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TEMA LIVRE : Valéria Del Cueto
Você pagou com traição...
20/11/2016
Que dia inesquecível! Principalmente para os habitantes do estado do Rio de Janeiro e sua capital, a Cidade Maravilhosa.
Essa que Pluct Plact tem evitado abandonar por muito tempo desde que assumiu o papel de mensageiro.
Levando compenetrado à sua melhor amiga do planeta notícias e impressões desse momento fantástico e imprevisível do mundo circundante.
Sente que, ao fazê-lo, pode contribuir para facilitar uma futura readaptação da querida companheira voluntariamente exilada numa cela do outro lado do túnel, ao mundo (ir)real.
Há quanto tempo assumiu a tarefa? Não saberia dizer ao certo sem consultar os alfarrábios nanotecnodigital de sua nave mãe. A que o trouxe para esse planeta.
A mesma sem força propulsora para ultrapassar a (mais uma vez noticiada) aquecida camada atmosférica local para tirá-lo desse trecho interminável de sua jornada.
Só sabe quem tem o sentimento.
Quando certas coisas começam a se repetir.
Já tinha visto esse filme!
O cenário era uma batalha campal na frente do belíssimo Palácio Tiradentes.
Tudo narrado em “Pluct, Plact, POW”.
Mudaram um pouco os personagens. Ficaram mais variados.
Agora, não são somente professores e alunos que ele entrevê no meio da fumaça, entre uma ardência e outra, provocada pelas bombas de efeito moral com validade vencida.
É polícia sem muita vontade de brigar versus polícia, bombeiro e aposentado morrendo de vontade de invadir a Assembleia Legislativa.
Até aí, coincidência, dirão os mais céticos leitores...
Fica pensando o que dirá a cronista quando descrever a cena do governador passeando de carro oficial da Polícia Federal.
“Pluct, Plact seu HD está dando “tilt".
Essa história você já contou.
Lembra de Pluct, Plact toin oin oin?
Foi antes de que eu sumisse do mundo, quando prenderam o governador (ainda era) de Mato Grosso, Silval Barbosa.
Qual será sua reação quando explicar que apesar das semelhanças de propósitos, como o assalto aos cofres públicos, o percurso e o cenário eram diferentes.
Saem as avenidas cuiabanas das obras inacabadas para a Copa do Mundo.
Entram imagens paradisíacas da orla carioca.
Do Leblon à sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, zona portuária.
Da Beira Rio à Rio Orla...
Permanece o partido, o PMDB.
A sigla deveria mudar para PMDBREX - Partido do Movimento Democrático Brasileiro da Roubalheira Encarcerada no Xadrez.
A população fluminense, exceto os comparsas, cargos comissionados e terceirizados do compadreio (outra perna do polvo da corrupção pública), aplaude e comemora o arresto da sem-vergonhice e o basta na roubalheira escrachada.
Só nestes mandados de prisões existem mais de 224 milhões de motivos para encarcerar Sérgio Cabral.
Devia ser em Bangu, mas os torcedores do querido time não aceitam a escalação.
Pensam em pedir a mudança de nome do presídio para Vasco da Gama.
“A Sérgio o que é de Sérgio”, já dizia sem que ninguém pedisse sua opinião, o mui amigo Eike Batista em seu depoimento voluntário às autoridades policiais, delira o extraterreste.
É muita gozação...
O problema é o compadreio que leva na mesma puxada de rede figuras (im)polutas e aliados em geral.
Todos direta e indiretamente ligados as falcatruas, ladroagens e taxas de oxigênio embutidas nas obras. Sem distinção.
Do PAC das Favelas à destruição criminosa do Maraca, está todo mundo no RDC.
É o Regime Diferenciado de Contratação, o pulo perfeito do afano do gato.
Aliás, autores, propositores, votantes e usuários dessa aberração que abre as porteiras e estende tapete vermelho para atos de corrupção e malabarismos contábeis, devem ser considerados responsáveis, culpados e condenados pela farra do roubo sistematizado e a gastança indiscriminada dos recursos públicos da educação, saúde, segurança e habitação.
São os crocodilos que pagaram com traição a quem sempre lhes deu a mão.
Volta cronista!
Está dando gosto de ver...
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*Jornalista, fotógrafa, gestora de carnaval e porta-estandarte do Saite Bão. Texto da série “Fábulas fabulosas” do Sem Fim...
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