capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 17/04/2025
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 31.464.139 pageviews  

Hoje na História Saiba tudo que aconteceu na data de hoje.

TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes

Outras colunas do Tema Livre

O que de fato importa
16/03/2013

A administração pública padece de vícios insanáveis, porque o imediatismo ideológico de muitos que a ela chegam pelas vias do voto, permite que os que lá estão - acomodados e garantidos em seus postos - façam qualquer coisa que queiram. Até mesmo agir contra o interesse público.

Quem está do lado de cá e – normalmente - desconhece os labirintos do jeitinho brasileiro tão comum nos bastidores das repartições, vê o gigantismo dos erros que do lado de lá são praticados todos os dias, sem que nem mesmo os responsáveis pela guarda e pelo zelo da moralidade pública se apercebam ou se preocupem em percebê-lo.

É porque quem está do lado de cá, ou vê com olhos técnicos ou com olhos de contribuinte e cidadão. Em ambos os casos, olhos que transmitem ao cérebro as grandes preocupações com o que é de todos. O que não acontece com boa parte dos chamados “servidores públicos”, os quais – no embalo do sacrifício de ir até lá todos os dias - não se dão conta das tramas à sua volta. Ou são os próprios responsáveis pelo entrecho.

Quem está do lado de lá vê com olhos políticos. E os olhos políticos só enxergam o agora; o imediato. Os olhos políticos são cegos para os efeitos, porque estão postos em cérebros treinados para produzir e perceber apenas... causas.

O Artigo 41 da Constituição Federal – elaborada e promulgada por “servidores públicos” - determina que um deles só perde o cargo em três situações:

“- Decisão judicial transitada em julgado,

- após processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa, e

- mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa”...

O que pode levar muitos anos. E se o cabra for muito “importante”, extingue-se o cargo e tudo se desfaz em brumas.

Desse modo fica claro que - para desencanto de quantos sonhem com dias de honra, moral, competência e ética no gerenciamento do serviço ao povo - tudo continuará como tem sido.

A menos, é claro, que - por uma dessas surpresas do destino - os membros do Poder Legislativo brasileiro sofram alguma transmutação que os faça ver a tarefa que lhes cabe, de legislar em benefício da Nação e do Povo, com olhos e mentes voltados, realmente, para os interesses da Nação e do Povo.

Se não para eliminar a “estabilidade” no serviço público, pelo menos para obrigar que ele seja disciplinado, medido, monitorado, indicado e eficiente. Como na empresa privada.

Até lá, prefeitos, governadores e presidentes da República estarão reféns de ideologias partidárias garimpeiras de poder, de assessorias despreparadas - porque só políticas e sempre apadrinhadas - e, o pior de tudo, sob os caprichos de uma categoria profissional recheada de gente pra quem tanto faz ser eficiente, indiferente, competente ou incompetente.

É o pecado capital da “estabilidade” no serviço público, onde não há nada que obrigue ou induza o sujeito à responsabilidade e à lisura no exercício do cargo ou função de sua alçada. Ou vale a índole exemplar de cada um, ou vale a leviandade secular de muitos outros; sempre pelos extremos. Esse é um ponto.

O outro ponto é a imoralidade no serviço, que começa nos gerentes públicos, passa pelos empreiteiros sem escrúpulo e chega aos servidores sem patente, mas também ávidos de poder econômico e de conforto financeiro fácil.

Soubessem - todos eles - que tudo isso é possível conseguir apenas com o trabalho, quiçá a desonestidade grassasse em outras plagas que não o serviço público.

Certa vez pedi a um prefeito amigo meu, que mandasse arrancar de todas as repartições públicas municipais, as pestilentas tabuletas que ostentam, acintosa e marotamente, a inscrição: "Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela, é crime.

Pena: detenção, de seis meses a dois anos, ou multa”. (Art. 331 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40).

Não por implicância, mas pelo absurdo que ela representa. Eu a considero uma declaração desnecessária. Se quem estiver atrás do balcão - ou da mesa - tratar muito bem a quem se dirigir a ele em busca de informações ou préstimos, certamente não haverá desacato.

É obrigação de qualquer funcionário tratar com cortesia ao seu patrão; no caso, qualquer cidadão que o busque. Seria até o caso de – em se mantendo a dita tabuleta – colocar ao final dela a seguinte inscrição: “E vice versa”.

Ou seja, cidadão mal atendido por servidor público também pode e deve representar contra ele. O que seria legítimo, porque afinal de contas, é do bolso do contribuinte que sai o soldo do servidor ao final de cada mês.

O voto obrigatório é tão nocivo que a cada nova eleição mais e mais parlamentares despreparados, incultos, mal sucedidos na iniciativa privada e mais ávidos de ganho fácil, chegam às casas legislativas brasileiras.

Que há parlamentares em todos os níveis e mandatários idem, honestos e dignos, claro que os há! Mas, no contexto geral em quantidade tão inexpressiva, que passam de todo despercebidos, desconsiderados e até... desobedecidos.

As experiências da vida têm me mostrado que um homem bom, inteligente, probo e digno não é, necessariamente, sinônimo de administrador bom. A menos que tenha determinação, disciplina, autonomia administrativa e certeza sobre quê lugar na história deseja ocupar.

Um prefeito, um governador ou mesmo um presidente, se está de fato determinado a ser um bom mandatário, chuta o pau da barraca, instaura processos administrativos, apura irregularidades, pune culpados por desmandos e desvios comportamentais devidamente comprovados, programa avaliações periódicas de rendimento e produtividade, cobra resultados e não compactua com leviandades, insolências e patifarias.

O próximo mandato? Que importa que haja ou não um próximo mandato, se a história está sendo escrita agora? Que importa que me reprovem, os de má conduta, se o que busco é o reconhecimento do meu intento em fazê-los responsáveis por suas práticas? Que importa que me execrem os desajustados, se é contra eles que a humanidade deve declarar guerra, pelo bem comum?

O que de fato importa é que se alguém quer, então faz acontecer. Quando um parlamentar ou um mandatário foge das suas obrigações e dos compromissos que deve manter com os princípios de moral e ética, ou deles se resguarda por excesso de diplomacia ou mau uso da boa educação, quem paga por isso é o recanto pátrio onde exercem seus mandatos.

Quem paga por isso... somos todos nós.


...

*Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques