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TEMA LIVRE : Serafim Praia Grande
Les enfants de la patrie...
06/07/2006
Falar de copa? Nem de cozinha. Mas, vamos lá: Thiery Henry, jogador da França, disse com muita propriedade que “brasileiro joga bola bem porque não estuda”. Na veia. Pode ainda ser líder sindical, dono de empresa, político e até presidente.
E pode, também, dizer besteira e tentar desculpar do fracasso com alegações assaz esdrúxulas, de que se trata de um bando (quadrilha?) de “vencedores”, que não pode ser julgado só por aquela partida. Errado, caro bucéfalo. Se um brilhante cirurgião fizer uma cagada e matar um paciente durante uma operação, vai ter que ser julgado, sim, por aquele infortúnio. Qual é? Quer deitar nos louros? Contrata um viking, mermão!
Mas esse negócio de estudo é coisa mesmo complicada, principalmente pra quem não tem e fica com raiva dos que lustram os bancos de educandários com a bunda. Claro que não tô falando de certos esquemas de máquinas de diplomas estabelecidos por aí, é outra coisa. A ignorância continua a mesma, não tem jeito.
Dia desses um energúmeno invadiu uma escola particular, onde havia matriculado seu filho (já anteriormente expulso de outra por atos de vandalismo), atacando a socos, pontapés e golpes de garrafa quebrada (isso mesmo, deve ter visto em filmes, o imbecil), inspetores, alunos e quem estivesse por perto. Motivo? Bem, se existe algum motivo pra um facínora invadir um estabelecimento de ensino deveria ser assaltar o caixa da cantina, mas o intuito era outro.
Naturalmente muito bem educado e “instruído” por essa criatura primata, o filho do indivíduo estava espancando uma criança bem mais frágil, durante o recreio, quando foi contido por um dos alunos presentes. Irritado e fora de si, o moleque ligou pro troglodita que, em instantes, invadiu aos berros o recinto da escola, partiu pra cima do aluno que a sua cria indicava, agredindo o menor, manietando-o para que seu filho o “justiçasse”. Isso diante de toda a comunidade acadêmica, diretoras, professores e colegas, que eram recebidos aos berros, a socos e pontapés pelo demente em fúria.
Vários alunos da escola ficaram machucados e feridos, a polícia foi acionada e o dia transcorreu “alegremente” nas dependências da delegacia e do IML, para exames de corpo de delito. Não é meigo e tocante?
Sem deslizar pro terreno fácil da interpretação rasteira, podemos deduzir que um
sujeito desses nunca deve ter frequentado bancos escolares e, se o fez... Talvez o motivo dessa reação tenha sido exatamente pelo seu “sucesso” nos estudos, mas aí já é caso para psiquiatras e psicólogos. O lugar certo para tratar dessa excrescência fica lá pras bandas do Coxipó e se chama Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho.
Então, como quase íamos dizendo, estudo e futebol têm tudo a ver. Haja visto que o nosso Lulinha, que já declarou odiar livros (há que se convir que ler soletrando é bem chato, mesmo), é muito chegado num futebolzinho nos gramados da Granja do Torto, que não recebeu esse nome em sua homenagem, mas bem que poderia. E 2010 tá bem aí.
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Comentários dos Leitores
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Comentário de Leitor de MT (leitormt@lettera.es) Em 07/07/2006, 00h27 |
Não se mata só com faca... |
Pelo que vi nesse texto, o autor entende por "agressão" somente "espancamento" e coisas do gênero. E declara somente a "falta de educação escolar" a origem única desses atos. Vejamos o contrário, sem citar as "agressões" político-moral-sociais, que matam milhões diariamente mundo afora, estampadas exaustivamente em todos os jornais:
Suzane Richthofen, Roberto Jefferson, Fernando Collor de Mello, Von Braum, George Bush (pai e filho), Augusto Pinochet, Joseph Menguele, Edir Macedo, Marcio Tomaz Bastos, [prefeitos, governadores, vereadores, deputados estaduais, federais, senadores, presidentes corruptos], assessores e "advogados do pcc"... no mínimo essa cambada toda passou pela graduação acadêmica.
E então? O que mata mais?
Não faço apologia ao "mano a mano", mas a origem dessa violência toda vem por duas vias: a visível, que são os maus exemplos, origem provável da ação troglodita do "pai da criança" no texto, e a invisível, que realmente mata, por exemplo as falcatruas nos "podres poderes" da união.
E trago a luz aquele velho ditado: melhor é conhecer o inimigo declarado do que ter um inimigo oculto como amigo. |
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