TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes

Independência ou morte
06/09/2013

Nascido na brenha brasileira, nos confins do sul continental e parido de família laboriosa, não obstante dificuldades originais fui acostumado desde muito cedo a respeitar mais velhos, autoridade constituída, professores, lei e ordem.

Emerso desse berço agreste inda menino e só, me vi lançado pela vida a voos jamais imaginados e, aproveitando – como o falcão – as correntes de ar quente que me ascendiam a níveis que emocionam, fui aprendendo coisas e buscando – de pronto - colocá-las a serviço de quem comigo estava; ou voava.

À aproximação do ponto de onde posso antever a tabuleta que me indica já haver percorrido quase sete décadas e assim vivido, tendo vencido tentações e obstáculos diversos, interessantes e indiscutíveis, me vejo na contingência triste e enfadonha de presenciar, diuturnamente, repetições marotas desse comportamento medonho que na seara política produz líderes desairosos e mesquinhos, malandros e moralmente negligentes, que optam pela escritura de uma história bufa, em lugar de fazê-la dignificante.

Sinto-me a própria entranha do Brasil sonhado nos sonhos de Pedro II, no desprendimento de Isabel, nos versos de Bilac, nos discursos de Rui Barbosa e na tenacidade de tantos heróis pátrios que se revolvem, com certeza, nas covas onde repousam seus cadáveres restos. E sinto assim, a dor do descaminho a que nos levam justamente aqueles a quem o povo deposita votos, confiança e crédito. Figuras quase apátridas que primam – ao chegarem lá – pelo benefício próprio, o enriquecimento ilícito, o escândalo e a vergonha que perderam - é verdade - mas que permitem seja encontrada pelo povo e deste core as faces.

Onde a tua independência, Brasil do Dia do Fico? O Príncipe Regente resolveu ficar, por decisão de um sonho que inda hoje te faz independente só no grito que gritara a 7 de setembro, se bem me lembro! Quero-te, e assim também te quer toda a tua gente, Brasil; por inteiro independente, consciente, patriota e consistente!

Onde a tua paz, Brasil do intenso raio fúlgido que à terra desce? Onde as tuas honras, colosso impávido que o hino canta? Onde o teu lábaro, Brasil verde e amarelo, branco e azul anil? Pensam trocar teus sonhos, com sentimentos de fora. Mas não será esta a hora; não da tua desonra e do teu abandono! Porque como gritou Guairacá no sul das tuas plagas, grito eu, aqui e agora: “Esta terra tem dono”!

Precisamos retomar a ética, mudar a retórica e enobrecer a dialética; já não é possível seguir convivendo com tal política vil. Ou trocamos os líderes que nos difamam, ou acabarão eles, por difamar o Brasil.

E, se para todos nós e – claro! – para o Brasil, queremos melhor sorte, juntemo-nos nós, povo brasileiro e, peito ufano, gritemos, uníssono e uma vez mais... Independência ou Morte!

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Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro

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