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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes

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Pra resgatar
23/05/2016

Brasil novo é o que o povo espera, deseja e quer. De nada adianta, entretanto, a retórica, o argumento enfeitado de palavras eruditas e vestes jurídicas cheias de latim e loquacidade, se na prática a Justiça não se faz como os fatos demonstram ser necessário e indispensável.

Mentalidades tacanhas de agentes políticos com livre trânsito na história diária, desde os nossos primeiros dias têm produzido aqui um povo inculto e – parece! – propositadamente despreparado para entender discursos assim.

Pelo resgate da dignidade pátria e pelo bom exemplo que já faz falta em noticiário e corredores palacianos do Brasil, nos últimos anos, um mutirão nacional pela reconstrução moral e ética dos Poderes Constituídos é imperativo.

Michel Temer não inaugura apenas um momento novo, na história dos governos brasileiros. Inaugura um tempo de esperança lúcida, que resulta do cansaço de toda a gente, diante do descaso governamental, notadamente na última década e um pouco mais, com os interesses nacionais, com a corrupção galopante e desgraçadamente tida como insuspeita por quem poderia ter impedido o desastre, antes que tudo fosse consumado.

Então o discurso eloquente – mas nada prático – já não é e nem será palatável pela gente brasileira, que acaba de acordar e descobrir que quando quer, pode!

Isso exige, quando nada, uma ação conjunta, responsável, determinada e inadiável, de todos os bons brasileiros que fazem parte dos Três Poderes da República e que compõem o conjunto da sociedade nossa.

O Poder Executivo já sinaliza boa vontade e agora faz falta que o Legislativo e o Judiciário se engajem nesse trabalho que é obrigação de todos, de reconstruir a moralidade pública, ressuscitar a decência política, mostrar que a Justiça é peça fundamental e insubstituível na conquista do sucesso nacional e, evidentemente, dar bons exemplos.

Aliás, os bons exemplos já caíram no esquecimento da gente, quando se trata de quem deveria produzi-los.

Ao se pretender resgatar o respeito que devem ter a Lei e as instituições democráticas de uma nação que se estima, não se pode abrir mão do dever de cumprir obrigações atávicas e que sozinhas não têm nenhuma condição de fazê-lo.

Por que razão Lula ainda não foi preso, se na condição de ex-presidente tem obrigação de se comportar eticamente e não o faz?

Por que razão Lula ainda não foi preso, não obstante o fato de haver convocado “exército clandestino” para ir às ruas se as suas vontades espúrias, de poder eterno e indiscutível, não fossem atendidas?

Por que Lula ainda não foi preso, apesar das evidências, do noticiário, das investigações e das provas que todos os dias algum organismo midiático escancara e mostra?

Lula tem sido tratado como se fosse merecedor do tal foro privilegiado?

Aliás, “foro privilegiado” faz sentido?

Por que razão ainda se privilegia pessoas, quando todos sabemos que o privilégio é irmão gêmeo da injustiça?

É “sui generis” a existência de “foro privilegiado” e “habeas corpus preventivo”; isso grita aos ouvidos e salta aos olhos do bom senso!

Porque a ideia de “foro privilegiado” induz à imaginação de que “algo que atentaria contra a imagem de um suspeito ilustre”, precisa ser impedido de vir a público.

Mas fica a pergunta: E um suspeito de ilícito ou crime – ilustre ou não – deve ser mantido oculto de quem precisa se defender dele?

Não seria o mesmo que proteger um estuprador, impedindo que suas vítimas potenciais, “a priori” conheçam a sua cara?

E, pra desencanto pleno de todos os que primam pelo comportamento limpo e positivamente exemplar, o “habeas corpus preventivo” soa como confissão de culpa.

Mas então? Aos culpados não podem alcançar, os braços da Lei, independentemente de sua celebridade ou destaque político ou social?

Por que, evidenciados agentes do dolo de que padece o Brasil, ainda desfilam livremente, com direito ao estrelato, quando o melhor que lhes poderia acontecer neste momento em que se deseja ardentemente restaurar o Estado de Direito, seria a sua retirada de circulação e do convívio social, a bem da moralidade e do direito comum?

Já se vai lá quase um ano, desde que escrevi os versos com que encerro este artigo; que não tenham perdido a validade.

Que...
11/06/2015

Que a Luz desça sobre os juízes do Brasil;
Que a Justiça tenha deles, toda a ajuda.
Que os ladrões sejam tirados do covil
E lotem as celas da Papuda.

Precisamos ter, de novo, a esperança
E os justos da Justiça, pelo povo.
Pra que tenha um fim, brevemente, essa lambança
E o meu País possa brilhar então, de novo!

É mesmo um sonho, grita o povo, e especula
Sobre as notícias que aparecem na TV.
Se houver justiça e esta prender o Lula?
Findar-se-á toda a quadrilha do PT!

E todos nós então seremos bem felizes
Pelo retorno da decência na política.
A vida pública brilhará novos matizes
E nunca mais, tanta indecência, para críticas.

Que ajude Deus, estes meus versos, sonhadores,
Pra que corrupto, por aqui, só leve sova!
E assim tenhamos, na política gente nova
E todos nós sejamos novos vencedores.


...

*Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro.


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