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Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

TEMA LIVRE : Gabriel Novis Neves

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Transplante de órgãos
13/12/2012

Há mais de vinte anos realizava-se no antigo Hospital Geral de Cuiabá, hoje hospital Geral Universitário (HGU), o primeiro transplante de rins.

Depois o Hospital Santa Helena realizou também o seu, e o Hospital Santa Rosa ficou conhecido como o hospital referência nesse tipo de procedimento.

Todos esses hospitais não são do Estado, e atendiam os pacientes do SUS mediante convênios e filantropia.

Apesar de todas as dificuldades tecnológicas, mais de trinta transplantes de rins foram realizados.

Em 2004, após humilhações inexplicáveis sofridas na Delegacia de Polícia instalada dentro da Secretaria de Saúde do Estado, o médico chefe daquele serviço pediu o seu descredenciamento do Ministério da Saúde para poder realizar transplante de rins no Brasil.

O Hospital Santa Rosa, que atendia o SUS, também se descredenciou e deixou de fazer essa cirurgia, para infelicidade dos pobres.

Há três anos não se pratica transplante de rins em uma cidade que possui profissionais qualificados para esse procedimento e tecnologia de apoio local, como laboratórios para exames genéticos, enfermagem preparada, além de possuir duas excelentes escolas de medicina.

O hospital onde o governo do Estado investiu para transplante de rins, não possui alvará da Vigilância Sanitária que permita a realização desse ato cirúrgico.

Apenas uma enorme placa com o nome de dezenas de autoridades do Estado responsáveis pelo empreendimento está presente.

Dinheiro foi perdido e, em breve, o Centro Cirúrgico Renal e a UTI serão utilizados como espaço burocrático.

E o nosso dinheiro investido?

Aguardemos o parecer do Tribunal de Contas. Os responsáveis por esse ato de vandalismo com o sofrimento humano e com o dinheiro público têm que ser punidos.

Este ano, em plena campanha política, o governo do Estado, aliado ao governo federal, anunciou que o Ministro da Saúde - em perfeita sintonia com o partido do governador - iria construir aqui o Hospital dos Transplantes de Órgãos.

Inclusive foi declarado o valor dos recursos que estariam sendo repassados.

Pois bem. O candidato alinhado perdeu as eleições e não se fala mais no tal hospital dos transplantes.

O que se discute são trincheiras e o ambicioso projeto do VLT, com sérios problemas perante o Tribunal de Contas da União, pois os recursos para as obras não estão sendo liberados e o trenzinho não ficará concluído para a Copa.

O governo passado “inaugurou” também o setor de transplante de medula óssea, o Banco de ossos e o de pele.

Não possuímos nem condições de retirar órgãos de doadores, e muitas famílias não têm o seu desejo atendido por ineficiência e negligência dos gestores da cidade da Copa do Mundo.

Vários governos estaduais e municipais desta nação criaram a Lei do auxílio-funeral de incentivo às famílias de doadores de órgão.

Nós também possuímos a nossa. É a Lei Nº 7423/01, que instituiu o auxílio-funeral para os doadores de órgãos, de autoria do Deputado Carlos Brito.

Único setor que funcionava com eficiência em transplantes, terminando com as filas da desumanidade, era praticado em hospital privado, o excelente Hospital de Olhos.

Esse hospital chegou a realizar até quarenta transplantes de córnea por mês.

O governo do Estado deixou de pagar a taxa de auxílio funeral alegando falta de recursos (!).

O serviço praticamente parou, realizando dois ou três transplantes de córnea por mês!

O pior é que a nossa gente, a não ser os necessitados, ignora mais esse crime cometido contra os pobres.

Triste cidade materialista e desumana!

Até quando iremos assistir diariamente a esses atos criminosos na passividade?

Os pobres estão sem voz. Não possuem representantes.

Está tudo dominado pelo terrorismo dos poderosos.


...

*Gabriel Novis Neves é médico obstetra, professor-fundador, primeiro reitor da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, ¨ginecologista¨ estatutário e compulsório do Grupo Fazendas Reunidas Perereca Enterprise, Broadcasting & Corporation e nas -- poucas -- horas vagas, compositor.


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