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TEMA LIVRE : Wagner Malheiros

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Moreno escuro
29/03/2011

Minha esposa acha que escrever dá confusão. Isso pode realmente acontecer, principalmente em nosso país no qual a liberdade de expressão não está ainda bem fundamentada e existem grupos que se dizendo em nome da liberdade querem tolhê-la.

O grupo mais perigoso é o que defende o politicamente correto.

Li e reli a maioria das matérias e comentários a respeito da confusão em relação ao comentário do Julio Campos, adjetivando um senhor ministro de moreno escuro.

Na minha família tenho um cunhado negro, uma cunhada japonesa, outros de olhos claros descendentes de sulistas. Eu mesmo sou filho de europeu com cuiabano.

Minha família é então como dizem um grande balaio de gatos de todos os matizes.

Voltando à questão do racismo, vou citar dois exemplos usando meus meninos.

O mais velho um dia chegou da escola me perguntando o que era racismo. Por mais que eu tentasse explicar ele não conseguia compreender. Fui dar uma olhada no material da escola e me surpreendi com o tom político dado à matéria.

Estavam ensinando a meu filho que as pessoas não eram iguais, que existiam diferenças entre elas e que tinha que existir política e movimentos para resolver isso.

Meu filho achava que todos eram iguais. A escola mostrou que não. Por quê?

O segundo exemplo veio do meu filho mais novo. Tem sete anos. Perguntaram a ele como eram as pessoas bonitas. Ele respondeu que mulher bonita era igual uma coleginha dele, loirinha de cabelo liso e olhos claros. E o homem? Ele disse que tinha que ser forte, alto e preto que nem seu Tio Adão – meu cunhado.

As crianças não sabem o que é racismo, não entendem o racismo.

O problema é que parece existir um movimento social que perpetuam antigas e ultrapassadas demandas ideológicas em nome sabe-se lá do que.

Minha mãe é loira de olhos verdes, meu pai era um cuiabano típico. Na minha meninice não existia racismo, ou melhor, não o ensinavam em sala de aula.

Agora o pior de toda a questão é que existe parte da mídia que deseja demonstrar racismo onde não existe. Nosso ex-governador nada fez de errado.

Se alguém me chamar de moreno claro ou moreno escuro para mim não significará nada. Para o meu filho a cor do Tio Adão é bonita e a minha não.

A questão é que após o dito “escorregão” do nosso político alguns grupos se arvorando em defensores da dignidade, criam tamanho estardalhaço que mesmo sendo absurda a discussão, acaba por criar constrangimento até em quem possa ou deseje defender o autor da frase e tentar jogar luzes no imbróglio.

Quem defende o Julio passa a ser racista, veja só!

Se não for racista no mínimo, por certo, é um alienado ou membro da direita branca elitista.

Eu estou é com meus filhos. Tanto o branco como o negro é bonito.

Acredito que existem grupos que têm interesse em criar, perpetuar e mistificar o racismo no país. Alguns chegam ao absurdo de tentar atingir a honra alheia criando fatos onde não existem.

Julio Campos nada fez de errado.

O erro está nas pessoas que o afrontaram, o racismo está na cabeça destes.

A razão para alguns parece ficar ao lado dos que gritam mais...

Mas afinal, quando eu estudei lá no Grupo Escolar diziam que a origem do homem era na África.

Não seriamos então todos afro-descendentes?

...

*Wagner Malheiros é médico pneumologista, mameluco, não tem emprego público e antes que o digam não é eleitor de Julinho.


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