A ministra Carmem Lucia, presidente do Supremo Tribunal Federal, preferiu burocratizar a escolha do novo relator da Lava Jato a ser acusada de ter atropelado seus pares em decisões solitárias.
Nem por isso escapará das críticas, públicas ou sussurradas nos bastidores, mas protegeu-se o máximo que pôde.
Decidiu-se pelo sorteio, e atrasou-o, para que todo o processo obedecesse a uma ortodoxia administrativa imune a insinuações de que estaria agindo de maneira autoritária.
Marisa Letícia não tem mais atividade cerebral; a família autoriza a doação de orgãos
Um exame de dopler transcraniano realizado nesta manhã no Hospital Sírio-Libanês constatou não haver atividade cerebral na ex-primeira-dama Marisa Letícia, internada na UTI desde a semana passada devido a um AVC.
Com base neste exame, o ex-presidente Lula autorizou a eventual doação de órgãos do corpo da mulher, cujo coração continua batendo.
Segundo a equipe do hospital, ainda não se pode falar em morte cerebral, pois é necessário a realização de um protocolo de exames que a equipe do médico Roberto Kalil Filho não deve realizar por considerar dispensável neste caso.
Kalil Filho já havia informado na madrugada desta quinta-feira, que o quadro da ex-primeira-dama havia deteriorado ontem e se tornado “irreversível”.
Na terça-feira, 31, os médicos haviam cortado os sedativos que deixavam a ex-primeira-dama em estado de coma induzido.
Mas, diante da piora do estado de saúde de Marisa, a equipe do hospital Sírio-Libanês decidiu colocá-la ontem novamente em coma induzido.
Depois do calote do Estado do Rio de Janeiro em empréstimos honrados pela União, o Tribunal de Contas da União (TCU) vai abrir processo para apurar as responsabilidades de gestores públicos pela concessão de garantias a empréstimos tomados por Estados e municípios que não tinham capacidade financeira para honrar os pagamentos.
Assim como ocorreu com as chamadas “pedaladas fiscais”, os resultados da auditoria vão subsidiar a análise das contas do governo federal. A política do Tesouro Nacional de facilitar a concessão de garantias para governos estaduais que já estavam com dificuldades pode ser configurada como crime de responsabilidade fiscal.
A ministra do TCU, Ana Arraes, pediu ontem a instauração do processo e obteve o aval do plenário, abrindo caminho para diligências de investigação de todos os envolvidos nessas operações, o que inclui os bancos públicos que deram os empréstimos.
O TCU apurou que o total de garantias da União em empréstimos externos e internos aos governos regionais já soma R$ 184 bilhões – um risco para o Tesouro em casos de calote.
A controvérsia legal em torno da concessão das garantias foi relevada em reportagem do Estado no fim do ano passado, mostrando que o problema já estava sendo investigado pelo corpo técnico do tribunal.
Contrassenso.
Contrariando recomendação da Corte de contas e dispositivos legais em vigor, o Tesouro adotou uma política de garantias facilitadas, concentrando os avais justamente para Estados com as piores notas de classificação de risco. Essa prática vigorou entre 2012 e 2016. Havia até mesmo incentivo para que governadores tomassem mais dinheiro do que pretendiam inicialmente.
Em comunicação ao plenário, Ana Arraes alertou que a União permitiu que Estados e municípios se endividassem no momento em que muitos deles já enfrentavam sérios problemas fiscais. E agora, destacou a ministra, o governo federal está sendo obrigado a arcar com as consequências dessa política. Ela citou o caso do Estado do Rio que conseguiu liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a União de reter parte do Fundo de Participação dos Estados (FPE) para ressarcir as garantias honradas.
No ano passado, segundo dados do Tesouro, o Rio deu um calote de mais de R$ 2,2 bilhões em dívidas honradas pela União. O Estado tenta agora que o STF valide um acordo de recuperação fiscal, sem a aprovação de uma lei pelo Congresso, e que inclui a suspensão de bloqueios de recursos por conta da inadimplência. Esse arresto é previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em nota, o Tesouro informa que ainda não foi notificado da decisão do TCU, mas destaca que, em junho de 2016, “modificou os critérios para concessão de avais, ficando apenas os entes em boa situação fiscal (ratings A e B) elegíveis à contratação de operação de crédito com garantia da União”.
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Adriana Fernandes, Idiana Tomazelli - O Estado de S.Paulo
O estado de saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia piorou e é gravíssimo. Os médicos consideram o quadro irreversível, sem chance de melhora.
A mulher do ex-presidente Lula está internada na UTI do Hospital Sírio-Libanês após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e segue em coma induzido.
Ontem, o quadro se agravou. A atividade elétrica cerebral de Marisa Letícia piorou, assim como o fluxo sanguíneo no cérebro. A família da ex-primeira-dama foi chamada para o hospital.
No início do dia, a ex-primeira-dama havia sofrido de anisocoria, caracterizada pelo tamanho desigual das pupilas. A condição mostra que uma região importante do tronco cerebral pode estar sofrendo com hemorragia.
Marisa Letícia sofreu um AVC hemorrágico na terça-feira da semana passada. Do tipo mais grave, consiste na ruptura da parede da artéria, com ocorrência de hemorragia.