capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.949.263 pageviews  

MT Cards Que tal mostrar a cara de Mato Grosso?

TEMA LIVRE : Marli Gonçalves

Outras colunas do Tema Livre

Quem não se comunica, se...
07/12/2015

Se ferra. Se trumbica. Se estrumbica. Dá com a cara na parede. Tem de sair por aí depois apagando a lousa, revogando as ordens, desistindo de suas próprias decisões.

Nossos políticos, os próprios exemplos de trumbicados, comprovam com louvor a teoria do Velho Guerreiro. Alopram. Quem quer um abacaxi? Roda, roda, roda e avisa: um minuto pros comerciais!


Há algum tempo quero falar um pouco sobre a área na qual trabalho, de comunicação, de imprensa. Expor e questionar o que está acontecendo no mercado, a forma como a informação está sendo filtrada para os seus olhos e ouvidos, contar até de como está raro achar um personagem que esteja se defendendo porque teria uma reputação a zelar, um mínimo de vergonha na cara.

Repara. De uns tempos para cá virou moda: quem responde à imprensa é quase sempre o advogado do acusado, na vitrine, e que passa a ter visibilidade; afinal, muitos falam na porta das cadeias onde estão trancados os seu defendidos.

Só que advogados advogam, não são obrigatoriamente bons comunicadores, por mais competentes que sejam em suas áreas, por melhores que sejam suas defesas diante de juízes, desembargadores e júris.

Sua linguagem é outra, esse é o problema quando as ouvimos.

A linguagem que usam é técnica, específica da profissão, estão sempre numa atitude meio defensiva, protegendo a linha da cintura de seus clientes.

Nós estamos aqui fora, esperando não a redução de penas, mas explicações sobre o que aconteceu.

Não é questão de certo ou errado. Mas é o que torna possível perceber - e é horrível isso -que querem que a opinião pública se esgoele; fatalmente se cansará da questão, substituída por outra gritaria, por outro assunto.

A opinião pública é utilizada para fazer pressão, quando interessa - autorizam até entrevista dos clientes ao Fantástico.

Quando essa pressão é contra, aí não há por que satisfazer ao seu apetite - e servem ao público as falas de suas defesas, repetitivas, monocórdicas (pois o texto já foi encaminhado aos magistrados, não pode variar), às vezes até desconectadas da realidade mínima dos fatos.

Mas o que acelerou mesmo o tema foi esse caso de São Paulo com os garotos que ocuparam as ruas para protestar contra o que eles nem bem sabiam bem o que é, mas não gostaram. Não gostaram e pronto. Porque o que chegou é que fato x ia mexer muito com a rotina.

Não houve da parte do governo Alckmin e nem do secretário com cara rude o cuidado de antes preparar o terreno para plantar a ideia.

Aí ficou até engraçado porque a ideia de que ele desistiu antes que aparecesse um garoto morto ou machucado parece que era boa, defensável - todo mundo que tem filhos e que eu perguntei, achou legal, falou bem, gostou.

Só que saber ou ver que a polícia estava dando umas bifas nos jovens não foi legal.

Eu também não ia gostar de imaginar meus filhos sendo educados a cassetetes e bombas de gás.

Assim, passou-se quase um mês só de bate-boca, prejuízos, invasão de escolas, quebra-quebra, ruas ocupadas e bloqueadas.

Os meninos estavam tendo ali a sua primeira incursão no maléfico mundo da política, no caso representada pelos sindicatos instigando a rebeldia juvenil.

Deixa. Assim aprendem, como alguns de nós que estivemos em outros lados, e que também um dia já acreditamos até num certo líder metalúrgico.

A presidente Dilma é outro exemplo de quem despreza a comunicação ou está cercada por não entendedores.

Ou, ainda, é uma que só de birra não quer escutar, faz o que quer, contraria conselhos - como aquele que diz que em boca fechada não entra mosquito, ou outro, que quanto mais fala, mais se enrola, ou um terceiro: quem fala demais dá bom-dia a cavalo.

Só que o mosquito do momento, que prolifera junto com o abandono cívico, não entra na boca.

