São inúmeros os Pantanais -- além dos de Mato Grosso, MS, Paraguai (o Chaco) e Bolívia, tem dele em Rondônia, Amazônia, ao longo do "Véio Chico", no Nordeste; nos Estados Unidos (os Everglades, na Florida), na Austrália, Argentina e até o do Taim, no Rio Grande do Sul.
As aves migratórias são praticamente as mesmas. A anhuma daqui é o tachã dos gaúchos; talha-mar, taiamã. Os animais, idem. Varia apenas a espécie -- a família, não. A diferença mais notável está na flora -- por influência da latitude, da longitude e da concentração.
São duas as estações do ano: seca e verde, no dizer dos nativos. Em ambas -- chova ou faça Sol, predomina o calor, com raros picos de friagem entre abril e julho. Porém, muito antes de a Mulher Sapiens, elas dobram a meta, vamos resumir assim, pela razão que segue, a saber:
Um mesmíssimo local, tomando-se aleatoriamente quaisquer referências -- uma árvore, uma "cordilheira", ou seja, as partes mais altas, livres da inundação -- a depender do fluxo das águas, daquele sempiterno sobe-desce, o cenário muda radicalmente a cada três meses, em termos práticos.
Assim, determinado ponto alternadamente ora se situa em terreno ressequido, ora no tijuco. Isto é: uma "reúna" que seis meses antes poderia ser percorrida de carro, vira um "atoledo" que engole qualquer tipo de veículo, inclusive trator. Se teimar, só fica a chaminé de fora.
Esse vai-vém, entre outras singularidades, tem imbricações na maior ou menor infestação de mosquitos, na jornada dos peixes, na elaboração do calendário de eventos turísticos, na implantação de vias, enfim, no dia-a-dia do morador "fixe" e dos visitantes -- nacionais ou estrangeiros.
Mas não é somente isto: mesmo ditos pesquisadores -- notadamente de ONGs especializadas em levantar dinheiro público -- transformam um fenômeno perfeitamente natural, inevitável, em cavalo-de-batalha para mobilizar a mídia xucra -- que cai na esparela -- e propagar "tragédias ambientais".
Well...
Esses prolegômenos vêm a propósito de reportagem da TV Globo que denunciou a morte de 30% dos filhotes de araras azuis em Mato Grosso do Sul. Deveria ser do ofício dessa brava gente bronzeada observar com mais acuidade e honestidade intelectual e não inventar o que lhes convém.
Ora, ora, ora, ora... Qualquer matuto sabe que tais aves botam três ovos por ninhada no capitel do buriti podre, locas de pedra e -- não seria diferente também nos improvisados caixotes colocados na vegetação mais alta -- sendo dois filhotes machos e uma fêmea, ou vice-versa.
Um dos três vai morrer, descartado pela mãe, de tal sorte que reste um casal que vai juntar os trapos com parceiro(a) de outro buritizal, a fim de evitar a consanguinidade. É por esta razão que aos bandos navegam sempre em número par de indivíduos -- jamais ímpar.
Resumo da ópera:
Esses milongueiros desconhecem que 1/3 de 100
resulta sempre na dízima periódica 33,33 e nunca
em redondos 30% de sua adevertença ao praneta.
Não há dúvida de que o presidente Michel Temer é um virtuose da velha política, um craque dos bastidores.
Acaba de eleger os presidentes da Câmara e do Senado, exibindo uma maioria de fazer inveja ao Lula dos tempos do Mensalão.
Indicou para o STF um homem de sua confiança, Alexandre de Moraes, que adiante poderá vir a julgá-lo.
Livrou-se, dessa forma, de um problemático ministro da Justiça e ganhou um aliado estratégico na Corte Suprema.
De quebra, criou dois ministérios – o dos Direitos Humanos e o da Secretaria Geral da Presidência -, colocando neste um de seus mais próximos colaboradores, Moreira Franco, blindando-o na Lava Jato.
Em sua proposta de delação premiada, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, revelou que a cobertura tríplex que o ex-presidente Lula comprou na praia do Guarujá, em São Paulo, foi, na verdade, um presente da empreiteira.
A Campanha da Fraternidade de 2017 abordará mais uma vez a questão ambiental, como já fez em diversas edições anteriores. O tema será “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”.
Não é difícil de concluir que a escolha do tema foi influenciada pela encíclica Laudato si’, do papa Francisco (2015), na qual o pontífice tratou do “cuidado da casa comum”, o planeta Terra, e exortou crentes e não crentes a abraçarem decididamente o zelo pela natureza, antes que ela se torne incapaz de hospedar e nutrir a vida e o convívio pacífico e fraterno da família humana.