TEMA LIVRE : Coluna do Bebeto

Não há juíz em Mato Grosso
12/11/2004- José Roberto Amador*

Dia destes a mídia regional publicou artigo da lavra de um magistrado onde ele utilizou a bela fábula sobre os juízes de Berlim para indagar se ainda havia juízes em Mato Grosso.

Fiquei matutando sobre o assunto por alguns dias.

A segurança jurídica é a principal preocupação das pessoas que têm compromisso republicano.

Nesta semana assisti a parte de uma entrevista que o famoso juiz Julier Sebastião da Silva concedeu a uma emissora de TV local.

Naquele momento me veio à mente a indagação que o outro magistrado fizera no artigo.

Seria injustiça de minha parte colocar num mesmo saco todos os magistrados estaduais e federais que atuam em nosso estado.

Mas, com base nos trechos que assisti da entrevista com o juiz Julier, a resposta que eu daria à pergunta do seu colega, infelizmente, é não.

Não há juíz em Mato Grosso.

Fiquei pasmo ao ver o juiz Julier emitir antecipadamente opinião sobre assuntos que possivelmente ele ainda irá julgar.

Fiquei perplexo ao assistir um magistrado deixar clara sua coloração partidária e ideológica.

Fiquei espantado ao ver aquele juiz demonstrar que pratica um tribunal de instrução, jogando no lixo mais de quatrocentos anos de aperfeiçoamento e avanço institucional.

Posição inquisitorial semelhante à do seu parceiro procurador Pedro Taques, que se manifestou contrário ao direito do réu escolher um advogado de defesa.

Percebi no olhar do magistrado aquela ira típica dos derrotados, provavelmente em função do resultado das urnas em Cuiabá.

Ele bem que tentou influenciar a vontade popular em favor do candidato do PT, ao qual é nítida sua simpatia.

Mandou invadir a sede do partido adversário e forneceu munição para a campanha. Conseguiu, no máximo, jogar a disputa para o segundo turno.

A vontade do povo foi manifesta nas urnas.

A reclamação pelo resultado demonstra apenas a falta de fair-play que impera no petismo. Auto-crítica não é com essa gente.

Nestas limitadas linhas não é possível aprofundar o raciocínio.

Acho que se o juiz tem vontade de ser político deveria ter a coragem de disputar o voto popular.

Antes, deve deixar de lado a magistratura, pois esta não coaduna com partidarização nem com ideologia.

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WATERGATE CUIABANO – Tive a informação que as sedes do PSDB regional e municipal tiveram seus telefones grampeados. Volto ao assunto em breve.

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José Roberto Amador, 41, é jornalista e republicano.

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