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TEMA LIVRE : Valéria Del Cueto
Embarcando nessa...
09/09/2012
Surreal e muito mal. Esta é a experiência de voar de Floripa para o Rio pela Jet, a Web. Aos todos nada!
Antes, você entrava no aeroporto, ia ao balcão onde fazia o checkin e despachava sua bagagem. Agora já começa escravo tendo que, numa maquininha com espaço para meia pessoa e nenhuma bagagem (ela fica ali ao lado, dando sopa) digitar seu localizador, prestar informações pessoais, ler e concordar, saber o que pode e não pode, fazer a escolha da poltrona.
Operação habilmente realizada com malas bolsa, casaco, etc, etc, tudo (des)equilibrado no nada por que se não há apoio previsto para você, imagine para suas múltiplas e inseparáveis tralhas. Não é um digitador? Danou-se, cate milho ou cisque em volta. Pode ser, talvez, quem sabe, exista um simpático sorriso da companhia parecido com aqueles que ficam nos terminais de banco no dia do pagamento dos aposentados, recitando a ladainha com ar de tédio e olhando como se você fosse um idiota e/ou incapaz.
Acabou? Trabalhou direitinho para a companhia? Já viu quem dá as ordens no pedaço? Então vá para o antigo princípio despachar sua bagagem. Precisa de tudo que precisava antes. Documento de identidade, os dois papelitos cuspidos pela máquina inicial... Coube tudo na sua mão? Na minha não. Mas só guarde a bagulhada depois de, tendo excesso de bagagem, se dirigir ao guichê da companhia e juntar aos apetrechos seu cartão de crédito para pagar o devido e reconhecido débito.
Com mais um papel na mão dê meia volta, retorne ao primeiro balcão para receber de novo, agora com o ticket da bagagem colado atrás os dois papeizinhos tipo folhinha amarela de comprovante bancário aquela que empalidece irremediavelmente com o tempo, que lhe garantem o passaporte para a aeronave.
No caso de Floripa não se assuste se, ao olhar para o painel de voos, o seu estiver piscando (já?) embarque/boarding, mesmo muito antes do horário a que se refere o ato. Eu corro, tu corres, todos corremos em direção a sala de embarque para a longa fila do o Raio de um só X, por que o outro equipamento existente ri da sua cara e dos demais enfileirados ao seu lado... desligado e tranquilo.
Passada a inspeção a pilha continua. Em frente ao portão indicado no painel com boarding/embarque, ninguém. Vai ver é noutro portão. Não é não. Lá é o voo para São Paulo, avisa aborrecido o último da fila para embarque, cabe ao felizardo que viaja para a terra da garoa esclarecer os desorientados em busca do sol carioca.
Outra olhada e muda o alerta para now boarding/embarque imediato. Só se for por abdução. Por que, além de fechado, não há nem sinal de alguém da companhia. Aliás, nem companhia, por que no portão 3 há apenas a bancada da TAM. Dois portões adiante está o da jegue, quer dizer, Web
Mas é melhor nem chegar lá por que a voz simpática anuncia que passageiros das poltronas de número baixos devem ir para a porta da frente e das altas pra trás pela porta de trás da aeronave. Ao mesmo tempo em que o painel apressadinho pisca o alerta de ultima chamada do embarque que ainda não começou... Sorte que não está chovendo. Depois de caminhar livre leve e solto pela pista do aeroporto só os privilegiados da porte da frente tem direito a cobertura na escada que leva a aeronave. O povo da porta dos fundos sobe na chuva mesmo...
Já pensaram como será isso na copa? Melhor pular a sub-sede das delícias. Se experientes experimentados em todos os tipos de voo dos teco-tecos aos superaviões internacionais se confundem, imaginem os turistas que virão? É confusão!
Como o espaço é restrito pelos meus carrascos editores Lorenzo Falcão e Fred Marcovici, vou parando por aqui, antes de subir aos céus, onde aventuras incríveis nos esperam, incluindo as possibilidades insanas da viagem. Curioso? Aguarde o próximo capítulo...
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*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Esta crônica faz parte da série “Parador Cuyabano” do SEM FIM. delcueto.cia@gmail.com
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