Interessante observar que a indústria brasileira está tendo uma contribuição bastante pífia em seus índices de crescimento, como também quando comparados com os da agricultura e de materiais primários que compõe a nossa estrutura de produção colocada em termos de produtos primários, secundários e terciários.

Em uma análise sem aprofundamento, mas bastante elucidativa de acordo com dados oficiais e oficiosos divulgados pela imprensa, no Brasil um dos homens que mais obtém renda é um produtor que atua na exploração de minérios, e um dos considerados maiores exportadores de produto primáro agrícola representado pela soja sem nenhum processo de valor agregado ao produto é um ex-governador e hoje senador.

A nossa economia conseguiu voltar aos meus tempos de estudante, quando na faculdade mostrava que a industrialização permitia valor agregado aos produtos primários, e que o mesmo era o grande responsável pela criação de emprego e pela responsabilidade de acumulação do capital permitindo assim o seu reinvestimento, gerando emprego e renda e fazendo o estado do bem estar social exercer as suas atividades, de investidor, empregador, acumulador e responsável por atividades sociais como saúde, educação, segurança, defesa e outros não cobertos pela iniciativa privada através de seus lucros.

Será que os responsáveis pela nossa matriz econômica não conseguiram detectar o valor do nosso valor agregado, como o ditador Getúlio Vargas que implantou a Vale do Rio Doce; o democrata Juscelino que implantou a industrialização e nos fez crescer 50 anos em cinco; com o regime militar responsável pela solidificação e estruturação do valor agregado em nosso País através da legislação tributária principalmente?

...

*Professor fundador e titular de Economia da UFMT. Presidente do IMAR - Instituto Memorial do Araés

Compartilhe: