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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes

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Desassombradamente
06/04/2013

Estamos nos aproximando dos primeiros 100 dias das novas administrações municipais do Brasil. O povo escolheu seus Prefeitos mediante votação e isso quer significar que é ele, o povo, o responsável pela eleição de cada um.

Estamos falando - evidentemente - dos Prefeitos eleitos e não dos Vices. Em que pese sua importância no processo, não foram sufragados; os vices jamais o são. Mas esse é assunto para outra oportunidade, quando houver consciência de que precisamos mudar isso também. Vice-prefeitos, Vice-governadores, Vice-presidentes e suplentes de senadores, por não serem considerados candidatos e, portanto, não receberem avaliação popular, não deveriam exercer mandatos. Por que não constarem das cédulas de votação? Estariam querendo despistar a opinião pública, ou usurpar o poder do voto? Aqui a lei precisa ser revista.

Cidadãos, devemos cumprir obrigações e vigiar para que os nossos direitos sejam observados. Seria assim se primássemos pela verdade insuspeita, assumindo posições sem precisar sujar os joelhos diante das pressões que sobre a opinião pública exercem alguns setores da sociedade organizada e grupos políticos nacionais. É por decorrência dessa pressão com ares de agressão, muitas vezes, que a sociedade se acanha e se desestimula na busca de caminhos e soluções, deixando-se conduzir – em muitos casos até acovardadamente – a situações as mais inusitadas.

Poucas mentes se dispõem a escrever e a opinar, a dizer e a palpitar, a esclarecer e a apontar, sem meias verdades e sem rodeios. Se há uma verdade de interesse público, sempre haverá uma boa razão pra ser anunciada. Não há nenhum desdouro em dizer verdades ou escrever sobre elas. Fico pasmo quando me deparo com comentários na internet e em programas de rádio, onde o autor se reclusa no anonimato. Melhor seria que silenciasse sobre tudo, ao invés de se esconder de sua própria cidadania. Nada justifica a anonímia! Rui Barbosa dizia que “atrás dela se alaparda a covardia, se agacha o enredo, se ancora a mentira, se acaçapa a subserviência e se arrasta a venalidade”. Bom seria se a comunicação no Brasil contemporâneo assumisse que verdades são a melhor notícia.

Aliás, sobre isso Monteiro Lobato diz, em carta a seu amigo João Palma Neto, datada de 24 de janeiro de 1948, que "Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a ideia de não desagradar ou chocar ninguém (...) Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver - cadeia, forca, exílio."

Estou construindo um novo blog que leva esse texto de Lobato como insígnia pendurada no átrio de entrada. Se é que posso dizer que os blogs têm um átrio. Mas, aos 67 anos de idade me reservo o direito de pensar, agir e ser assim, desse jeitão meio Monteiro Lobato, meio Carlos Lacerda, de ser. Aliás, foi Carlos Lacerda quem disse que “o que o Congresso Nacional simula produzir é mais em função de interesses de grupos e de cobertura eleitoral do que do interesse efetivo da coletividade”.

Mas voltemos ao tema, que nem é Monteiro Lobato, nem é Carlos Lacerda e tampouco é o Congresso Nacional. O tema continua sendo os primeiros 100 dias das administrações municipais do Brasil 2013, que ainda não frutificaram e ainda não prenunciam ações que as defina desta ou daquela maneira, eficientes ou não, dignas ou não. Mas já é tempo e é hora! Não se pode esperar que a inércia devore outros preciosos meses, e que o povo brasileiro ainda careça de outros 100 dias para sentir se o seu voto foi de acerto, imperfeição ou desencanto.

É aqui que se materializa o grande pecado que cometem os governantes brasileiros nas épocas que antecedem as convenções partidárias e, portanto, as eleições. Fazem acordos com toda sorte de parceiros políticos, e depois perdem as rédeas, se desacreditam, se desqualificam e acabam promovendo desgovernos e desesperanças. Não é o que espera o povo e não é o que merecem os mais de 5.500 municípios do Brasil.

Se há escolhas mal feitas, em cada staff, que se lhes anule e se as refaça! Se há secretários e assessores desmerecendo confianças, aqui e ali, que se os deponha e exonere em nome do bem comum, se há parceiros revelando perfis diversos daqueles mostrados antes do pacto, que sejam convidados a sair da administração do município onde atuem. Mas que em nenhum momento - e sob nenhum pretexto! – seja retirado ao povo o direito de se indignar, caso haja desacertos que possam ser corrigidos em nome da moralidade pública, da ética, da eficiência, da competência e da honradez.

O homem ou a mulher votado e eleito é responsável não mais por si mesmo, mas pelos destinos do quinhão que o voto lhe delega, temporariamente, como dever de zelo e de prosperidade.


...

Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro.


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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de Bruno Gaspar (bruno.gsf@hotmail.com)
Em 06/04/2013, 11h56
E mundo cão!
"O Brasil tem uma das maiores populações de prisioneiros do mundo,
Com mais de 550 mil pessoas na prisão.
Nos próximos dois anos, o número de pessoas sem trabalho no Brasil
aumentará em 500 mil e a tendência de queda da taxa de desemprego
registrada nos últimos anos será invertida.
Se os prisioneiros,tivessem trabalhando seria 1.050.000.
Se nao hovesse crime qual seria o numero de agentes da justica sem trabalho.
quantos seria o numero de pessoas sem trabalho??
Somos manipulados sobre uma existencia de guerra criada pelo propio sistema.
E toda guerra gera gasto!
quem lucra com isso? somentes o sistema!
Quem paga o gasto com a prisao e o propio povo trabalhadores.
Em quem fornece o emprego e criminoso com sua liberdade.
cade a igualdade somos todos humanos!!! hee mundo Cão.

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