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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes
Estou atônito, Brasil!
24/11/2013
Diz o adágio que, “tanto o cântaro vai à fonte, que um dia vem quebrado”.
Ao traçar o paralelo quero dizer que setores da grande imprensa, que poderiam ser independentes e não peados pelo poder zombeteiro do tilintar de tantos dinheiros que lhes pagam a troco de propaganda enganosa; que setores da grande imprensa que têm o condão de escrever a história com tintas dignas e não o fazem; que setores da grande imprensa, que poderiam ser a voz do povo e não de quem devia zelar por direitos seus e não o faz, podem estar atuando contra os interesses do Brasil e de sua gente.
Logo, podem estar atuando contra os seus próprios interesses no médio e no longo prazos.
O PT, setores do governo do PT, parlamentares do PT, acólitos do PT, áulicos do PT, aliados do PT, militantes do PT, simpatizantes do PT e até alguns inocentes, úteis ao PT, como os velhos falsos alquimistas de antanho, esfregam ouro de tolo nos cinco sentidos do povo que cala e, ingenuamente se submete ao noticiário de todos os dias, como se arauto fosse - esse noticiário - de verdades inquestionáveis e absolutas. Pintam com cores berrantes a conduta torta de pessoas públicas que já entortaram há muito, e de outras tantas que parece sentirem-se honradas em servir de porta-vozes a quem lhes insufla as inverdades cruéis e as mentiras impudicas que fazem parir de suas mentes frias, calculistas e insensíveis. O povo ainda vai acabar achando que a verdade é o que lê e ouve todos os dias.
Isso é mais do que muito grave. Se acharmos que tudo é como nos mostram, acabaremos por nos desacostumar a questionar. É onde está a analogia com o provérbio citado. Uma vez quebrada a noção sobre o que é e o que não é razoável, estará quebrada a capacidade de o povo se indignar. De um lado, exatamente o que o PT quer. De outro, exatamente o avesso do que a Nação deve querer.
Não se tem notícias sobre algum presidiário de Guantánamo ir à assembleia cubana para votar a favor ou contra qualquer projeto de lei que ali tramite. Não se tem notícias sobre internos do sistema prisional de qualquer país do mundo – exceto o Brasil – exercerem mandatos parlamentares remunerados e privilegiados. Mas aqui isso já ameaça se tornar rotina. É mais um cântaro que se quebra, se o País calar. E isso seria péssimo.
Em todos os países do mundo – afora os totalitários – os governos são exercidos em nome do povo que cobra resultados de governantes e representantes que elege para gerir o que é de todos, e para fiscalizar – sempre à luz da legalidade – o que os governos vão praticando enquanto subsistem.
Aqui não. Aqui, governo e partidos políticos – todos abastecidos suficientemente pelos tributos de toda a gente – pagam para setores da grande imprensa anunciar inverdades como se verdades fossem. E até condenados pela Suprema Corte de Justiça do Brasil, o Supremo Tribunal Federal, depois de rios de dinheiro – público - gasto em investigações, instrução de processos, levantamento de provas e tudo o mais que cabe nessa seara onde a polícia, a advocacia e a justiça imperam, brandem punhos e gestos, como se ilegitimamente apenados, articulam movimentos de porões, arvoram-se de direitos que não têm, gritam uma inocência patética, ridícula e acintosa, e tripudiam sobre instituições, como caudilhos de uma razão que não têm e em nome de privilégios que pleiteiam como se a algum tivessem direito.
Lá fora dos portais do Brasil há jornais e jornalistas que já percebem – e dizem – que tudo aqui dá pinta de que há quem queira que o povo pense do jeito que alguém quer que pense. Não devemos duvidar da possibilidade de pisarmos em espinhos, quando caminhamos no espinheiro. Da mesma forma não devemos duvidar de que haja intenções astuciosas nessa maneia que o dinheiro tem colocado nesses setores referidos e que falam ao povo.
