Hoje em dia, é comum as pessoas -- historiadores ou não --, tentarem verificar a origem das pessoas, fatos, músicas, folclores, enredo, teatro etc.

Acho que a religião cristã resolveu o fato da origem do homem com o bico da pomba chamada de Espírito Santo, quando justificou a origem de Jesus.

A ciência colocou no lugar a origem da humanidade quando descobriu dentre as funções do corpo humano e de todos os entes vivos, a capacidade de procriação através do esperma e do óvulo. Já não é sem tempo que está na hora de cessar esta busca de origem.

A religião também acha que nem todos são iguais a não ser perante a lei divina ou terrestres.

A origem do carnaval pode ser europeia ou africana com todas as conotações regionais nacionalistas ou épicas como no caso dos tambores africanos ou tribais com significados guerreiros ou de chamamentos políticos ou ideológicos da Europa.

Os desfiles das escolas de samba ou mesmo de blocos ou cordão em nenhum momento convidam a população para revoluções, guerra ou mesmo para a prática de violência individual ou coletiva.

O que se mostra é algo que nenhum outro povo viu. É o chamado teatro a céu aberto ao ar livre com o povo participando através de músicas cognominadas samba com melodias próprias, e com enredos e histórias folclóricas às vezes, mas sempre com bom humor e bom gosto representado nas fantasias e danças que retratam a miscigenação brasileira.

Há pouco descobrimos que uma das cidades mais desenvolvidas do mundo, Munique na Alemanha, completou mais de oitocentos e cinquenta anos. Descobrimos então que o nosso pais passou há pouco tempo dos quinhentos anos.

Parabéns carnaval brasileiro, samba brasileiro, enredo do teatro brasileiro mostrados a céu aberto. Somos mais que um povo. Somos etnia. Hoje ensinamos como se faz arte e humor para público com conhecimento heterogêneo e não para as pessoas mais bem aquinhoadas da sociedade.

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*Professor-fundador e titular da UFMT aposentado e presidente do IMAR - Instituto Memorial do Araés

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