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TEMA LIVRE : Kleber Lima
Galinho nazista
02/11/2005
A confusão em que o prefeito Wilson Santos se meteu com os estudantes secundaristas merece alguns comentários. Porque demonstra que um governo não se faz apenas com bravatas, factóides e boas intenções. Algumas questões merecem soluções práticas. O aumento na passagem dos ônibus é uma delas.
Sobretudo para um prefeito que foi eleito amparado em um programa de governo que valorizava a juventude, estudante ou não, e esta última categoria em particular, fazendo compromissos com o passe livre e a tal “mania de educação”.
Portanto, é mais que natural que sofra cobranças, sobretudo desse setor, e também pelo compromisso de fazer uma administração participativa e aberta à população. Os estudantes, ao que parece, estão recuperando seu poder de mobilização. Confesso que não prestei muita atenção em quem está liderando as mobilizações. O estilo, no entanto, é radical e barulhento, e me faz lembrar dos meus bons tempos de movimento estudantil. O importante, contudo, é que a estudantada resolveu comprar a briga pra valer. E quando há tanta motivação, é preciso mais que palavras vazias para lidar com estudantes.
O melhor exemplo disso é o apelido com que alcunharam Wilson Santos. Nazista é forte, reconheço. Mas, são típicos da juventude esses exageros. O que importa é que a idéia de que o prefeito não está governando para o povo, para os mais pobres e necessitados, começa a ganhar corpo. A primeira manifestação nesse sentido veio com a mudança no sistema de transporte, com a desativação da Bispo e o senso comum de que ficou mais difícil e mais caro andar de ônibus coletivo na Capital. Verdade ou não, são outros quinhentos. Mas, a percepção geral é essa.
Com o movimento comunitário a relação do prefeito é péssima. Volta e meia leva umas bordoadas dos presidentes de bairros. Eles têm até um jornal que sempre aperta o calo do Galinho. Acusá-los, tanto os estudantes como os comunitários, de estarem a serviço da oposição ou de “setores ocultos” que não gostam o prefeito é que seria nazismo. Ou melhor, fascismo. Porque uma administração realmente transparente e democrática aceita a diferença e vai para o debate público, reconhecendo a legitimidade dos movimentos organizados, sem tentar rotulá-los perversamente daquilo que de fato não são.
Aqui, abro um parênteses para concordar com Onofre Ribeiro, quando este diz que falta rumo e posicionamento ao prefeito Wilson Santos. E acrescento que está passando da hora de encontrá-los, para o bem de sua administração, e, por extensão, da nossa cidade.
Kleber Lima é jornalista em Cuiabá/MT E-mail: kleberlima@terra.com.br
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Comentários dos Leitores
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Comentário de kleber lima (kleberlima@terra.com.br) Em 03/11/2005, 15h36 |
surra |
Parece que virou moda esses dias os reacionários boquirrotos desejarem dar surra nos seus antípodas. Arthur Virgílio e ACM Neto querem dar uma surra no Lula, e o nosso coronel sem estrelas que sequer tem a coragem de apor o próprio abaixo do que escreve agora cismou de me dar uma surra também. Dizer o que à sua histriônica estupidez meu caro Mederovsk,s e nem consegue ler o que os outros escrevem? Talvez ignorá-lo seja o mais inteligente. Mas, saiba de uma coisa meu velho, venha você me dar essa surra. Ou junte sua tropa e dê a ordem, o que talvez seja mais compatível com sua covardia. Se não consegue ouvir as opiniões alheias e conviver com a diferença, que se foda você!!! |
Comentário de mederovsk (donquixote@estadao.com.br) Em 03/11/2005, 06h43 |
"chicken little" nazista? |
O National Socialismo, em alemão Nationalsozialismus, ou Nazismus, foi um movimento totalitario triunfante na Alemanha, em muitos aspectos parecido com o Facismo italiano, porém mais extremado tanto como ideologia quanto na ação política.
Filosoficamente foi um movimento dentro da tradição de romantismo politico, hostil ao racionalismo e aos princípios humanistas que fundamentam a democracia. Com ênfase no instinto e no passado histórico, afirmava a desigualdade dos homens e das raças, os direitos de indivíduos excepcionais acima das normas e das leis universais, o direito dos fortes governarem os fracos, invocando as leis da natureza e da ciência, que pareciam operar independentemente de todos os conceitos do bem e do mal. Demandava a obediência cega e incondicional dos subordinados aos seus líderes. Apesar de ter sido um movimento profundamente revolucionário, buscou conciliar a ideologia nacionalista conservadora com sua doutrina social radical. |
Comentário de Hernando Salazar (hernando_salazar@bol.com.br) Em 02/11/2005, 20h08 |
Nem eu, nem tu nem ele |
Nem Editor de política, nem coronel da PM aposentado nem técnico judiciário federal andam de ônibus ou participam daquelas "instigantes" reuniões em associação de moradores. Então, o povão (que não tem internet, ah se tivesse!) é quem deve ser ouvido.
E pelo que "o povo dizem", realmente o que o Kleber expôs no texto é fato. Sem firulas. Infelizmente. |
Comentário de MEDEOVSK (donquixote@estadao.com.br) Em 02/11/2005, 11h37 |
donquixote@estadao.com.br |
A MALDADE DO KLEBER SÓ PODE SER CORRIJIDA DANDO-LHE UMA SONORA SURRA, SÓ ESPERO QUE O GALINHO TENHA HOMBRIDADE SUFICIENTE E NÃO FIQUE ESPERANDO QUE SEUS ACÓLITOS VENHAM EM SUA DEFESA. TENHI DITO. |
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