Com o aval da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) deixada por Teori Zavascki, o seu nome deve ser aprovado no plenário por 41 dos 81 senadores, o que deve acontecer em sessão convocada para às 11 horas desta quarta-feira.
A sabatina de Moraes foi a segunda mais longa dos últimos 20 anos, ficando atrás apenas da do ministro Edson Fachin, que se arrastou por mais de 12 horas, em maio de 2015.
O Brasil investe pouco e mal no qüesito pesquisas científicas -- a propósito, o Estadão de hoje traz editorial a respeito -- click aqui para ler ou reler. A preferência oficial é pelas de intenção de voto -- manipuladas, claro.
E quando banca alguma, o governo, via CNPq, joga tanto timbó na água que o pobre estudioso gasta mais tempo manipulando papéis timbrados em três vias, que diante de microscópios e tubos de ensaio.
Isso quando não faltam equipamentos e insumos básicos, pinças, reagentes, máscaras, de um tudo -- até luvas -- para, com segurança, exercer o seu mister em condições normais de pressão e temperatura.
Assim, o que já demoraria anos para apresentar resultados práticos, leva décadas, quando não se perde "por motivos de força maior", tipo desabamento do prédio por falta de manutenção ou corte de energia pela concessionária.
Daí o êxodo em massa para universidades estrangeiras ou fundações bancadas por doações bilionárias de magnatas. As alternativas restantes resumem-se a duas: ou vira picuá-preso de multinacionais ou larga mão dessa vida.
Mas, nestepaíz, sempre o pior tende a ficar péssimo, como no caso das pequisas agropecuárias, onde agora dá as cartas um cidadão para quem a selva "é um coisa morta", e não um fantástico repositório de fármacos.
Em se tratando do mesmo semovente que não perde a oportunidade de debochar de quem não é sojicultor, quedo-me cá a imaginar qual estímulo terão os produtores de gueroba, o palmito amargo, e da palma de dendê.
Para se tirar uma linha, em área infinitamente menor, a produção anual de dendê equivale à metade da de óleo de soja, enquanto a do creme de "gariroba" não há sequer estimativa, mas é desfeita -- das grandes -- recusar o prato em Goiás e Minas Gerais.
Para "ajudar", o Ibama -- desde os bãos e velhos tempos em que era vinculado ao Ministério da Agricultura; hoje é do Meio Ambiente -- a "Syagrus oleracea", para os íntimos, só pode ser cultivada com autorização.
Mais: além de obter tal licença, o suplicante precisará de outra guia a fim de transportar a "gueiroba", "gairova" ou ainda "pati", sendo que o corte do capitel (base do conjunto de folhas) será permitido após cinco anos.
À revelia da Embrapa Cerrados, os matutos urbanizados, que não dispensam a "eguaria", fazem o cultivo adensado e retiram os pecíolos ainda na "batata da raíz", em dois anos, se tanto. Para conferir, basta um rolê por Goiânia.
Algum dia teremos de erigir um monumento em homenagem à empresa brasileira Odebrecht, porque nenhum governo, empresa ou partido político fez tanto quanto ela desvelando a corrupção que corrói os países da América Latina, nem trabalhou com tanto ânimo para fomentá-la.
Levantamento realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pelo Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e Institutos de Pesquisa (Confies) mostra que, por causa da burocracia governamental, os cientistas brasileiros dedicam, em média, mais de 30% do tempo de estudo com a gestão administrativa de seus projetos.
Segundo o levantamento, a burocracia é tão excessiva que, em determinadas áreas, a demora na aquisição de insumos básicos acaba inviabilizando a execução dos projetos.