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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes
Um grito guaxo
26/10/2012
Sou só um cidadão brasileiro, como tantos outros desses a quem os governos da nossa história não têm dado lá muita importância desde os tempos de antanho.
Mas, exatamente porque me ufana a condição de nativo desta Terra das Palmeiras, cantada por Gonçalves Dias e tantos mais, é que não me permito compactuar com o ilícito, a mentira, a malandragem política, o tal jeitinho brasileiro e o desrespeito à Lei e à ordem. Nem neste particular e nem noutro sou diferente de compatriotas que seguem suas sendas, malgrado sacrifícios que enfrentem, de sandálias limpas.
Não creio que autoridades constituídas, sejam elas de que níveis forem, discordem das disposições e das sentenças condenatórias do Supremo Tribunal Federal aos réus do mensalão, ou contra elas se manifestem. Seria tripudiar sobre a própria Justiça, sobre a cidadania e sobre os direitos da gente brasileira. Seria uma inversão de valores e então não seria mais possível acreditar nas instituições, na democracia e na Pátria.
Estou por completar 66 anos de idade e não penso em abdicar dos meus direitos cidadãos, porque em assim fazendo envergonharia meus filhos, minha família, meus amigos e meu País. E porque assim penso e porque assim tenho buscado agir em toda a minha vida, em havendo perdão aos recém condenados pelo Supremo Tribunal Federal, tal é o que se cogita, que eu seja condenado ao cárcere; não como ou porque copartícipe da canalhice de alcunha mensalão! Mas porque então a Justiça estará do avesso cá fora das grades, e ao avesso da Justiça, eu não quero estar.
Mas, se prevalecer a Lei, como espera o povo, que então seus ditames sejam levados às últimas consequências e a Justiça feita. Que o erário seja recomposto em todas as importâncias daí usurpadas e que aos réus, despojados de todas as honras um dia conhecidas, sejam levados a ocupar sua nova e vergonhosa condição de simples e comuns encarcerados, pelos crimes que o Supremo Tribunal Federal, a mais alta instância do Poder Judiciário do Brasil lhes houver imputado.
Ou isso ou atem-me as mãos, pelos acenos inconformados que faço em desaprovação ao privilégio, esse dispositivo maroto que em tudo conflita com a democracia, com a cidadania e com o direito coletivo, que segundo as letras da Constituição do Brasil nos coloca em perfeita igualdade.
Quem sabe até, se a preferência for pelo alívio às penas a eles impostas, queiram calar-me a voz. Façam-no! Mas não calarão o meu coração bugre e a minha voz que grita, como Tiradentes, “Libertas quae sera Tamen”! Um grito guaxo, porque minha Pátria mãe estará, destarte, morta em seus sentimentos e sonhos de soberana liberdade. Estar livre de até então poderosos, mas de tão minúscula envergadura moral, é uma grande e estridentemente comemorável liberdade!
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Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro
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Comentários dos Leitores
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Comentário de ceneka (ceneka@ig.com.br) Em 26/10/2012, 10h49 |
HAVENDO PERDÃO... |
...A SUPREMA CORTE NÃO MAIS TERIA RAZÃO DE EXISTIR. |
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