Vera Magalhães, colunista do Radar Online de VEJA, analisa o desembarque dos últimos aliados do governo Dilma Rousseff às vésperas da votação do impeachment na Câmara.
Em junho de 2005, quando revelou numa entrevista à Folha o escândalo do Mensalão, o deputado federal Roberto Jefferson acreditava que o esquema de compra de apoio no Congresso fora montado por José Dirceu, chefe da Casa Civil, à revelia do presidente da República.
Passados quase 11 anos, admite que errou. “Sobretudo depois das descobertas da Lava Jato, está claro que o Lula sempre soube de tudo”, afirmou o entrevistado do Roda Viva de ontem à noite. “Foi ele quem institucionalizou a corrupção”.
Condenado a sete anos de prisão no julgamento do Mensalão, Jefferson acaba de ganhar o perdão do Supremo Tribunal Federal por atender aos requisitos previstos no decreto de indulto assinado em dezembro pela presidente Dilma Rousseff.
Livre de restrições legais e vitorioso na luta contra o câncer que travou enquanto estava na cadeia, ele não pretende voltar à Câmara que lhe cassou o mandato em setembro de 2005.
Prefere reassumir a presidência nacional do PTB e participar ativamente do processo de reconstrução do país que se seguirá ao impeachment de Dilma.
Ao longo do programa, Jefferson tratou de distintos assuntos com a agilidade mental, a franqueza e o sarcasmo que sobreviveram incólumes ao recesso forçado.
Disse que Lula escapou de uma inevitável temporada na República de Curitiba graças à intervenção do ministro Teori Zavascki, garantiu que Dilma não conseguirá livrar-se do impeachment, zombou dos que insistem em enxergar um golpe inexistente e comentou o papel desempenhado por Eduardo Cunha.
“Eduardo foi o adversário mais à altura do Lula, que nunca esperou encontrar um bandido da mesma qualidade moral e intectual que ele”, ironizou o entrevistado, para quem não se pode enfrentar o PT num duelo desse porte sem recorrer aos mesmos métodos de um partido que joga sujo o tempo todo.
Jefferson ressalvou que, encerrada essa última missão, o presidente da Câmara será imediatamente punido pelo STF. “Ele e muitos outros”, acrescentou.
Ancorada pelo jornalista Augusto Nunes, a bancada de entrevistadores reuniu Eliane Cantanhêde (colunista do Estadão), João Gabriel de Lima (diretor de redação da revista Época), Gaudêncio Torquato (consultor político e professor de Comunicação Política da USP) e Flávio Freire (coordenador de política da sucursal do Globo em São Paulo).
Impeachment avança e dificilmente haverá mudança de voto. A mancada do vice Michel Temer, deixando vazar um discurso que preparara para a noite de domingo próximo caso o impeachment seja aprovado no plenário da Câmara, não teve consequência nenhuma na votação de ontem na comissão, que deu uma vitória folgada à oposição, e provavelmente não terá influência na decisão final dos partidos.
O fato de a oposição não ter alcançado os 2/3 dos votos necessários no plenário não é sintoma de que o número mágico de 342 votos não será atingido. É bom não esquecer que a comissão foi montada de acordo com a indicação dos líderes, que naquela ocasião eram majoritariamente governistas. O que aconteceu de lá para cá é que o governo foi perdendo apoios, o que se refletiu na vitória folgada da oposição.
Enquanto isso... No Diretório Estadual do PT, o coletivo "construiu o consenso" veemente e peremptório de protesto contra a ação truculenta da Polícia Distrital de Brasília que resultou ontem na prisão arbitrária de um companheiro do MST, diante do Teatro Nacional, no acampamento "Fica Dilma!" -- o mais ordeiro e pacífico entre todos os dos movimentos sociais organizados por nós na Capital destepaíz.
Não quiseram nem olhar suas mãos calejadas no cabo do guatambu: foram direto a uma mochila padrão Vaccari Netto, na qual supostamente encontraram a suposta quantia de cerca de 20 mil reais, em espécie, com o suposto propósito -- de acordo com eles, azelite raivosa e a mídia antiprogessista, por supuesto --, de pixulecar nossos valentes em vigília na defesa da causa clepto-narcotráfico-bolivariana.
