A operação da Polícia Federal pôs em xeque a estratégia de comunicação dos principais fabricantes de carne do país.
Se nos últimos anos os frigoríficos fortaleceram as marcas de seus produtos e contrataram uma legião de famosos para falar com os consumidores, agora as denúncias de que vendiam itens estragados vão afetar em cheio a sua credibilidade, dizem publicitários.
Isso porque, segundo eles, o pilar principal das campanhas era justamente a qualidade.
Para Fabio Astolpho, diretor de Criação da agência de publicidade F.biz, a credibilidade é afetada de “forma estrondosa”.
O caminho para recuperar a imagem torna-se longo e muito difícil, diz ele.
— Uma denúncia desse porte afeta anos de trabalho de construção de marca. Afeta no ambiente on-line, onde as pessoas tendem a ser mais críticas. Esse é o tipo de problema que não se dribla. Muda-se o comportamento da empresa, e a comunicação vai refletir isso.
A candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto a um terceiro mandato é algo tão consistente quanto um suflê de vento.
Não só a dele. Da mesma inconsistência padecem os demais pretendentes que já começam a se escalar, ou a ser escalados, como integrantes do elenco de 2018: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito da capital, João Doria, o presidente do partido de ambos, Aécio Neves, Marina Silva, Ciro Gomes, o deputado Jair Bolsonaro, o senador Ronaldo Caiado.
Na categoria das miragens enquadra-se a candidatura própria à Presidência pelo PMDB, promessa feita e nunca cumprida desde os desempenhos memoráveis em 1989 e 1994, quando obteve respectivamente 4,73% e 4,38% dos votos.
O presidente Michel Temer quebrou a rotina para anunciar a boa notícia: foram criados em fevereiro 35.612 empregos com carteira assinada – diferença entre vagas abertas e fechadas no período. Foi o primeiro saldo positivo em 23 meses.
Com essa, o governo colecionou pelo menos três novidades muito bem-vindas.
As boas-novas foram aproveitadas tanto pelo presidente, em Brasília, quanto pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na reunião do Grupo dos 20 (G-20), na Alemanha.
A longevidade de um delito, como é óbvio, não o legitima. No entanto, esse é o argumento central com que políticos e financiadores de campanhas reclamam inocência – e exigem absolvição -, diante dos crimes de caixa dois e derivados.
Duas unidades da rede Subway em Londrina foram apontadas pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná, como instrumentos de lavagem de dinheiro por um investigado na Operação Carne Fraca, deflagrada ontem.
O dono das franquias, o fiscal agropecuário Juarez José Santana, é apontado pela investigação como líder da organização criminosa de fiscais do Ministério da Agricultura que receberiam propina para liberar a comercialização de carnes em desacordo com a legislação.
O envolvimento de empresas como JBS e BRF na Operação Carne Fraca, acusadas de subornar fiscais para vender produtos adulterados, pode levar o Brasil a ser banido do mercado.
No governo há a suspeita até de “espionagem industrial” manipulando gerentes e fiscais corruptos para sabotar o produto brasileiro.
Mas, ainda que tenham “armado”, a adulteração criminosa de carnes foi constatada.