Pica. E suas patinhas-agulha estão transmitindo males que não esqueceremos tão cedo, porque essas crianças de cérebro pequeno vão sobreviver e a imagem delas irá nos atormentar ainda mais lembrando dessa época agora, com esse grito parado no ar, momento que não anda nem desanda, nem sai de cima.

E as explicações, quem irá dá-las? Quem vai contar por que aquele mosquito que Oswaldo Cruz eliminou do Brasil há um século hoje zomba de nossos Governos?

Se a boca é feita para falar como se diz, não há porque ficarmos quietos com o silêncio deles em suas manobras.

Boca de siri! Não os deixe perceber que o povo já os viu sendo pegos com a boca na botija.

Enquanto isso, tempo que esperamos explicações, a gente vai continuar botando a boca no trombone.

Quem não fala, consente.

...

São Paulo, dezembro animado, 2015

...

Marli Gonçalves, jornalista - Prontinha para libertar a Matilde, aquela da boquinha que vai adorar contar os bastidores dessas discussões que estão parando o país.

...

Mais Marli em

www.brickmann.com.br
marligo.wordpress.com



OUTRAS COLUNAS
André Pozetti
Antonio Copriva
Antonio de Souza
Archimedes Lima Neto
Cecília Capparelli
César Miranda
Chaparral
Coluna do Arquimedes
Coluna do Bebeto
EDITORIAL DO ESTADÃO
Edson Miranda*
Eduardo Mahon
Fausto Matto Grosso
Gabriel Novis Neves
Gilda Balbino
Haroldo Assunção
Ivy Menon
João Vieira
Kamarada Mederovsk
Kamil Hussein Fares
Kleber Lima
Léo Medeiros
Leonardo Boff
Luciano Jóia
Lúcio Flávio Pinto
Luzinete Mª Figueiredo da Silva
Marcelo Alonso Lemes
Maria Amélia Chaves*
Marli Gonçalves
Montezuma Cruz
Paulo Corrêa de Oliveira
Pedro Novis Neves
Pedro Paulo Lomba
Pedro Pedrossian
Portugal & Arredores
Pra Seu Governo
Roberto Boaventura da Silva Sá
Rodrigo Monteiro
Ronaldo de Castro
Rozeno Costa
Sebastião Carlos Gomes de Carvalho
Serafim Praia Grande
Sérgio Luiz Fernandes
Sérgio Rubens da Silva
Sérgio Rubens da Silva
Talvani Guedes da Fonseca
Trovas apostólicas
Valéria Del Cueto
Wagner Malheiros
Xico Graziano

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
26/12/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
21/12/2020 - ARQUIMEDES (Coluna do Arquimedes)
20/12/2020 - IDH E FELICIDADE, NADA A COMEMORAR (Fausto Matto Grosso)
19/12/2020 - 2021, O ANO QUE TANTO DESEJAMOS (Marli Gonçalves)
28/11/2020 - OS MEDOS DE DEZEMBRO (Marli Gonçalves)
26/11/2020 - O voto e o veto (Valéria Del Cueto)
23/11/2020 - Exemplo aos vizinhos (Coluna do Arquimedes)
22/11/2020 - REVENDO O FUTURO (Fausto Matto Grosso)
21/11/2020 - A INCRÍVEL MARCHA DA INSENSATEZ (Marli Gonçalves)
15/11/2020 - A hora da onça (Coluna do Arquimedes)
14/11/2020 - O PAÍS PRECISA DE VOCÊ. E É AGORA (Marli Gonçalves)
11/11/2020 - Ocaso e o caso (Valéria Del Cueto)
09/11/2020 - Onde anda a decência? (Coluna do Arquimedes)
07/11/2020 - Se os carros falassem (Marli Gonçalves)
05/11/2020 - CÂMARAS MUNICIPAIS REPUBLICANAS (Fausto Matto Grosso)
02/11/2020 - Emburrecendo a juventude! (Coluna do Arquimedes)
31/10/2020 - As nossas reais alucinações (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - MARLI (Marli Gonçalves)
31/10/2020 - PREFEITOS: GERENTES OU LÍDERES? (Fausto Matto Grosso)
26/10/2020 - Vote Merecimento! (Coluna do Arquimedes)

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques