Estou no trecho, em cima do laço. Quase nunca é assim. Mas, se tudo fosse sempre igual, não ia ter graça fazer todas as semanas uma escrevinhação pra você, leitor.

São muitos os fatores que interferem na minha produção semanal. Essa semana, por exemplo, o texto já estava pronto, mas quando fui digitá-lo – escrevo a mão se lembra? – vi que estava quebrando uma das diretrizes básicas que procuro – mas nem sempre acho – seguir: nada de reclamar da vida, nem politizar esse espaço. Observar e comentar, tudo bem, mas analisar, só sendo paga – e muito bem - para isso.

O que contaminou minha crônica foram notícias sobre as greves que se alastram nas polícias, primeiro, baianas e, depois, cariocas. É difícil não dar pitaco, principalmente se, por dever de ofício, acompanhamos as notícias diariamente.

Para apagar essa vertente, tomei o rumo da praia, no Leme. Mas, ao olhar meu horizonte me dei conta que nos próximos dias ele vai estar – no mínimo - com uma coloração diferente. E não é por causa do tom caldo de cana das águas impróprias para banho. Saem os vermelhos que caracterizam as barracas dos bombeiros salva-vidas e...

Antes que você caia de pau, dizendo que os caras deixaram as praias desprotegidas, um aviso: eles estão lá, cuidando da gente como sempre, só não estão com os uniformes de costume. Trabalham à paisana, cumprindo seu papel com a mesma dedicação de sempre.

É isso que faz dessa categoria uma das mais apreciadas e queridas da população. São gente boa, esses bombeiros!

E, se você quer saber, acho um absurdo o que eles ganham pra cuidarem do nosso bem estar. Uma merreca imerecida diante do “venha a mim o din din alheio” que impera impunemente entre nossos dirigentes!

Tá vendo? É difícil manter a linha e não cair no assunto que domina noticiários e conversas pelo Braisl.

As informações são desencontradas. Para uns, há greve, para outros, não. O que uma chamou de “vigília” em rede nacional, na verdade, foi uma assembléia das polícias civil, militar, dos bombeiros e... dos agentes penitenciários.

Se começa assim, como acreditar nas demais informações veiculadas pela emissora tela quente? Eu, sinceramente, começo a procurar fontes mais fidedignas e confiáveis!

E, assim, chegamos ao mérito das redes sociais, onde existem todos os tipos de informações que, devidamente filtradas, podem dar uma idéia do que realmente está acontecendo.

Não é a toa que a tag #grevePMBA começou a dividir o pódio com a #grevePMRJ nos TTs (os mais citados, pra quem não manja do riscado) do Twitter na noite em que a segunda foi decretada. Como a fila anda, no dia seguinte, ambas perderam a ponta para a #CorruPtosDay.

Foi aí que vimos a força dos principais responsáveis pelo motivo da posição da campeoníssima: #PT32Anos. Esta veio rasgando e ocupou a segunda colocação nos tópicos virtuais. O segundo, eu disse, por que o primeiro continuou sendo a ação que provocou a reação.

E a segue a vida, as vésperas do carnaval. Nada que a gente não tire de letra, olhando o lado bom dos acontecimentos e esperando que a maré mude e traga de novo o verde-azulado dos mares que navegamos.

O importante nessa hora é saber ler os sinais que nos chegam e nunca deixar de lado a máxima do profeta: GENTILEZA GERA GENTILEZA. A vida, apesar de difícil, tem que ter uma certa leveza e graça.

Quando deixam...

...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte da série e “Ponta do Leme”, do SEM FIM - http://delcueto.multiply.com

Compartilhe: