CURTO & GROSSO

Edição de 04/10/2016

Marcos Antonio Moreira - fazperereca@yahoo.com.br

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Ex-Soja Majestade escalou seu secretário-executivo no Ministério da Agricultura --- chamado de "Marechal" pelos "Homens do Mato" (veja "boato" publicado às 11:45 de 20/04/2010), para peperecar pelazoropa com um trololó pra lá de impertinente.

Como se sabe, tal cargo na Esplanada é da extrema confiança do titular da pasta -- e bota "extrema confiança" nisto! -- do tipo que mija de porta-aberta no gabinete do chefe -- ou seja, uma espécie de boneco-de-ventríloqüo do ministro.

A missão: exumar algo que nem o MST e os naturebas daqui e dacolá andam recordados: a distribuição de terras e a preservação ambiental -- temas espinhosos para quem já foi mimado pelo Green-Peace com o trofeu Motosserra de Ouro.

Será repetido o surrado mantra: que 61% das terras brasileiras estão preservadas, que a agricultura ocupa 8%, a pecuária, 19%, as reservas indígenas 13% e que o desmate e as queimadas ilegais ocorrem com mais frequência nos assentamentos.

Para quem virou "ambientalista" para livrar-se de boicote planetário e não perder financiamento a leite de pato e prazo de égua no Banco Mundial -- grana reemprestada aos produtores a juros de ruborizar agiota -- é brincar com nitroglicerina pura.

Como se sabe, o comandante do exército do coletivo sem-terra, na esteira do PT, acabou de levar uma surra nas urnas de criar bicho e, no exterior, pipocam as "manifestações espontâneas" visando criar embaraços para o "governo golpista".

Não é hora, portanto, dessas gauchadas, principalmente partindo de um semovente que, por conta de uma parceria na Planície e no Planalto, teve suas trocentas propriedades poupadas de ocupações e da visita dos fiscais do Instituto Chico Mendes...

...Inclusive a mais nova joia de sua coroa, a Fazenda Ranuro, na qual patrocinou uma curiosíssima "experiência científica", a fim de provar que botar fogo na mata até ajuda "aquela coisa morta" -- quié, em suas palavras, como define a floresta.

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Arrisca-se ao papel de tolo quem quiser ver nos resultados de domingo a morte da política. Abatidos nas urnas foram o voto obrigatório e a fragmentação partidária. Generosos, como sempre, os eleitores deram ao Congresso uma nova chance para mudanças.

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O PT descobriu da forma mais dolorosa quem é “sem voto” no País.

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As eleições mostram um profundo desencanto com a política. Poder-se-ia, mesmo, dizer que os decepcionados com a política foram os grandes vencedores.

Os escândalos de corrupção, atingindo vários partidos e, mormente, o PT tiveram profunda influência sobre o processo eleitoral.

Uma mensagem foi transmitida: os cidadãos das grandes capitais já não mais aguentam uma política que virou, para muitos, balcão de negócios.

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A declaração de Lula — “Urna não é lugar pra depositar ódio ou preconceito. Urna é lugar pra depositar esperanças e sonhos” — talvez seja citada no futuro como um resumo da ópera petista, como uma apoteose da incapacidade do PT de compreender o vexame em que se converteu.

A reação das urnas foi compatível com a dimensão da ofensa.

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