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TEMA LIVRE : Valéria Del Cueto
Obrigado, doutora!
26/06/2011

Inverti os horários, mas não o dia nem o local. Hoje é sexta, estou na Ponta. Porém...
Que destino. Mas não há o que reclamar. É muito cedo para notarmos o desconforto. O sono é maior apesar do vento geladinho que parece querer dar uma de desmancha prazeres e não deixa o sol firmar o calor na pele.
Ledo engano para quem se deixa enganar. Seus raios poderosos e do bem fazem seus melhores efeitos, dourando a pele e fortificando os ossos, dizem os especialistas.
Já está convencido(a) medicinalmente, caro leitor(a), da necessidade premente de minha permanência no tempo/ espaço que se apresenta?
Pois é, cumpro recomendações médicas. O sol é essencial para “grudar” o cálcio nos ossos e evitar a osteoporose, explicou-me a médica, colega da minha irmã também médica, enquanto eu soltava rojões e dançava quadrilha de alegria por estar obrigada a freqüentar a praia em busca do meu amigo íntimo e saudável, o sol medicinal, o ano inteiro. Chato, né?
A mudança no horário, muito providencial nessa época do ano em que o dia termina mais cedo e, antes disso o sol se esconde atrás da linha dos prédios de Copacabana (ao contrário do verão, quando ele se põe para os lados da banda esquerda do morro do Cantagalo), se deu graças a uma hóspede muito especial. Como ela vai viajar de volta para o Planalto Central ao meio dia, fizemos tudo para que houvesse um tempinho para ela curtir as benesses da natureza “medicinal” do Leme.
Maria Lima, a personalidade que me faz acordar de madrugada alegre e feliz, é conhecida das terras mato-grossenses. Moramos juntas em Cuiabá quando chegamos para trabalhar numa emissora de TV. Ela, rapidamente partiu para Brasília onde é jornalista da área de política. Eu fiquei muitos anos mais que ela, e sempre que posso ainda faço sobre vôos periódicos quase permanentes pelas terras de Rondon.
Voltando às recomendações médicas, há mais uma para o rol das tarefas preventivas. Fazer exercícios: andar e malhar.
Já deu pra ver que essa vai dar mais trabalho, do momento que são duas em uma.
Como não sou muito disciplinada, já resolvi agir de acordo com a premissa dos Alcólatras Anônimos: um dia de cada vez. Um dia caminho pela praia, outro ando por Copacabana, faço uns alongamentos... Isso, por que já está frio de-mais para pensar numa hidroginástica.
É bom lembrar que a ginástica também é importante para que eu possa estar inteira nas jornadas fotográficas que têm acontecido pelas quadras e barracões de samba da cidade.
Você se convenceu? Eu também. Difícil é praticar. Mas não posso desistir. Eu sei.
Olho a praia que se estende convidativa e sinuosa ao longo de Copacabana. Penso na partida de minha amiga e como foi bom reencontrá-la. Levanto-me para irmos para casa decidida: despeço-me dela no táxi e vou direto caminhar pela orla. Tratamento duplo para obedecer à prescrição médica.
Obrigado, doutora. Além de cuidar do meu físico, seu tratamento também areja minha cabeça e inspira meus pensamentos e escritos!
...
*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte da série Ponta do Leme, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com


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