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TEMA LIVRE : Talvani Guedes da Fonseca
O estorvo do ano novo
04/01/2006
Passamos três anos à mercê de uma perigosa aventura política e pior não é porque o país vem se preparando a anos para ser grande, os resultados obtidos hoje é colheita do que foi plantado nos governos anteriores, civis e militares, e fico só na Embrapa, sem a qual a agricultura industrial não seria competitiva, porque se olharmos a composição das exportações veremos que somos exportador de matérias primas, os números mostram que grande parte do “sucesso” vem das “commoditties” de minérios, basicamente sob monopólio da Vale do Rio Doce, que desde janeiro aumentou em quase 100% os preços dos “seus” produtos, que pertencem ao povo brasileiro.
O Jornal do Brasil deste dia 3 definiu bem, o messiânico responde com evasivas às perguntas que o embaraçam e não diz, por exemplo, se cometeu algum erro, mas adverte que o Pt ¨sangrará muito¨; sem revelar os nomes de quem o traiu, e insinua-se o estorvo na medida em que o ministro Marco Aurélio de Melo, do STF, afirma que a atual crise política é ¨muito pior¨ do que a que gerou, em 1992, a abertura do processo de impeachment contra seu primo, Fernando Collor de Mello.
¨Tudo que surgiu é assustador. Nem a mente mais criativa poderia imaginar um décimo do que acabou vindo à tona¨.
Marco Aurélio presidirá o Tribunal Superior Eleitoral nas eleições deste ano e já anunciou que espera ver a verticalização, que obriga os partidos a não contrariarem nos estados a aliança da eleição presidencial, adotada em 2002, derrubada pelo TSE, sem valer em 2006.
E não é só crise política, o estorvo. Em 2002 tínhamos 14 ministérios, mas o messiânico “reformou”, aumentou para 34 e assim “abrigou” Benedita da Silva, Tarso Genro e outros “companheiros” derrotados, emperrando a máquina de tal forma que não há quem a faça andar, o que permitiu o assalto ao múnus publicus pelo mito e seus trezentos picaretas, de “reformas” em troca de dinheiro e que não levaram a nada, exceto ao aumento da carga tributária, para pagar juros da dívida, enfim, “fazer superávit”, as duas palavras a que ficou reduzida a esquerda no poder.
O país parou, continuará parado, pois agora a guerra é dos governadores, dos Estados, contra o messiânico e seu “projeto” de reeleger-se num ano em que perde fôlego o ritmo de crescimento da economia global, que será marcado por forte desaceleração mundial e por retornos de investimentos abaixo da média, prevêem os suíços.
Mesmo que o messiânico ordene, mais uma vez, ufa!, a recuperação das estradas federais, cerca de R$ 28 bilhões para transformar o país em um imenso canteiro de obras, os governadores não vão deixar por mais da metade tratar-se de sobras de 2005 e 2004.
Por quê não cuidou das estradas, antes?
Ai, meu FMI!
...
*Talvani Guedes da Fonseca é jornalista, escritor e poeta norte-rio-grandense.
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Comentários dos Leitores
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Comentário de mderovsk (donquixote@estadao.com.br) Em 04/01/2006, 09h16 |
previsão |
PREVISÃO PARA 2006
Passava, ontem, na rua, no local de tradicional e pantagruélica festa de
final de ano, quando, deparei-me com uma figura humana, aqueles a quem o
PT chama de
“moraDORes de rua”,
que, entre garrafas vazias e restos de panetone, executava seu
“trabalho de cataDOR”,
“selecionaDOR de detritos”,
“reciclaDOR”.....
lembrei-me de Manoel Bandeira:
“O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.”
Perdão, ia esquecendo, o bicho , digo o homem, dividia reStos de um osso,
com um vira-latas; ambos sorriam com o banquete.
Segui meu caminho....será triste esse 2006!!!
(Kamarada Mederovsk - Cbá 2 JAN 06) |
Comentário de Arquimedes Estrázulas Pires (arquimedes.pires@brturbo.com.br) Em 04/01/2006, 06h44 |
Porque...! |
Não cuidou das estradas antes, Talvani, porque só cuida quem sabe o que está cuidando!
Imaginar que alguém que nunca fez nada além de política de fundo de quintal seja capaz de planejar ações de longo prazo, de programar abertura e construção de estradas, usinas hidrelétricas, indústrias petroquímicas, programas educacionais que devolvam ao jovem a capacidade de produzir, e desenvolver um plano de governo que contemple a unidade nacional como um todo, aí já é demais, né! |
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