capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.942.958 pageviews  

MT Cards Que tal mostrar a cara de Mato Grosso?

TEMA LIVRE : Fausto Matto Grosso

Outras colunas do Tema Livre

Precisa-se de políticos
11/06/2014

Somente uma nova política pode dar solução ao esgotamento dos valores decadentes da velha política, essa que anda apedrejada pelas ruas e pelas praças. Para essa nova política, precisamos políticos de outra natureza, profundamente diferente.

Oriundo de uma militância política em partido clandestino, a noção da relação entre participação política, mandato e poder não foi de um aprendizado fácil para mim e para muitos da minha geração.

Participar politicamente significava defender ideias, divulgá-las na sociedade, nas suas organizações e ajudar as pessoas a se organizarem em torno das suas lutas.

O importante eram as ideias, não os líderes e mandatários. Lembro-me perfeitamente, no “Partidão”, como nos regozijávamos quando outras lideranças, mesmo fora das nossas fileiras, como aliados ou simpatizantes, as adotavam. Isso nos bastava, a fertilidade das nossas propostas.

A ilegalidade nos impunha essa racionalidade e, talvez até, a tenhamos conservado para além do tempo razoável, mas esse foi um pouco da nossa história.

Ter pretensões eleitorais próprias, durante muito tempo, era uma coisa mal vista entre nós, era considerada um espúrio sinal de “carreirismo”.

Quando o avanço da democracia foi nos tornando possível exercer mandatos, esse era considerado uma missão, um encargo de representação.

Lembro-me da minha primeira candidatura. Fiquei sabendo que seria candidato durante a nossa conferência eleitoral, que antecedeu a convenção do PMDB. O partido precisava de alguém com o meu perfil.

Parece que falo de um outro mundo, de um outro país.

Especialmente os jovens, olhando a realidade da degradação política de hoje, devem estar pasmos, ou me achando maluco, ao ficar sabendo que isso já aconteceu na história do Brasil.

Já houve um tempo em que a vereança era um cargo honorário, que políticos, às vezes poderosos, terminaram a vida modestamente.

Que partido era partido e que mudar de partido era incorrer em uma condenação moral grave, eram os “traíras”.

Política era para os mais respeitados, para aqueles de maior representatividade, e não para os mais ousados que se atiram à política para se aproveitar desta, não raro se tornando, da noite para o dia, homens miraculosamente ricos, donos de fortunas inexplicáveis.

Destruir a tradição partidária do país e estabelecer um fosso entre as gerações, talvez seja o pior desserviço da ditadura de 20 anos, o de abastardar a política, ao proibir as ideias, ao transformar os partidos em simples correias de transmissão do poder ou naquilo que, mesmo nascendo na oposição acaba mostrando que pretende apenas trocar de sinal para fazer a mesma política contra a qual insinuavam lutar.

Paralelamente surgem aquelas outras agremiações, criadas de ocasião, de encomenda, doadas de “porteira fechada” a chefetes locais, para negócios pessoais, ou para o jogo de alianças subalternas.

Surgiu o político autônomo, o político de mercado, representando o vazio ideológico que se formou no país.

Fortaleceu-se a tal da “classe política”, uma excrescência conceitual ou a consciente formação de uma corporação voltada para si, para seus privilégios tendo como principal regra a da eterna perpetuação nos cargos, a qualquer custo.

Tenho convicção da impossibilidade de uma generalização dessa natureza, mas tenho, também, a convicção de que essa é a moda estatística flagrante que caracteriza a política real.

Sei também o quanto desse comportamento é resultante das regras do sistema político-eleitoral.

Mas cabe aos homens e aos políticos reformularem as regras perniciosas desse jogo político.

Talvez a próxima eleição possa avançar na direção daqueles líderes que sinalizem e que se comprometam com as reformas necessárias e com a postura hígida desejável, para que a política possa vir a reconquistar o respeito que deveria merecer da sociedade.


...

*Engenheiro e professor aposentado da UFMS.


OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques