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Curto&Grosso O que ainda será manchete

TEMA LIVRE : Valéria Del Cueto

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Tremendão, o vendaval
06/03/2016

Lembra daqueeeela floresta? Isso, Flotropi, o reino da anta equivocada que se esforçava para abafar o incêndio da Carboflora, ponta de lança no mundo prospectado das negociantas interflorestais? Orientada pelo bando de predadores que a cercam usava a boa e velha técnica do eu não sabia para se justificar diante do conselho florestal, composto por representantes, inclusive, dos bate panelas na janela.

Bons tempos em que a floresta era aquela modorra de uma propinazinha aqui, um resvala-um-vai-dois inocente ali... A bicharada estava até acostumada com os delírios dos conselheiros e demais instâncias decisórias.

Afinal, ali deveria estar a fina flor da natureza, representante de seus respectivos pares. Terra, água e ar. Flora, fauna e, como tudo tem seu valor no equilíbrio ecológico, os minerais.

Até que... Papagaio falou, urubu debandou e hiena engasgou de dar risada. Enquanto a giripoca piava, competindo com o berro da araponga no quesito quero meu, no poder central todos imitavam a anta, fazendo cara de paisagem, vestindo a roupa nova do camaleão que mudava de cor, aerovoando daqui pra lá, como quem diz que não sabia de nadica de nada, nem ouvia o plac-plac culinário.

De repente, devagarinho, começou uma debandada. Até galinha tomou banho quente querendo virar caldo, ou ir ciscar noutro terreiro. Pediu pra sair, mas não resolveu onde entrar e, agora, passeia de lá pra cá, meio descabelada, já fora da lista dos maiorais, mas cacarejando alto, como se o seu papo não estivesse a perigo, no meio do tremendão, o vendaval arrasa quarteirão.

No más é aquilo de sempre, os piores golpes não vem de inimigos declarados, mas daqueles que dão tapinha nos costas, frequentam a curriola, fazem parte da panela e usufruem de benesses sustentadas por recursos cruelmente surrupiados de quem mais precisa deles.

Qualquer semelhança com casos ocorridos fora da floresta, lá para o lado da selva de concreto, não é mera coincidência.

Os métodos, os alvos e os objetivos mais abjetos são os mesmos. As vítimas da espoliação também. Aquelas que estarrecidas viram molusco fazendo ninho para só ficar o olhando o mar, seu habitat original.

Enquanto esperava que João de Barro ajeitasse o cafofo, era providenciado o kit lazer, pedalinhos para os netinhos, canoa de alumínio e estocado na beira do brejo lembranças e alguns itens de primeiríssima necessidade alcoólica para manter o status quo e a paz no matagal do jaburu martelo.

Uma loucura! Tudo poderia ser esquecido se não fosse a tentativa de quebrar as asas do representante-mór do conselhão, levantando a lebre de algumas reservas e fundos ambientais não declarados e, aparentemente, desviados do transporte de combustíveis da Carboflora. Quando pensamos que a maré está ficando mais tranquila, voltamos a ela...

Explode a zika e a chicungunha, armas inicialmente utilizada pelos até então somente dengosos e heroicos aedes egypti. Kamikazes e indomáveis, eles começaram o processo de redução cerebral da espécie humana, responsável pela disseminação das práticas de corrupção e outros processos espoliatórios que hoje contaminam o ecossistema em todos os níveis planetários.

As últimas informações é que outras espécies, como os pernilongos, começam a se preparar para entrar na dança e espalhar vírus durante seus já torturantes rasantes noturnos, aqueles dos quais ouvimos os zunidos antes de cairmos nos braços de Morfeu.

Ah, pobre Morfeu! São seus braços que tem feito uma falta enorme para o ex-conselheiro principal que deu com a língua nos dentes e cantou os podres da pobre Flotropi. Afinal, como dormir com um barulho desses? O que está sendo feito pela bicharada imolada na fogueira das vaidades turbinada por quantias inimagináveis, vinda de tenebrosas fontes de recursos ilegais dos mananciais da natureza?

A volta virá, diz o hit preferido dos ouvintes da rádio selva, os que não estão achando tranquilo, nem favorável, o ambiente poluído e sufocante das queimadas irresponsáveis e da crescente poluição das cabeceiras que abastecem e alimentam a vida na Flotropi. Estão matando o ambiente. Assim, nem galinha dos ovos de ouro vai mais ter onde ciscar...


...

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Crônica da série “Fábulas Fabulosas” do Sem Fim...


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