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TEMA LIVRE : Marli Gonçalves
Epidemias no Barco Brasil
26/01/2019
Atenção, atenção! Várias epidemias nos mais variados graus se espalham vigorosas pelo país sem que as autoridades tomem providências.
Em alguns casos, as autoridades até ajudam ampliar a contaminação. Oposição também é responsável pela contaminação continuar se espalhando mesmo depois da sua fragorosa derrota por incompetência, para buscar justificá-la.
O bom senso já está em falta no mercado.
Vacine-se enquanto é tempo. Busque ajuda. Busque abrigo entre amigos com quem ainda possa conversar, se os tiver, escolha aqueles que escutam e argumentam com base em fatos.
Afaste-se imediatamente dos teimosos que teimam que o WhatsApp é a melhor fonte para se banharem e dos que parecem não ter mais jeito, não querem mesmo se curar nunca mais.
Vão cegos, até bater a cabeça na parede desolados quando descobrirem o tempo que perderam por pessoas que não mereciam sua idolatria. E se acaso mereciam, todos descobriremos juntos só bem mais adiante.
À esquerda, se observarem, depois que o jato lavou, há muitos que conseguiram a cura depois de saber dia e noite, todo dia, durante os últimos anos, de algum desvio do grupo da igreja, ops, partido, ao qual pertenciam.
Quase perda total. Mas ainda há seres a resgatar também desse outro lado do rio.
Tentam nadar até a margem a cada delação que é divulgada, ou quando nem eles acreditam mais nas bobagens que seus dirigentes fazem, como por exemplo viajar para adular ditaduras falidas.
Para identificar os atingidos pelo vírus “iniuriam rei publicae” (Equivocado político): são aqueles que de um lado e de outro pregam ódio dia e noite, demonizam artistas e a cultura, detestam jornais e jornalistas que descobrem malfeitos, atacam e ameaçam a torto e direito quem ouse discordar de seus adorados gurus.
Grande parte deles pode ser encontrada nas redes sociais, onde procriam.
Lá, nem mais tanto se preocupam com anonimato, e têm prazer em agir, com posts e imagens, mãos pesadas não lavadas que a tudo compartilham – incluindo as informações falsas distribuídas por robôs blocks.
Os mais afetados, perceba, costumam desejar a morte de seus oponentes, depois de xingá-los com todas as pechas possíveis; as mais preconceituosas, as preferidas.
Detalhe: a maioria faz essas propagandas sem ganhar nada, e costumam bater no peito por isso, se achando o máximo.
No Twitter, o novo prazer de certos soldados é “subir” à exaustão hashtags bobas comandadas por um ex-músico que considero já foi genial, mas infelizmente nos abandonou para sempre.
Ficou bobão, tontão, cabeção.
Algumas das epidemias registradas: deselegância e incapacidade de mínimo raciocínio, grossura ao nível máximo, preconceito e moralismo barato com cara de inveja e arrependimento, ou do que até já fez, ou do que adoraria fazer, mas não tem coragem, com gotas de covardia.
Já se observa também claramente uma nova cepa: os que dependendo do momento, mudam de opinião sobre fatos.
Exemplo: tem hora que o Ministério Público é tudo de bom, todos heróis; em outra, usurpadores, sabotadores.
O mesmo acontece com juízes do STF, que variam de anjos a demônios com espantosa velocidade.
Outro exemplo, o Grupo Globo, especialmente a tevê.
Essa se alterna entre os lados, como a mãe de todos os males, conspiradora aliada de outros grupos de comunicação, ora de “direita”, ora “comunista”.
De positivo informamos que epidemias, no entanto, são transitórias.
Tendem a virar endemias, mais controladas, localizadas apenas em algumas regiões.
O pior cenário é se virarem pandemias, quando se espalham pelo planeta.
E já há focos, graves, em formação, e que podem ser encontrados em todos os continentes, inclusive bem perto daqui.
Tentemos uma cura rápida.
Porque como o barco é o mesmo, não adianta gritar “Salve-se quem puder!”.
Ele adernaria de vez.
...
*Jornalista – Sem choro nem vela verde e amarela.
Brasil, 2019
E-mails: marligo@uol.com.br
marli@brickmann.com.br
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