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De Última! Só lendo para acreditar

TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes

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Defesa plena
07/07/2011

Nasci ao abrigo de uma velha tapera de pau a pique e chão batido, nas cercanias da sede da fazenda Rodeio Novo, no município de Palmas, no
Paraná.

Isso já vai longe no tempo, mas minhas raízes continuam sorvendo da ancestralidade a seiva abençoada que circula nas artérias da razão e
da consciência, feita de princípios saídos da hoje rara fonte donde jorra justiça, amor e respeito ao próximo e ao que a ele pertence; uma
fonte de amor a Deus e à Natureza.

De herança material modesta, tive o privilégio de ver minha vida escorregar por caminhos tortuosos e íngremes, pespontados de dificuldades as mais variadas, aqui e ali, mas também por caminhos
macios e de paisagem agradável aos olhos e aos sentidos.

O horizonte que sempre esteve escancarado à minha frente nunca deixou de mostrar as boas razões que movem Deus – ou que nome queira dar à inteligência que comanda o Cosmo – a nos colocar obstáculos à passagem, enquanto, na garupa do tempo, nos embalamos pela vida afora.

Quanto mais obstáculos, mais exercício mental, espiritual e físico, mais aquisição de força, mais capacidades de seguir adiante, mais conhecimento, melhores exemplos, mais envergadura moral e mais sabedoria. É por isso que o mundo se mostra difícil, muitas vezes, e é por isso que só se fortalecem aqueles que perseveram na marcha e
caminham decididos a chegar.

Foi nessa caminhada assim repleta de diversidade, experiências e lições novas, que aprendi respeitar a mim mesmo e aos companheiros de jornada.

Nem sempre tive o que queria, é bem verdade, mas nunca deixei de agradecer pelo que em cada tempo me servia à vida e jamais desejei ter o que a outros pertencia. Patrimônio moral que herdei de meus pais!

Nem por isso tudo me vejo melhor ou mais puro do que qualquer outro, mas é exatamente por isso que tem sido assim com o que tenho em cada tempo e com o que busco conhecer e ter enquanto existo e sigo pela vida.

Conheci pessoas de muitas nacionalidades, cores epiteliais as mais variadas, variadas etnias, conduta moral, intelecto e juízo de composição sempre diversa, morei em bancos de praça, tive dias de fome e sede, conquistei grandes amigos, vivi muitos amores, morei bem e mais ou menos, ganhei e perdi dinheiro, vi partir companheiros de
jornada e pessoas que enfeitaram minha vida enquanto estiveram por aqui e... quando se foram deixaram saudade e vazio.

Fui engraxate e coroinha, entreguei marmita em lupanares, aprendi profissões, fui ator, locutor, escritor, engenheiro e inventor. Até fui chamado de doutor, embora não o fosse e, nessa ânsia de ser, tenho sido um insistente buscador de conhecimento e Luz.

Divido com todos o que sei e posso e, mesmo ante tanta vivência, lições e experiências, ainda não aprendi a compreender as razões que levam pessoas a quem a sorte sorriu sempre, transformarem-se em
arremedos de gente boa, em pessoas de pouca luz, pouco valor e moral nenhuma.

Por tudo o que já vi, senti e vivi, ao me surpreender lendo coisas como as que tenho lido sobre figuras públicas alvo de denúncias graves
que remendam com mentiras deslavadas e desfaçatez, sinto um desconforto enorme e enorme indignação. A política com que um dia sonhei virou entulho de coisas, ações, pessoas e palavras inservíveis, degeneradas e nocivas que, pra meu lamento e o de muitos mais, enfeiam a história, sujam a honra e desmerecem a vida. Rui Barbosa haveria de sentir-se mal, se inda hoje
vivesse.

Agradeço a Deus, à liberdade e à vida, minha estada em meio a ela e o fato de nem lá, enquanto estive, me haver deixado influenciar ou
denegrir; ser livre é escolher caminhos e andar por eles mirando o alto e não o chão.

Homens públicos levados às capas de revistas e às manchetes que os escancare e desabone, se não ao povo, ao Brasil e à história, a si mesmos, honrando-se, devem explicações sobre aquilo de que são acusados.

É impossível fazer de conta que está tudo bem e muito improvável que pessoas de bem sintam-se à vontade respondendo a tudo com a simples alegação de que “não há provas”. Homens de bem não fazem isso e, quando vitimados por inverdades, defendem-se e provam inocência, razão e moral; não pra tranquilizar quem os julgue, mas porque prezam a
honra, dão valor à moral, respeitam a Deus e a si próprios.

Dizer que não há provas é pouco, é pequeno, é inconsistente e é leviano. Defesa plena, baseada em fatos, documentos e honra, é o que o Brasil espera dos acusados dos recentes escândalos do DNIT e dos velhos escândalos dos aloprados, todos próceres da política nacional e protagonistas de uma história que precisa ser folheada com esmero, pra mostrar suas entranhas com verdade, lisura e honra.

A verdade só vale se for servida inteira; não há meia verdade e não há meia mentira. Ou é uma coisa ou é outra; nessa seara não há meio termo.

...

*Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro


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