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TEMA LIVRE : Valéria Del Cueto
Arriba!
16/10/2011

Antes de começar a ler esse artigo, um alerta: desista caso você não seja tão apaixonado por esportes quanto eu.
Sou franca, sincera e admito que é sempre difícil - quiçá impossivel - encontrar um tema por semana que agrade a todos os poucos leitores desse espaço. Até tento acertar, procurando na caixa de Pandora em que se aninham minhas idéias e pensamentos formas de satisfazer, pelo menos numa frase ou parágrafo, as diferenças que me habitam e alimentam os interesses de quem me lê.
Se falo de Cuiabá, procuro mandar uma bola para o Rio e fazer com ela um rebote em Uruguaiana.
Se mergulho na música, antes de chegar na beira do precipício do rock, dou uma respirada estratégica num blues, afundo a braçada no estilo clássico e aperto a pernada em ritmo de samba. E por aí me mantenho por mais tempo por uma certa predileção já conhecida de vocês. Vamos que vamos!
Quando falo de política é como se estivesse numa pista de atletismo. Mas isso depende do trabalho. Basta um tiro curto para resolver uma situação de crise ou encarando uma maratona, com direito a subidas íngremes e descidas desembestadas para eleger um candidato. O negócio é sebo nas canelas! É claro que, de vez em quando, é preciso saber lançar um dardo, ou praticar salto a distância. Vou bem até nos quatrocentos metros com barreira e seguro a onda nos revezamentos. Duro mesmo é o salto com vara!
A verdade verdadeira é que meus escritos sempre passam pelo pólo aquático, quando luto para descobrir o melhor assunto para me manter discretamente submersa e como fazer aquele gol que faz surgir no seu rosto um meio sorriso, por tem compreendido uma insinuação tão sutil e ao mesmo tempo violenta, como aquele golpe submerso que passou batido para o olhar atento do juiz, mas fez o efeito necessário para desarmar o oponente.
A vida de cronista é assim. Cheia de modalidades. Normalmente não praticamos esportes coletivos, a não ser quando conseguimos bater uma bola e tabelar com um parceiro de página ou fazer o levantamento perfeito de um assunto que servirá para outro escrivinhador fazer o ponto, dando aquela cortada cheia de efeitos.
Hipismo também não faz meu gênero. Acho lindo adoro cavalos, mas prefiro seguir o sábio ditado que diz: “Mais quero um asno que me carregue, do que um cavalo que me derrube”, quando o assunto são minhas crônicas. Polêmicas, pero no tanto. Evito assim maiores contusões e me mantenho em campo, senão como uma atleta, pelo menos como uma torcedora fiel de todo e qualquer esporte.
Mas se você me apertar para matar a sua curiosidade sobre qual meu esporte preferido, vou ter que deixá-lo sem resposta. Tudo depende da alma geminiana que me habita. E são várias...
Todas elas estão que nem pinto no lixo, em pleno Jogos PanAmericanos de Guadalajara, infelizmente pouco badalados por não serem exclusivo da maioral das comunicações no país. Mas que culpa têm os milhares de atletas, reunidos na cidade mexicana, pelo resultado do leilão que definiu os direitos da transmissão dos Jogos? Nenhum. Sei que não é isso que importa, nesse momento, para eles. Graças a Deus, o espírito olímpico é maior do que o valor das cotas de patrocínio. Como já dizia o Barão de Cobertin “ O importante é competir”. No meu caso, escrever e poder falar das vitórias e histórias que acontecem nessa maravilhosa reunião de talentos pan-americanos.....
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*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte da série Parador Cuyabano do SEM FIM http://delcueto.multiply.com


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