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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes
Na dúvida… vá em frente!
24/08/2020
Não escrevo para os incrédulos; mas para todos aqueles que têm na dúvida uma boa razão pra buscar a verdade.
Incrédulos, aqui, não tem nenhuma conexão com aqueles que se posicionam na neutralidade em relação a crenças, filosofias religiosas e religiões; porque somos individualidades cósmicas e é evidente que, porque assim é, cada um é responsável pelos caminhos que escolhe, pelas sementes que planta e pelos efeitos produzidos por tudo o que faz.
Neste texto a referência é aos que ainda pensam que as transformações grotescas que têm sido observadas no cenário político do Brasil são coisas do acaso. Não são!
A dúvida sempre foi o melhor indicador de que precisamos buscar a verdade. Ninguém sai correndo no escuro, se está em lugar desconhecido, pensando que em qualquer circunstância se dará bem.
Nesses casos é racional buscar saber mais sobre onde está. A verdade sobre todas as coisas é sempre necessária e indispensável.
O efeito do que decidirmos fazer será sempre da nossa exclusiva responsabilidade. E, mesmo instintivamente, na dúvida ninguém se arrisca de olhos fechados.
Na sinalização de estradas - em trechos de serra ou curvas - sempre se vê a indicação: “Na dúvida… não ultrapasse”.
Na sinalização da vida, entretanto, ainda que em muito poucas circunstâncias sejamos alertados para o fato, é sensato, equilibrado e racional, pensar diferente: Na dúvida… vá em frente!
Vá em frente na direção do esclarecimento, da expansão da consciência e da busca da verdade.
Só quem sabe onde está indo e tem lucidez sobre as condições da viagem, pode tomar decisões acertadas. Em nenhuma outra condição pode haver certeza sobre o ir, sobre o chegar e sobre como tudo será, então.
No tempo bem de antigamente, quando ainda havia o velho Império Romano, Sêneca - o filósofo - dizia que “não há vento favorável, a quem não sabe onde quer chegar”.
Naquele tempo as grandes viagens eram feitas em barcos a vela, e barcos assim dependem do vento.
É o vento que move um barco a vela, e quem o conduz deve saber posicionar as velas pra que o vento o leve na direção e no rumo de onde quer chegar.
Parece que a política brasileira não sabe onde quer chegar.
Ou sabe e quer - num gesto quase sadomasoquista - que o mar se agite muito e os ventos sejam suficientemente fortes, de modo a fazê-la se espatifar contra os costões que pensa encontrar adiante, nesse mar já nada calmo por onde navega a história.
A irracionalidade parece haver fugido da mente de quem quer fazer política no Brasil.
Ou, quem sabe, quem quer fazer política no Brasil ainda seja movido por instintos e não por sentimentos!
Não é possível que seres pensantes, como se imagina sejam todos os que querem fazer política, ainda e simplesmente queiram o poder pelo poder.
A política partidária vem da necessidade de que alguém administre o que é de todos, com razão, decência, competência, raciocínio, ética e equidade.
Simplificando esse raciocínio, podemos dizer que – em tese! - fazer política é ser decente e buscar melhorar tudo o que há, pra que todos os que votam sintam-se recompensados pelas escolhas feitas através do voto.
A escolha feita assim é que equipa, podemos dizer, as casas legislativas e os postos executivos do comando público, no gerenciamento as nações.
Mas, a impressão que se tem é de que a política partidária no Brasil tem sido feita por pessoas que buscam o poder pra não precisarem fazer mais nada além de prometer, mentir e se locupletar.
Com muita raridade se vê vereadores, deputados, senadores, prefeitos e governadores cumprindo o que prometeram em campanha, agindo com verdade no relacionamento com o público e vivendo exclusivamente dos vencimentos que a lei vigente lhes permite, enquanto no exercício do cargo. Presidentes da República, idem.
Será que há dúvidas sobre até onde políticos politiqueiros levarão o Brasil e o mundo, se não forem contidos nas urnas de todas as eleições de agora em diante? Veja-se, por exemplo, Cuba, Venezuela e mais recentemente a Argentina.
O vento sopra claramente no sentido dos costões do mar da história, onde países e povos que continuarem elegendo gente assim certamente se espatifarão.
Há dúvidas? Vá em frente! Esclareça-as!
Mas não eleja ou reeleja gente sem compostura, aventureiros, corruptos, incapazes e agentes contumazes da inutilidade pública.
Pra que não haja mais arrependimento, choro e ranger de dentes, precisamos respeitar o Brasil. Que não é dos políticos, mas de todos nós.
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*Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro.
E-mail: estrazulas10@gmail.com
Twitter: @estrazulas10
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