Pesquisas com resultados inacreditáveis, mas capazes de convencer ao incauto; notícias sobre enriquecimentos astronômicos, sonegadas ao conhecimento popular; relatos de corrupção jamais imaginados, que se afiguram como se fossem ocorrências de rotina; desrespeitos de toda ordem a instituições, leis menores e até à Constituição Federal, às vezes promovidos até por quem deve zelar por ela, e que são vistos com olhos vendados, ocultos por olhos vendidos e calados por bocas embuchadas com dinheiro de origem duvidosa, são algumas das irregularidades que se ajeitam aqui e ali, buscando uma melhor e mais confortável posição para ficar e existir. Indícios que não deixam margem a dúvidas de que podemos estar no frontispício da anarquia. Não no sentido de sistema de governo que se opõe à autoridade, mas no sentido de autoridade que se opõe a sistema de governo. O que me parece ainda mais medonho.
Ainda que paradoxal, esta colocação reflete o que temos visto sobre os ataques que a democracia tem recebido no Brasil e em países vizinhos. Até teses universitárias, nas mais diversas áreas e inclusive na educação, no serviço social e outros, têm promovido ataques inacreditáveis contra o capitalismo e enaltecido de forma ininteligível, teorias e princípios socialistas e comunistas. Vivemos em um país capitalista! A nossa economia é capitalista, a nossa sociedade é de consumo e, portanto, uma sociedade capitalista. Por que, então, esse combate dissimulado ao que aprendemos a vivenciar e conhecer desde que existimos como indivíduos, sociedade e Nação? Por que esse furor contra um jeito nosso, de ser, se os sistemas políticos e ideológicos propalados e pretendidos por setores minúsculos, esparramados pelas mais diversas áreas da atividade humana em terras brasileiras, e até pelos recém-condenados pelo Supremo Tribunal Federal e identificados pela alcunha de mensaleiros, não deram certo em lugar algum? São sistemas que fracassaram em todos os países onde tentaram fincá-los!
Será possível que aqui a pulga terá que comer o cachorro? Quero dizer com isso, simples e claramente isto: Será que aqui as vontades castristas e bolivarianas terão que valer mais do que a vontade do povo do Brasil, que deve ser soberana? Nem discuto uma hegemonia brasileira em terras sul americanas. E não o faço, justamente porque sou contra a pretendida hegemonia bolivariana na América do Sul.
Houvesse o Congresso Nacional do Brasil agido com independência nas ações políticas de sua alçada e de sua missão orientada constitucionalmente, e não estaríamos passando por tais apuros, dissabores, desencantos e descontentamentos de toda ordem, neste momento de dúvidas, preocupações e maus exemplos.
Houvesse os próceres políticos do Brasil, honrado a confiança recebida do povo em cada voto, e certamente não teríamos, sequer, chegado ao ponto em que chegamos. As intenções marotas teriam sido rechaçadas, a hipocrisia política não estaria tão presente e o País estaria vivendo tempos de equilíbrio social e prosperidade econômica.
Platão, em sua metáfora sobre um imaginário povo da caverna afirma que “se, alguém dentre esse povo lograr êxito em sair dali e conhecer a realidade lá de fora, ao voltar para a caverna onde todos veem o mundo através de imagens refletidas nas paredes do recinto, como quer o sistema que aí impera, poderá ser considerado louco ou até ser morto, porque contará uma verdade diferente daquela que todos acreditam ser a única”.
Aqui é o nosso País. As nossas verdades não podem ser mascaradas pelo que – ardilosamente - projetam nas paredes da consciência de todos nós. Os nossos hábitos, os nossos costumes e o nosso jeito de ser não podem ser alterados por ideologias ou vontades que não são nossas. Aqui é a nossa caverna e devemos querer que em suas paredes sejam refletidos os raios da liberdade, da decência, da ética e da moralidade pública; nada além!
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Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro.
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