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TEMA LIVRE : Talvani Guedes da Fonseca

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Quem tem medo de Karl? -- IV
18/11/2005

É preciso ter cuidado, a massa miserável aumenta dia após dia e estão perto de se exaurir as potencialidades do capitalismo, enquanto, ao invés de diminuir, as desigualdades sociais aumentam cada vez mais.

Ao proclamar os proletários de todo o mundo, na última frase do Manifesto Comunista, “proletários de todo o mundo, uni-vos!”, Karl disse que, impelida pela necessidade de mercados, porque o capital necessita estabelecer-se em todas partes, explorar em todas as partes e criar vínculos em todas partes, a burguesia invadiria todo o globo terrestre.

Ele previu tudo, que o comunismo será a etapa final da organização social, depois de destruída a sociedade capitalista, e substituída por uma nova, pois, o sistema capitalista implodirá pela anarquia dos meios de produção, causa do círculo vicioso do emprego e desemprego, a fórmula final e atual da luta de classes.

Karl dizia que na sua primeira fase, no seu primeiro estágio, o comunismo não poderia, economicamente, estar em plena maturação, completamente libertado das tradições ou dos vestígios do capitalismo, continuaria por um tempo, como ele disse, “prisioneiro do estreito horizonte do direito burguês”.

Ele achava que se chegassem ao poder com um programa mínimo, os trabalhadores organizados num partido forte e majoritário poderiam, aos poucos, arrancar o capital das mãos da burguesia, até centralizar nas mãos do Estado todos os investimentos de produção, o que poderia acontecer em qualquer país, menos no Brasil, como é tão óbvio, onde um “partido de operários” para chegar ao poder, aliou-se à burguesia e para ela, em nome dela, passou a agir.

O importante é saber que apenas conseguir concessões da classe capitalista não mudará as condições básicas da exploração.

Tudo isto está no Manifesto, que li aos 15 anos de idade., uma espécie de cartilha que Karl nos deixou, e, assim, ao tomar o poder, a classe trabalhadora, qualquer uma, de qualquer país, se for realmente revolucionária, e não apenas reformista, como é a tendência da “esquerda”, deverá seguir os passos recomendados e ir direto ao encontro do marxismo e ao socialismo, contra todos os velhos e reacionários partidos, com um programa mínimo, porém claro, que inclua o confisco de todas propriedades, expropriação do latifúndio e emprego da renda obtida no custeio de despesas públicas; centralização do crédito, nas mãos do Estado, e instituição de pesados impostos, progressivos, além da abolição do direito de herança; de acordo com um plano coletivo, partir para multiplicar as fábricas e indústrias nacionais, estabelecendo a obrigatoriedade do trabalho para todos; unificar a exploração da agricultura e da indústria; instituir a educação pública gratuita.

Está escrito no Manifesto Comunista, de 1848, e a estúpida e pequeno-burguesa “esquerda”, comodista e para sempre enferma, sempre chegando atrasada, prefere ignorar.

Aliás, este programa já acontece em Cuba, porém, o comunismo, um coletivismo sem divisão de classes, com tudo comum a todos, numa sociedade sem classes, radicalmente nova, talvez seja visto, quem sabe, como a volta ao éden, ainda não existe. Quando for destruído o sistema capitalista, abolidas e destruídas as formas de governo, aí, sim, chegaremos muito além do socialismo e do comunismo, ao anarquismo puro de Prodhon e Kropóktin, contemporâneos de Karl que pregavam a unificação dos povos do mundo a partir da inexistência de classes.

O capitalismo é incapaz de resolver os problemas da humanidade.

Se não o é, ainda, no futuro o comunismo será uma lição de vida, como se tentou criar no século 19.
Não precisamos ler Karl para saber que o sistema econômico é quem determina como as pessoas vivem e devem viver.

O socialismo que hoje existe é resultado de circunstâncias bem específicas, assim como será o futuro do próprio socialismo, que nunca morrerá nem deixará de existir.

Somente o comunismo suprimirá em absoluto a necessidade do Estado, porque não haverá ninguém a quem reprimir, e, aí, viva a felicidade!
O verbo consumir é sinônimo de capitalismo, nos faz sentir como se fôssemos vermes que a tudo devoram, viver não é mais o objetivo, o sentido da vida.

O lucro é quem manda em tudo.

A razão fundamental de qualquer produto à venda é o lucro, não é servir; imbute-se de tudo para o lucro ser maior. Compra-se um produto, uma frigideira de fritar batatas, por exemplo, começa-se a usá-la e depois das primeiras vezes, o cabo da cesta de arame, onde ficam as batatas, fritando-as, fica mole, vai indo, vai indo e, pum, quebra! Por quê? Ora, porque, para o lucro ser maior, usaram matéria-prima de segunda categoria.

A regra não é lucrar o máximo possível?

Então, vale tudo.

A cultura capitalista foi montada e programada para que não se pense em felicidade, só em consumir, e é esta a razão de ser da publicidade, alimentar nas pessoas o desejo de comprar porcarias que não precisam e despertar, à base da repetição, da saturação, a ânsia de consumir. A publicidade não se importa se vende refrigerante ou avião de guerra, tanto faz.

Chegamos a um ponto tal que, sem anunciar, é impossível vender ou comprar qualquer coisa;
a publicidade nos ´conquista´ apelando para a motivação e ao emocional.

São métodos infalíveis para explorar nossa boa vontade e ingenuidade, um jogo em que vale tudo.
Para tornar verdadeiras as mentiras que anuncia, a publicidade não poupa despesas, gasta verdadeiras fortunas para vender, não se importando se encarece muito ou pouco o produto que é anunciado; para vender qualquer arma vale, até a sexualidade, uma coisa sagrada que, como apelo, para seduzir, é confundida com pornografia.

...

*Talvani Guedes da Fonseca é jornalista e escritor norte-rio-grandense.



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