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Tema Livre Só pra quem tem opinião. E “güenta” o tranco

TEMA LIVRE : Fausto Matto Grosso

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POLITICAMENTE INCORRETO
27/01/2019

O novo Presidente soltou seus demônios no momento solene da posse.

Tal qual um Dom Quixote de verde amarelo, afirmou ser sua missão libertar o povo brasileiro do socialismo, da inversão dos valores, do gigantismo estatal e do “politicamente correto”.

Presidente falou aos seus. Trata-se de uma declaração esdrúxula, mas, provavelmente, grande parte dos seus eleitores se regozijou diante dos impropérios.

Vamos ao “politicamente correto”, assunto espinhoso, um terreno altamente minado por susceptibilidades.

Como podem questões tão humanas e universais, como direitos, igualdade, liberdade, paz e tolerância, dividirem os brasileiros?

Infelizmente isso acontece e tem sólida base na nossa própria cultura.

Enfrentar essa realidade, como acontece nos movimentos de mulheres, de negros, de índios, de sexualidade ente outros, faz parte da luta de muitos outros brasileiros corajosos e abnegados que querem construir um mundo mais humano e solidário

Preocupa-me, entretanto, os resultados desses movimentos.

Desconfio das estratégias adotadas.

Essas tem que ser de construção de consensos amplos, não o de fuzilamento de hereges nos “paredóns” identitários de cor, sexo, orientação sexual, etnia, deficiências físicas, origem geográfica, identidade de gênero, entre outros.

A luta em torno das identidades, não raro, se coloca como vertente política que estabelece que os grupos minoritários são oprimidos, e seus opressores devem ser eliminados.

A esses grupos se atribui uma superioridade moral, e se cobra individualmente aos “opressores” o pagamentos das dívidas.

Assim, todo branco poderá ser responsabilizado pelo racismo, todo homem pelo machismo, independentemente de suas posições individuais sobre a questão.

Dessa forma vai se perdendo a clareza de quem é o inimigo a ser derrotado.

O homem comum, esse que trabalha duro, mata um leão por dia para sobreviver, que vive com dificuldades, não pode ser responsabilizado pela escravidão, pela matança dos capitães do mato e dos bandeirantes.

No entanto, os movimentos de identidades jogam em cima dele apenas culpas, dívidas sociais e obrigações de reparação.

Diz que sua vida se resume a privilégios e que tem que acostumar a perder para reparar suas culpas.

Esse olha em volta e não vê nada disso.

Ninguém gosta de ouvir, o tempo todo, que tudo em sua vida é resultado de privilégios, principalmente quando olha em volta e vê que tem menos do que mereceria ter.

Esse tipo de postura só joga para o outro lado pessoas que poderiam ser ganhas e acolhidas no amplo campo de luta por cidadania, onde devem ser reunidos os brasileiros, independentemente das suas pequenas falhas, consideradas como imperdoáveis pelas milícias radicais.

Outro resultado natural da radicalização é a fragmentação dos movimentos.

Sempre será possível dentro de um grupo surgirem sub-identidades que enfraquecerão os movimentos.

Esses acabam não formando uma articulação consistente porque há superposições e coalizões fragmentadoras.

Exemplificando, de dentro de um movimento de cidadania, sai um movimento de mulheres, dentro desse, sai um de mulheres negras, daí um movimento de mulheres negras vítimas de violência, assim avança a fragmentação.

O bolsonarismo articula-se em uma onda mundial de guinada à direita conservadora, que tem um dos seus fundamentos na chamada guerra cultural.

A resistência a isso tem que ser no mesmo campo da cultura.

É preciso ganhar as pessoas para as boas teses.

A cultura da confrontação permanente não consegue isso.

Nessa “guerra” o importante é ganhar hegemonia cultural e política, fazendo que cada conquista seja sustentável.

Deve ser uma guerra de trincheiras e não uma luta de movimentos em que avanços podem ser revertidos pela falta de articulações amplas e fortes.

O desafio é fortalecer o campo amplo e generoso da luta pela cidadania.

Daí vem a pergunta, como ganhar eleições satanizando a maioria?

O Presidente eleito conseguiu falar para elas.

Pisar nos pés da maioria não parece ser uma boa idéia.

...

*Engenheiro e professor aposentado da UFMS


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