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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes

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Quanto menos, mais!
14/08/2016

“Elementar, meu caro Watson!” Diria Sherlock Holmes, sobre o aumento da criminalidade em terras brasileiras, se aqui estivesse. O que seria, enfaticamente, ratificado por Sir Arthur Conan Doyle, escritor e médico inglês, criador e imortalizador do mais famoso detetive da ficção literária, através das suas fantásticas incursões pelo mundo das investigações criminais, usando metodologia científica, em pleno século XIX.

Elementar, meu caro leitor!

Também ouso dizer a você, eventualmente interessado na compreensão de alguns dos fenômenos que têm aleijado a história social brasileira ao longo de pelo menos cinco séculos, embora nenhum deles tão intrincado quanto os casos desvendados por Holmes.

Dr. Whatson, o fiel escudeiro e companheiro de quarto do detetive inglês, não me assiste e nem me ouve nesta reflexão que faço sobre o tema em cujo mistério – nada misterioso, aliás – me intrometo, com o objetivo único de fazer de você, que ora me lê, um apoiador a mais a gritar por aí, como outrora o meu tocaio de Siracusa, um potente “EURECA”, como quem descobre algo inusitado, embora de inusitado nada tenha.

A questão é:

Por que um presidiário custa mais aos cofres públicos do Brasil, do que um estudante universitário federal?

A resposta é:

Porque os governos com trânsito na nossa história – da Colônia à atualidade - jamais investiram suficientemente em educação e, como consequência, neste momento precisam investir pesado na contenção dos desencaminhados sociais, pra que de todos os males que possam causar, os que causem à sociedade sejam os menores possíveis.

E então investem de TRÊS a QUATRO vezes e até mais do que tem sido investido na manutenção de UM acadêmico de universidades federais, por presidiário, por ano.

Os dados são do DEPEN – Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, e do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

Quanto é a pecúnia envolvida?

Independentemente de quanto se gaste com o sistema prisional, certamente o investimento seria muitíssimo menor, historicamente, se historicamente se houvesse investido em educação, em profissionalização e em ampliação das condições de trabalho e emprego, pra que havendo crescimento intelecto-profissional da população em idade produtiva, também houvesse crescimento econômico e de qualidade de vida para todos.

O que impressiona é que nenhum governante – ao que os resultados, o noticiário e as estatísticas oficiais indicam – parece se dar conta de que quanto MENOS investir em educação, MAIS terá que investir em contenção de delinquentes. Que são, em verdade, vítimas da desassistência, embora tenham se transformado em detonadores da tranquilidade das pessoas.

E veja-se que o chamado “crime organizado”, que por si só já é uma afronta a governos que não conseguem ou não intencionam desorganizar o crime, cresce em progressão geométrica e ninguém tem feito absolutamente nada pra conter essa celeridade medonha.

Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 1994 a população carcerária brasileira girava em torno de 120 mil internos. Hoje chega perto de um milhão deles e se passaram apenas 22 anos.

A uma taxa de crescimento volteando os 7%, “40 mil presos entram na população carcerária brasileira, em um ano”, atualmente, diz a Agência Brasil.

Estarrecedor também é o anúncio de que 40 MIL jovens residentes em cidades com mais de 100 mil habitantes, no período de 2013 e 2019, podem ser assassinados, no Brasil, antes de completarem 19 anos de idade.

Enquanto isso o setor educacional superior, federal e público, tem se mantido com taxa mais ou menos estável em torno de 11% da população e, portanto, conta hoje com uma multidão acadêmica em torno de 22 Milhões de pessoas, mas apenas 6% delas conseguem terminar o curso universitário, dizem os dados oficiais.

Se em relação à criminalidade e, consequentemente, à população prisional, o crescimento é vertiginoso, a população com curso superior regride, em termos absolutos.

Lembrando que 73% dos 5.570 municípios brasileiros têm população de até 20 MIL habitantes e - pasme! – nestes, 40% dos habitantes são analfabetos funcionais!

Analfabeto funcional é o indivíduo incapaz de compreender textos simples, interpretar frases e fazer operações matemáticas.

Portanto, vão à delinquência e podem morrer, anualmente, por falta de formação educacional, profissional, moral, ocupacional e comportamental, uma quantidade de jovens equivalente à população de uma cidade do tamanho de Nova Mutum, em Mato Grosso, por exemplo.

Por mais que eu não seja um expert em estatística, e menos ainda um especialista em política, um dos meus neurônios está tremeluzindo aqui dentro da cachola e berrando na sinapse que faz com seu parceiro, dizendo que votar no atual quadro de prefeitos e vereadores candidatos à reeleição, ou continuar votando depois, nos atuais - e sempre os mesmos – governadores e legisladores estaduais, federais e etc, é continuar malhando em ferro frio.

Ou muda-se os políticos ou eles NÃO mudam o Brasil!


...

*Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro.


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