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TEMA LIVRE : Valéria Del Cueto

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Tiro e queda
03/06/2012

Na dúvida, quase dancei. Perdi a hora, por que não sei o rumo e o tempo não ajuda. Faz calor, mas chove e minha praia está instável. O tempo nublado cinzentão me impede de ver o céu. Nada de sol, lua ou estrelas. Imagino a situação dos navegantes que se guiavam pelos astros para alcançarem territórios inexplorados. Não é fácil essa vida de tempo ruim astronômico. Ai, tudo fica assim, meio não sei não.

Aproveito para resolver as pendengas que pululam influindo severamente no meu entorno: instalar o depurador de ar (chique, não é? Que nada. A cozinha não tem janela, nem respiro. Dá pra acreditar? Fritar um bife, nem pensar. Fazer feijão, uma aventura cujo aroma se estende aos quartos e a sala e por ali permanece...), dar um jeito nas carrapetas do chuveiro, ressuscitar a velha TV, por que não quero comprar uma nova e ela resolveu, além de calar a boca, ficar sem imagem também. Uma seleção de pequenuras pelas quais - espante-se – agradeço.

A vida lá fora não está fácil. Quente, molhada, nebulosa e violenta. Tanto é verdade que a dúvida quase derrubou minha rotina semanal. Explico: tenho saudades e quero voltar a escrever no meu caderninho. Nele e seus antecessores sei que estão registrados, escritos à mão, meus melhores devaneios. Lá, jurei deixar guardada uma visão (míope e astigmática, confesso, ainda que não me sinta responsável por um defeito de fabricação sobre o qual não tive chance de optar) do que vivi na passagem por esse mundão, na virada do milênio.

Ultimamente, reconheço que o tenho evitado por não querer contaminar esses relatos com assuntos triviais e asquerosos da vida sociopolítica que se desenrola diante dos olhares estupefatos de todos nós. Toda semana juro que vou voltar à antiga prática e, portanto ao meu meio preferencial de registro. Mas, quando vai chegando a hora de sentar e escrever, descubro que, como cidadã não há como calar-me diante dos acontecimentos que me cercam. Aí, lá se vai para o fundo da gaveta, (quer dizer, da bolsa de praia) o caderninho não afeito a assuntos menores, mas necessários de serem abordados.

E, na dúvida, procurando uma maneira de voltar à prática salutar, vou deixando para o fim do prazo a entrega da crônica semanal esperando, até o último minuto, que o tempo abra, o sol apareça e um fato novo positivo suplante minha indignação com o que vi no decorrer da semana. O tempo, inexorável voa em direção ao meio da tarde, assim como, num determinado momento, depois de me render ao teclado insensível do notebook, meus dedos tentam se entender com as teclas, obedecendo meu cérebro tão truncado quanto a vida.

Poetei, mas não escapei de chegar ao motivo desta crônica não estar no meu panteão escrito à mão. Lutei e rodeei até encontrar, pelo menos, uma abordagem positiva para o triste e lamentável assunto em pauta, a falência do que chamam Estado de Direito no país. Se os três poderes constituídos já não cumprem suas funções: o Judiciário não julga PRA O POVO ( trabalha de forma corporativa, defendendo outros e seus interesses), o Legislativo não legisla PARA O POVO (faz lobby e leis em seu próprio benefício e dos que o bancam) e o Executivo não executa PARA O POVO (e isso inclui não apenas uma classe, mas todas as que compõe nossa sociedade civil), isso é sinal de que não há mais, a rigor, um estado constitucional estabelecido e atuante.

Aí, chego ao lado bom. Os votos que nós milhares de mato-grossense demos, nas últimas eleições, ao senador Pedro Taques. Votos que o permitiram impedir o prosseguimento de mais uma agressão a uma norma constitucional: o direito ao silêncio, exercido por Demóstemes Torres, na CPI do Cachoeira.

Poucas vezes me senti tão bem representada politicamente como ali. O resto dos acontecimentos foi uma decorrência do Estado desordenado que citei acima. Onde a ignorância quer vencer a razão no grito e interpretações superam os fatos reais tentando – espero que em vão - mudar seu significado.

...

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte da série “Ponta do Leme” do SEM FIM http://delcueto.multiply.com


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