1 - Após curto período fora de curso, a Lua chega ao seu próprio domicílio em Câncer valorizando o que é familiar e conhecido, raízes emocionais e tudo que diz respeito à nossa própria história e passado - prognostika o horóskopo da edição desta terça-feira do jornal dakele grupo de komunikação que anda fora de kurso desde a extinção do "Konglomelado Ageporka", onde sua história foi valorizada por konta de um certo (?!!!) milionário legado antecipado.
Valtenir Pereira (ainda no PMDB/MT) não esteve no Hotel do Lula -- aquele movimentado estabelecimento onde o suposto proprietário tem à sua disposição três suítes, uma delas até ontem reservada para kuidar apenas da tal komissão especial do impicha -- e bota "komissão especial" nisto!
É o que dizem uzastros.
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2 - Obra do VLT pode começar em 120 dias - destaka o jornal "Diário de Kuiabá".
Eu akredito!!!
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3 - Victoria Beckham posa para revista e fãs apontam erro de Photoshop - antecipa o saite "Midia News".
Intuo que não será ponto final, que marca a pausa total, o fim de um tempo, de uma história, de uma revelação. Apenas ponto e vírgula, que dá a deixa para continuar na mesma toada.
Batizada pela PF de "Vitória de Pirro", a investigação tem como alvos o ex-senador governista Gim Argelo (PTB-DF) e empreiteiras como a UTC e OAS, cujos dirigentes já foram condenados pelo juiz Sergio Moro por envolvimento com o escândalo do petrolão.
Cem policiais federais estão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Taguatinga (DF) e Brasília cumprindo 21 ordens judiciais, sendo 14 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 4 mandados de condução coercitiva.
Repórter Joanna de Assis garante que atacante já decidiu que não vestirá mais a camisa do Tricolor, e que futuro será definido ao longo da semana. Palmeiras, Cruzeiro e Inter estão interessados.
Que o governo de Dilma Rousseff se tornou indefensável, todo mundo sabe. Até o governo. Tanto que o foco de suas negociações para barrar o impeachment não está sendo comprar deputados para votar "não", mas para que faltem. O problema é que agora existe uma maneira de ajudar Dilma sem defendê-la; de dar opinião e ficar em cima do muro ao mesmo tempo: as tais das "novas eleições".
Marina Silva defende que o novo pleito ocorra por meio da cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE. O problema é que só ocorrem eleições diretas caso a chapa seja cassada nos dois primeiros anos de mandato, ou seja, até o final deste ano. Devido à lentidão do processo, essa hipótese é praticamente impossível. Após esse período, as eleições são indiretas, ou seja, o Congresso elege o presidente.
Contas feitas e refeitas ontem à noite, depois da reunião da Comissão Especial do Impeachment, o vice Michel Temer e auxiliares mais próximos foram dormir convencidos de que já dispõem dos 342 votos necessários para que a Câmara dos Deputados, no próximo domingo, aprove o afastamento de Dilma da presidência.
“Hoje, já temos algo como 350 votos”, revelou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), o coordenador do comitê do impeachment. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, é mais otimista. À tarde achava que o impeachment contava com 370 votos. À noite, admitia que o número mais realista talvez fosse de 380.
Faz sentido, sim. Ruiu a barreira construída pelos partidos PP, PDS e PR para reter votos garantidos há mais de uma semana ao governo. O PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), tem 51 votos. Nogueira prometera 40 ao governo para derrotar o impeachment. Talvez não entregue seis. Dois terços dos deputados já apoiam Temer.
Vice-presidente diz no áudio se que manifesta depois de "uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento" e afirma que "muitos me procuraram para que eu desse uma palavra preliminar à nação brasileira, o que faço com muita modéstia, cautela e moderação".
Em seu discurso, Michel Temer fala em manter programas sociais e os aprimorar, se possível, e disse que sua tarefa como presidente seria coordenar um "governo de salvação nacional".
"Temos ainda um longo processo pela frente, passando pelo Senado Federal. Minhas palavras são provisórias", afirma.
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Comentário de Teodoro da Silva Junior (teodorosilva.junior@gmail.com) Em 12/04/2016, 16h44
Temer
É estranho a Dilma e os Petistas estarem se descabelando pelas declarações do Temer. Irresponsável ele seria se não estivesse preocupado e se preparando para substituir a presidente. Petistas! Quem elege um vice elege o possível substituto do titular! Quem elegeu Temer foram vocês!