entre os canoeiros das tribos dos Paiaguás.

Nixinica não era um índio qualquer, era um cacique entre os seus.

Partiu com sua canoa para uma viagem de quinhentos quilômetros. Foi só.

Remando dia e noite, mal se alimentando, conseguiu chegar a frente dos invasores.

O chefe do forte era Ricardo Franco que ao saber da invasão preparou como pode as defesas do forte, ainda inacabado e com parte da muralha por fazer. Era apoiado por menos de cinqüenta soldados e por poucas dezenas de civis.

A hora havia chegado. Pouco abaixo, na curva do rio assomaram quatro goletas carregando doze canhões e quase mil homens. Os espanhóis haviam chegado.

Dom Lázaro, ciente da superioridade ultimou a rendição imediata. A resposta foi a luta. Durante nove dias o embate foi renhido. No décimo os homens do forte observaram os navios seguirem a corrente rio abaixo.

A invasão havia sido debelada.

Naquele dia, um índio Guaicuru e um militar português garantiram a integridade da fronteira do Estado de Mato Grosso.

...

*Wagner Malheiros é médico pneumologista em Cuiabá/MT


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