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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes
Brincando com a Língua e as palavras
03/09/2013
Só quem caminha caminhos, pisando pedras e espinhos, pode falar do que sentem os próprios pés. Impossível falar de coisas não vividas; amor, dor, pecados, virtudes e - menos ainda - vida.
Já fui engraxate, morador de rua, jornalista, radialista, cantor, dublador, ator - de teatro e TV - já fui laboratorista de solos, topógrafo, engenheiro de estradas, de montagens industriais, barrageiro e... outros mais. Ultimamente mais sentado, porque já aposentado, tenho sido um pouco escritor, um pouco inventor, assessor, consultor... Política? Nada! Porque a crítica – sempre muito pesada! – mostra nuances que nem todos os lances, mostram; é quando as qualidades morais, de quem as tem... se prostram.
Conhecendo de tudo um pouco e, de tudo um pouco fazendo, aos poucos fui aprendendo e, percebo, que é possível não ser um placebo, sendo o que não se é, o que não se gosta e não se quer. Percebo que é possível ser assim, porque é assim que a vida é. E, se só se vive o que se quer é importante, portanto, homem ou mulher, escolher sementes – decentes – e, logo de saída, decidir-se a viver dignamente... a vida.
Tudo isso e mesmo assim, olhando o mundo, pensando a viagem – que não é uma bobagem! - sentindo as necessidades, as atrocidades, a violência sem clemência, penso – tenso - que precisaria saber mais; ter feito mais! Fazemos sempre muito pouco e, por pouco não passamos por aqui sem fazer nada. E ao fim da estrada, rostos ao vento, quem sabe... o arrependimento.
Então - não mais como antes mas, vacilantes - olhamos o além e a vontade de voltar volta também e... se agiganta. É quando, soltando um grito rouco, da garganta e, morrendo, mesmo não querendo e ainda assim, é o fim.
O panorama moderno, pra quem almeja o céu – ou o inferno – tem sido amiúde bordado, no campo e nas cidades, de tronchas autoridades. Pessoas insensatas, pretensiosas, prepotentes, desonrosas, cinzentas figuras chatas, vazias, personalidades frias e, isso não é bom. Porque a decência, a moral e a competência é que devem dar o tom!
Cada qual com suas manias – não é assim que eu gostaria - mas, nem só de trejeitos compõe-se o corredor estreito - de atividades - por onde escorregam vaidades, veleidades, potencialidades... Cada um é um e não cabem dúvidas, na verdade, sobre individualidades; sejam elas, celebridades ou... nulidades.
E como uva seca, a vida passa, sem graça muita vez mas, insistente, e arfando o peito da gente o sentimento arranha a alma que, com calma e reticente, implora, pacientemente, a Deus, que é Pai e tudo Faz, que nos conceda outra vez mais; pra fazer tudo bem feito! Porque sempre tem um jeito, pra quem sabe aonde vai. E se não deu pra fazer tanto, peço a Deus que então me ajude e que tempo inda me reste, pra fazer coisas a mais; como queriam meus pais e esperam meus descendentes. Coisas competentes, que me orgulhem – de verdade! - e que sejam bons exemplos pra que quem vier em outros tempos, lembre de mim com... bondade.
Não quero ser quem não sou e nem tampouco o que não fui; mas a decência muito influi na essência do ser humano. E é bom, até, que assim seja, que é pra que Deus nos veja, estenda a mão e abençoe, assim que a sineta soe e a vida... abaixe o pano.
...
*Arquimedes Estrázulas Pires é apenas um cidadão brasileiro
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