Cá não estou na maior enrolação no sistema “tecla que eu engulo” após horas e horas de vôo e embromação.

Estava decidida a resolver a questão literária semanal antes da viagem, mas acabei indo por ordem de relevância profissional e como escrever a crônica é sempre um prazer inenarrável e, portanto, adiável ela foi ficando, ficando...

Bom, faltam apenas alguns parcos minutos para fechar o caderno do jornal Diário de Cuiabá e, tanto o editor, quanto o santo diagramador, protegidos do calor senegalesco que acalenta a cidade Verde por um possantíssimo ar refrigerado, estão lá tamborilando a beirada de suas respectivas mesas de trabalho, com as pontas intranqüilas de seus dedinhos, enquanto eu cato milho e espremo minha inspiração do lado de cá.

E quando digo lado de cá é beeem de cá. Retrocedi minha latitude e longitude para mais perto do Meridiano de Greenwish e estou a espera de Judith e do Nilson, meus queridos primos gaúchos. A Ponta do Leme será o ponto de partida para minha tentativa de retribuir a(s) maravilhosa(s) acolhida(s) que tive em Uruguaiana, Rio Grande do Sul em memoráveis carnavais e outras tantas temporadas.

Não vai prestar, sabemos. Mas não pelas razões que você maldosamente pensou caro leitor. Será pouco tempo (no meu caso) para muitas atividades. Mangueira, Mocidade, quadra, barracão, praia, da Brambini, performance do maravilhoso Adir Sodré, na Galeria Lígia Clark, caminhada na praia de novo (há uma previsão de pior no tempo no final de semana), empadinhas de queijo e sucos do Natu, dolce far niente assistindo peladas na areia do Leme, umas e muitas que ninguém é de ferro... Tudo até quarta feira!

Parece samba e quase é. Pelo menos serão dias embalados no ritmo, graças a Deus. Afinal, também sou filha dele e vez em quando também mereço um agradinho.

Verdade que esse tal de agradinho inclui trabalho pesado no sentido lato da palavra já que, em parte do tempo, estarei com minha câmera fotográfica e seus acessórios nos ombros ou nas mãos aproveitando para registrar mais algumas fases da preparação do carnaval 2012. São elas: a escolha do samba na quadra da Mangueira e a construção do barracão da Mocidade.

Isso me faz projetar o tempo, que já não é suficiente para as atividades externas, necessário para editar o material recolhido. Preciso de outra Valéria para poder realizar tudo isso! Ou então, diminuir meu período de sono e substituir meus sonhos pela realidade (graças a Deus, pra lá de agradável) que me atropela...

Tem seu lado ruim, mas também seu lado bom. Foi na minha primeira virada noturna dessa empreita que, sem conseguir pregar os olhos e comendo batatinhas da Cia Aérea, tirei as fotos que ilustram esse texto, na chegada madruguenta a abençoada cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

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PS: Queridos editores. É com enorme prazer que ressalto ter conseguido produzir um legítimo produto 3X1. Neles estão citados meus pontos cardeais editoriais: Rio, Cuiabá e Uruguaiana...

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*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte das séries Parador Cuyabano e Ponta do Leme, do SEM FIM http://delcueto.multiply.com

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