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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes

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Cada um faça suas comparações...
09/03/2014

Recebi e estou repassando este e-mail que da conversa do Paulo, filho do General João Figueiredo, 30º Presidente do Brasil e último do período do "Milagre Brasileiro", quando os militares governaram o nosso País.

Naquele tempo, como funcionário da Techint - Cia. Técnica Iternacional, onde fiquei por longos 12 anos, participei de obras que atestam o que Paulo conta nesse e-mail. Dentre essas obras - grandes obras! - posso citar:

- Fábrica da Cia. Brasileira de Estireno - Cubatão - SP.

- Coqueria da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão - SP - a primeira coqueria de petróleo do Brasil.

- Ampliação da COSIPA - Cia. Siderúrgica Paulista, para produção anual de 3.800.000 toneladas de aço. - Cubatão - SP.

- Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes - Rio Araguarí - Amapá.

- Usina Hidrelétrica Salto Osório - Pr

- Usina Hidrelétrica de Volta Grande - MG

- Usina de Calcinação de Coque de Petróleo - Petrocoque - Cubatão - SP.

- Área de armazenamento de derivados de petróleo - Refinaria do Planalto - Paulínia - SP.

- Transportadores e Carregador de Navios no Porto da Ponta da Madeira, da Vale do Rio Doce, em São Luís do Maranhão...

Pra citar apenas algumas obras públicas; não estão nessa lista as outras tantas, da iniciativa privada, motivadas pela estabilidade econômica e pelos incentivos reais, do governo do Brasil, como Shell Química (Paulínia - SP) e ALCOA Alumínio (São Luis - MA). E sem citar também o período em que trabalhei na COBRASMA, empres que o Sarney faliu porque cortou todas as encomendas, e que fabricou, durante os cerca de 8 anos em que lá estive, os trens de subúrbio que ainda hoje circulam em São Paulo e no Rio de Janeiro, o pré-Metrô do Rio de Janeiro, e milhares de vagões de carga para as estradas de ferro do Brasil.

Estou colocando isto aqui pra que vejam a diferença entre o Brasil governado pelos militares e o Brasil civil, grandemente governado por segmentos políticos que execraram o Regime Militar e que só nos têm envergonhado.

Leiam com atenção e meditem sobre. O Brasil que hoje quase inerte carece de cera de 40.000 novos engenheiros por ano, certamente careceria de o dobro, se tivéssemos um governo diligente e com olhos voltados para os interesses e o futuro da Nação.

...

RESPOSTA AO AMIGO FLÁVIO:

Flávio. De repente, hoje eu comecei a receber uma enxurrada de mensagens mencionando esta história.
Sou, evidentemente, o cara mais suspeito para tecer considerações sobre qualquer matéria que faça juízo de valor a respeito de meu pai, especialmente em atos do seu governo.

Mas sobre este episódio, especificamente, não posso me furtar a lhe dizer, e com certeza absoluta, que o que está relatado é totalmente verdadeiro.

Até porque, veja você, calhou de eu estar presente no mencionado encontro.

Tinha acabado de vir do Rio, e fui direto para a Granja do Torto ver os meus pais, como eu sempre fazia assim que chegava em Brasília.

Soube que o "Velho" estava reunido com o Havelange, no gabinete da residência.

Como sempre tivemos com ele uma relação muito cordial, me permiti entrar para cumprimentá-lo e dar-lhe um abraço.

"- João e João! Esta reunião eu tenho que respeitar!", brinquei irreverente, dele recebendo um carinhoso beijo. (Havelange sempre teve o hábito de beijar os amigos).

Ia, logicamente, me retirar, mas papai me deixou à vontade:

"- Senta aí, estamos falando de futebol, que é coisa que você adora".

Fui logo sacaneando: "Vocês já descobriram um jeito de salvar o Fluminense?" (risos - os dois eram tricolores roxos).

"- Ainda não, mas vamos chegar lá. Estamos conversando sobre Copa do Mundo...

Filho, neste momento, o Havelange está me sugerindo realizar a próxima Copa do Mundo no Brasil e eu vou dar uma resposta a ele com o seu testemunho.

“Havelange, você conhece uma favela do Rio de Janeiro? Você conhece a seca do nordeste? Você conhece os números da pobreza no Brasil? Com essa realidade, você acha que eu vou gastar dinheiro com estádio de futebol? Não vou! E, enfie essa tal de Copa do Mundo no buraco que você quiser, que eu não vou fazer nenhuma coisa destas no Brasil!

O Velho não concordava que o país despendesse quase um bilhão de dólares (valor abissal para os números daquela época) para tentar satisfazer o caderno de encargos da FIFA, principalmente diante do quadro de enorme dificuldade financeira que o Brasil atravessava.

Uma situação cambial dramática, resultante de um aperto histórico na liquidez internacional - taxa de juros internacionais de 22% a.a, barril de petróleo a 50 dólares no mercado spot - agravada pela necessidade de se dar continuidade a um importantíssimo conjunto de obras de infraestrutura.

Muitas delas iniciadas, diga-se de passagem, em governos anteriores, mas que não poderiam ser paralisadas por serem realmente de vital importância para a continuidade do nosso desenvolvimento.

Realmente, era contrastante com o que se fez (ou melhor, o que NÃO se fez) nos governos seguintes: várias hidrelétricas, começando por Itaipu - até hoje é a segunda maior do mundo, além de Tucuruí, Balbina, Sobradinho, todas com as suas gigantescas linhas de transmissão; conclusão da expansão de todas as grandes siderúrgicas (CSN, Usiminas, Cosipa e outras - que fizeram o Brasil passar de crônico importador para exportador de aço); conclusão das usinas de Angra 1 e 2; um programa agrícola que permitiu que ainda hoje estejamos colhendo os frutos da disparada de produção de grãos - graças à Embrapa, ao programa dos cerrados e ao programa "Plante que o João garante"; um salto formidável nas telecomunicações, até então ridículas; multiplicação da malha rodoviária - a mesma, praticamente, na qual hoje ainda rodamos, só que agora sucateada e abandonada; inauguração de dois metrôs: Rio e São Paulo; instalação de vários açudes no sertão nordestino; a construção de 2.400.000 casas populares, mais do que toda a história do BNH até então, e muito mais.

Isto é apenas o que eu me lembro agora, ao aqui escrever rapidamente.

Em resumo: naquela época, o dinheiro dos impostos dos brasileiros, simplesmente, destinava-se ao desenvolvimento do país.

Mas, para concluir, já falando do presente: o que se está fazendo com o povo brasileiro é simplesmente criminoso.

Só que a roubalheira na construção dos estádios é apenas a ponta do iceberg.

Só chamando um Aiatolá para dar jeito, mesmo.

Grande Abraço,

Paulo Figueiredo


...

Obs.:

1 - Paulo Figueiredo é filho do ex-presidente João Figueiredo.

2 - Por dever de justiça, é de se ressaltar que o Presidente João Figueiredo morreu pobre.

Anos após morreu sua esposa, D. Dulce nas mesmas condições.

Seu filho Paulo, hoje trabalha como qualquer mortal e nunca se teve notícia de qualquer negócio fantástico envolvendo seu nome, nem tampouco, que enriqueceu no governo do pai.



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